SUCESSOS DE ZÉ KÉTI
Zé Kéti (1967)
1967
Mocambo
LP 40348
Crítica
Cotação:
Este é o primeiro disco solo do sambista carioca José Flores de Jesus, o Zé Kéti, morto em novembro passado, aos 78 anos. Foi lançado em 1967, pela gravadora pernambucana Mocambo, num momento de ascensão do compositor que, em meados dos 60, participou das rodas de samba do Zicartola, do show Opinião e estourou no carnaval daquele ano com a marcha-rancho Máscara Negra (parceria com Pereira Matos), incluída no repertório. Na época, com poucas exceções como a de Ataulfo Alves, o sambista não gravava suas próprias músicas. Era ainda obrigado a "colocar" suas composições nas vozes mais educadas dos "canários" (como o meio instrumental apelida os cantores). Zé é bom intérprete, sabe mandar com convicção entre blocos de sopros suingantes seus emblemas de protesto popularizados por Nara Leão como Opinião, Acender as Velas, Cicatriz (a parceria com Hermínio Bello de Carvalho que contabiliza: "pobre não é um/ pobre é mais de cem / muito mais de mil/ mais de um milhão") e o lírico Diz que Fui por Aí. Sem corresponder inteiramente ao título, Sucessos de Zé Kéti também traz pérolas mais obscuras do porte de Favelado, Poema de Botequim e Queixa (com Sidney Miller e Paulo Thiago). E tiros n’água como a bobinha Vestido Tubinho, o descosturado misto tríplice de oração, samba e marcha rancho Prece de Esperança e Viver!, uma tentativa de Máscara Negra Vol. 2 afogada em pieguice. Mas um disco que fecha na obra prima Mascarada (parceria com Elton Medeiros) não pode ficar no vermelho.(Tárik de Souza)
Faixas