VOU SER FELIZ E JÁ VOLTO
Titãs / Paulo Miklos (2001)
Crítica
Cotação:
Dos trabalhos solo dos atuais Titãs, este Vou Ser Feliz e Já Volto, o segundo de Paulo Miklos, é o que mostra mais densidade por segundo de música. Se Nando Reis se esforça em aprimorar seus jogos poéticos e suas habilidades no violão folk e Sérgio Britto trabalha um lado mais ameno de sua personalidade punk, o terceiro titã resolve correr todos os riscos que a canção envolve, remexendo naqueles sentimentos contraditórios que ninguém quer pegar. Deles, extrai músicas invulgares, num disco em que nada é tão simples quanto parece. A base do som é predominantemente acústica, o que não quer dizer que este seja um disco leve. Lâmina de Vidro e Orgia (que traz um interessante diálogo com Marina Lima e os marcantes versos "Tudo o que você sempre quis/ Eu não sou/ Do que você mais precisa/ É só o que eu sou") têm imagens e idéias fortíssimas, discutindo temas como a desumanização e a busca do prazer - algo que não costuma dar sopa por aí em nossa música popular.
Talvez o melhor dos intérpretes dos Titãs (o mais elegante, ao menos), Miklos não decepciona, vestindo a camisa do disco e soltando os bichos num nível artístico bem alto. Ele é intenso nas horas em que deve ser, e muito terno quando a canção exige - caso das excelentes Todo o Tempo e Sinos Entre os Anjos. Tão sólido é o arcabouço do disco que ele permite a sustentação de faixas aparentemente díspares e de alguns rocks como Vai Acontecer de Novo e Mamãe Disse... Papai Disse - não exatamente tristes nem exatamente alegres, mas definitivamente adultos. O fecho do disco, com a leitura blues da näif O Milagre do Ladrão, é perfeito - sintetiza a coerência que Paulo Miklos conseguiu dentro de sua liberdade artística. Vamos agora esperar pelo que ele reserva para o próximo disco dos Titãs.(Silvio Essinger)
Talvez o melhor dos intérpretes dos Titãs (o mais elegante, ao menos), Miklos não decepciona, vestindo a camisa do disco e soltando os bichos num nível artístico bem alto. Ele é intenso nas horas em que deve ser, e muito terno quando a canção exige - caso das excelentes Todo o Tempo e Sinos Entre os Anjos. Tão sólido é o arcabouço do disco que ele permite a sustentação de faixas aparentemente díspares e de alguns rocks como Vai Acontecer de Novo e Mamãe Disse... Papai Disse - não exatamente tristes nem exatamente alegres, mas definitivamente adultos. O fecho do disco, com a leitura blues da näif O Milagre do Ladrão, é perfeito - sintetiza a coerência que Paulo Miklos conseguiu dentro de sua liberdade artística. Vamos agora esperar pelo que ele reserva para o próximo disco dos Titãs.(Silvio Essinger)
Faixas