ZECA APRESENTA QUINTAL DO PAGODINHO
Vários Intérpretes (2001)
Crítica
Cotação:
Não há quem ponha em dúvida as credenciais de Zeca Pagodinho como conhecedor de sambas e sambistas. Então, quando o partideiro de Xerém (RJ) se dispõe pela primeira vez a a avalizar, com seu nome, uma coletânea de compositores relativamente desconhecidos, interpretando composições próprias, é bom prestar atenção. Quintal do Pagodinho é o registro de uma literal festa entre Zeca e seus peixes - leia-se, 15 de seus compositores favoritos. Trata-se de matéria-prima finíssima do samba carioca, pura demonstração de malandragem explícita e de talento. Como era de se esperar, o resultado, tanto em termos de repertório quanto de sonoridade, não difere muito do padrão mantido por Zeca em seus próprios discos. Afinal, os autores são figuras fáceis na carreira de ZP e a produção do disco fica a cargo do mesmo Rildo Hora de sempre - responsável pelos arranjos, caprichados numa gorda seção percussiva, sem sintetizadores (amém!). Gravado ao vivo, o disco mantém o calor necessário ao espírito do projeto (ainda que por vezes tudo soe meio limpinho demais, com cara de retoque em estúdio). Acaba servindo como um retrato do que o samba ainda tem a oferecer em espontaneidade e bom-humor, artigos desprezados por dez entre dez bregodeiros metidos em ternos bem-cortados.
Difícil apontar destaques entre as 15 faixas, pois mesmo com as particularidades de cada um dos compositores/intérpretes, o resultado final é bem homogêneo. Vale a pena deter-se, no entanto, na impagável interpretação de Bidubi para Malandro Serrote, e no mesmo estilo, a hilárias O Cunhado (de e com Zé Roberto) e 18 Quilates e 50 que Mordem (Barbeirinho). No setor resgate, Wilson das Neves faz bonito com sua Essa É Pra Quem Bebe. Até mesmo na hora de enveredar pelo sempre inseguro terreno do samba romântico - onde qualquer excesso é breguice na certa - o Quintal não vacila, gerando a caprichada Chibatas do Destino (Rixxah).(Marco Antonio Barbosa)
Difícil apontar destaques entre as 15 faixas, pois mesmo com as particularidades de cada um dos compositores/intérpretes, o resultado final é bem homogêneo. Vale a pena deter-se, no entanto, na impagável interpretação de Bidubi para Malandro Serrote, e no mesmo estilo, a hilárias O Cunhado (de e com Zé Roberto) e 18 Quilates e 50 que Mordem (Barbeirinho). No setor resgate, Wilson das Neves faz bonito com sua Essa É Pra Quem Bebe. Até mesmo na hora de enveredar pelo sempre inseguro terreno do samba romântico - onde qualquer excesso é breguice na certa - o Quintal não vacila, gerando a caprichada Chibatas do Destino (Rixxah).(Marco Antonio Barbosa)
Faixas