UM BANQUINHO, UM VIOLÃO... - DANIEL GONZAGA
Daniel Gonzaga (2001)
Crítica
Cotação:
Um Banquinho Um Violão... é, sim, mais um álbum de regravações (parte de uma série que a gravadora Seven está lançando), pedindo licença num mercado já devidamente inchado de projetos semelhantes. Daniel Gonzaga, no entanto, arma-se de uma certa propriedade - genética - ao regravar canções de seu avô (Luiz Gonzaga) e uma de seu pai, Gonzaguinha. Afinal, se ele não puder recantar essas músicas, quem mais poderia? Discussões sobre originalidade à parte, do álbum pode-se depreender o talento vocal de Daniel (que tem timbre bem parecido com o do pai), que sai-se bem envolto em arranjos bem econômicos, esparsos.
Daniel fica a meio caminho entre a reverência ao cânone do Rei do Baião e a vontade de inserir sua personalidade nos clássicos que canta. Ter escolhido canções na maioria bem conhecidas (fora uma ou outra exceção, como Estrela de Ouro ou Baião da Garoa) não intimidou o jovem cantor. Sem querer causar revolução alguma, ele consegue dar novidade a O Xote das Meninas - que vem lírica, numa intepretação que valoriza a melodia da introdução e inclui um belo solinho de violão. Vida de Viajante vem relaxada, num balanço suave, assim como Qui Nem Jiló (que, contrariando o título, ficou docinha). O cantor abraça a tradição agreste com força nas canções-gêmeas Asa Branca e A Volta da Asa Branca, e mesmo ao recriar seu pai - essencialmente um compositor urbano - prefere a nordestinidade crua de Festa. A Morte do Vaqueiro e Sabiá ganham até solos de slide no violão, reforçando sua brejeirice. No mais, Daniel fez o que a sabedoria aconselhou: apurou bem seu cantar e caprichou na elegância e discrição. Com isso (e contando com um repertório desses), não dá para errar.(Marco Antonio Barbosa)
Daniel fica a meio caminho entre a reverência ao cânone do Rei do Baião e a vontade de inserir sua personalidade nos clássicos que canta. Ter escolhido canções na maioria bem conhecidas (fora uma ou outra exceção, como Estrela de Ouro ou Baião da Garoa) não intimidou o jovem cantor. Sem querer causar revolução alguma, ele consegue dar novidade a O Xote das Meninas - que vem lírica, numa intepretação que valoriza a melodia da introdução e inclui um belo solinho de violão. Vida de Viajante vem relaxada, num balanço suave, assim como Qui Nem Jiló (que, contrariando o título, ficou docinha). O cantor abraça a tradição agreste com força nas canções-gêmeas Asa Branca e A Volta da Asa Branca, e mesmo ao recriar seu pai - essencialmente um compositor urbano - prefere a nordestinidade crua de Festa. A Morte do Vaqueiro e Sabiá ganham até solos de slide no violão, reforçando sua brejeirice. No mais, Daniel fez o que a sabedoria aconselhou: apurou bem seu cantar e caprichou na elegância e discrição. Com isso (e contando com um repertório desses), não dá para errar.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas