UM SORRISO NOS LÁBIOS
Emilio Santiago (2001)
Crítica
Cotação:
Um dos grandes homenageados do ano - afinal, lembramos em 2001 os dez anos de sua morte - Gonzaguinha é o mote do álbum Um Sorriso nos Lábios, mais um "projeto temático" do cantor Emílio Santiago após a série Aquarela Brasileira e do bem sucedido disco de bossa nova do ano passado. Pois bem, boas novas: Emílio fez um disco que, mesmo sem maiores pretensões, ficou à altura do compositor. Boa idéia foi substituir os arranjos meio plastificados/padronizados de Aquarela por uma sonoridade rica, ora cheia de detalhes, ora intimista e econômica. Outra sacada foi colocar não apenas os clássicos de Gonzaguinha no repertório. Eles estão quase todos aqui, claro, que Emílio não é bobo. Como também não é boba sua cancha de intérprete, sempre apurada, mas às vezes desperdiçada em eventuais besteiras ou diluídas em arranjos empastelados. Enfim, um tributo digno.
O produtor José Milton, requisitadíssimo pelas divas da MPB, fez um bom trabalho no disco ao equilibrar naipes de metais - quase onipresentes -, percussão sambística e violões, dando um providencial alívio nas cordas clássicas (que pelo excesso de uso já soam quase banalizadas em 2001). Por cima de tudo, sem mais segredos, as belas interpretações de Emílio. Ficou bonito o negócio. O cantor faz festa com os sambões de Gonzaguinha (E Vamos à Luta, O que É o que É) e passeia pela veia mais brejeira do compositor (Espere por Mim Morena, De Volta ao Começo) com a mesma leveza. Na hora das canções mais explicitamente derramadas, funciona a mão de José Milton segurando os excessos instrumentais. Ainda que a seção de violinos e violas quase comprometa Avassaladora, em outros vários momentos mais sutis - como Não Dá Mais Pra Segurar, só na voz e violão, ou Sangrando, plena de delicadeza - tudo sai com elegância e eficiência.(Marco Antonio Barbosa)
O produtor José Milton, requisitadíssimo pelas divas da MPB, fez um bom trabalho no disco ao equilibrar naipes de metais - quase onipresentes -, percussão sambística e violões, dando um providencial alívio nas cordas clássicas (que pelo excesso de uso já soam quase banalizadas em 2001). Por cima de tudo, sem mais segredos, as belas interpretações de Emílio. Ficou bonito o negócio. O cantor faz festa com os sambões de Gonzaguinha (E Vamos à Luta, O que É o que É) e passeia pela veia mais brejeira do compositor (Espere por Mim Morena, De Volta ao Começo) com a mesma leveza. Na hora das canções mais explicitamente derramadas, funciona a mão de José Milton segurando os excessos instrumentais. Ainda que a seção de violinos e violas quase comprometa Avassaladora, em outros vários momentos mais sutis - como Não Dá Mais Pra Segurar, só na voz e violão, ou Sangrando, plena de delicadeza - tudo sai com elegância e eficiência.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas