VIDA REAL
Autoramas (2001)
Crítica
Cotação:
Existem bandas de rock para as quais a repetição é quase uma benção - grupos como os Ramones, Cramps, ou para citar um exemplo caseiro, o Ultraje a Rigor. Uma vez atingida uma fórmula - sem conotação pejorativa! - básica e ideal, o negócio é pisar fundo e mandar álbum após álbum. Parece ser o caso dos Autoramas, trio carioca que lança agora seu segundo CD. Vida Real não tem fundamentalmente nenhum ingrediente a mais que o primeiro disco, Stress, Depressão e Síndrome do Pânico, e isso é o que menos importa. Basta dizer que o disco - gravado ao vivo no estúdio - resgata toda a energia que o trio consegue em seus notórios shows. Gabriel (guitarra/voz), Simone (baixo e agora também vocalista com maior destaque) e Bacalhau (bateria, mais em forma do que nunca) já nasceram prontos e acabados, com uma sonoridade única e divertidíssima - nascida do cruzamento do rock dos anos 60 com uma proposta estética (e um discurso) irônico e atualizadíssimo. Som cru, mas ainda assim plenamente pop e dançável.
Então, não é pecado nenhum repetir a dose. Os Autoramas apresentam 12 faixas novas (entre as quais duas covers) e regravam duas canções de seu primeiro disco (Autodestruição e Carinha Triste, não muito diferentes das originais). Soam inesperadamente românticos e popíssimos em Copersucar e na balada Sonhador - esta em clássico molde sessentista, uma delícia. Na outra ponta, o couro come em Paciência e Mais ou Menos. O trio também olha para o passado. Permite-se uma desencanadíssima reverência à niu ueive brasileira, no muito fiel cover de Você Não Soube Me Amar (sim, da Blitz!) e desencava Rio-São Paulo, bela composição do grupo Squonks (banda de curta duração na qual a baixista Simone tocou no começo dos anos 90). As letras, eterno destaque no charme do grupo, continuam hilárias - e ultra-ácidas. Basta verificar Eu Era Pop, cheia de recados nas entrelinhas para roqueiros famosos e ex-famosos, para conferir a verve do versador Gabriel. Ainda incluem um auto-cover (Aquela, música do Little Quail & The Mad Birds, primeira banda de Gabriel - e que fez muito sucesso gravada pelos Raimundos) e um novo número instrumental (Magma), uma tradição da banda.(Marco Antonio Barbosa)
Então, não é pecado nenhum repetir a dose. Os Autoramas apresentam 12 faixas novas (entre as quais duas covers) e regravam duas canções de seu primeiro disco (Autodestruição e Carinha Triste, não muito diferentes das originais). Soam inesperadamente românticos e popíssimos em Copersucar e na balada Sonhador - esta em clássico molde sessentista, uma delícia. Na outra ponta, o couro come em Paciência e Mais ou Menos. O trio também olha para o passado. Permite-se uma desencanadíssima reverência à niu ueive brasileira, no muito fiel cover de Você Não Soube Me Amar (sim, da Blitz!) e desencava Rio-São Paulo, bela composição do grupo Squonks (banda de curta duração na qual a baixista Simone tocou no começo dos anos 90). As letras, eterno destaque no charme do grupo, continuam hilárias - e ultra-ácidas. Basta verificar Eu Era Pop, cheia de recados nas entrelinhas para roqueiros famosos e ex-famosos, para conferir a verve do versador Gabriel. Ainda incluem um auto-cover (Aquela, música do Little Quail & The Mad Birds, primeira banda de Gabriel - e que fez muito sucesso gravada pelos Raimundos) e um novo número instrumental (Magma), uma tradição da banda.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
Mais ou menos (Kassin)