Abril e Indie rivalizam com as <i>majors</i>
Duas gravadoras de porte médio ganham status de grande, atingindo vendagens milionárias, com nomes como Jorge Aragão, Frank Aguiar, Harmonia do Samba, Tribo de Jah, Capital Inicial e Vinny
Rodrigo Faour
03/01/2001
As gravadoras grandes que se cuidem! Já foi o tempo em que os pequenos selos não atingiam as majors. O ano de 2000 comprovou que o sol nasceu para todos na indústria do disco e anda brilhando especialmente para duas empresas: a Abril Music e a Indie Records. A primeira fechou o ano 2000 com a incrível marca de mais de dez milhões de discos vendidos. E a segunda, criada há quatro anos, começou com a marca de 250 mil cópias no primeiro ano, manteve-se no patamar de 750 mil nos dois anos seguintes e chega ao atual com o expressivo saldo de 1 milhão e 800 mil discos vendidos. Os motivos desse sucesso? Ter diretores artísticos tarimbados - João Augusto (Abril, que tem como presidente o mais tarimbado ainda Marcos Maynard) e Liber Gadelha (Indie), investir alto em divulgação e arregaçar as mangas para criar um cast interessante e, ao mesmo tempo, comercial.
Em apenas dois anos de atividades, a Abril Music se fixou no mercado abraçando os mais variados gêneros. Do inusitado Frank Aguiar - apelidado de Cãozinho dos Teclados, porque reza a lenda que ele uivava quando esquecia as letras das músicas em seus shows -, passando pelo samba popularesco do Harmonia do Samba, aos ressuscitados Capital Inicial e Ira!, o dançante Maurício Manieri e até o mestre da MPB Ivan Lins. Os números não mentem.
Entre os cartazes mais populares, Frank Aguiar vendeu 750 mil cópias de seu CD Volume 4, lançado em setembro de 1999. E neste ano de 2000, lançou mais dois volumes. O primeiro atingiu 800 mil cópias e o segundo, lançado mês passado, já abocanhou mais 500 mil. O Harmonia do Samba lançou o primeiro CD no final do ano passado e neste ano chegou a 750 mil. O segundo álbum do grupo, O Rodo, em dois meses já atingiu a marca do anterior. Do samba ao forró, o grupo Falamansa já chegou às 500 mil cópias do CD Deixa Entrar. Já os rapazes do Família Lima emplacaram 100 mil do álbum Para Você, lançado em julho. No mesmo mês, os teens do Twister lançaram seu disco de estréia e chegaram aos 250 mil compradores.
Cãozinho dos Teclados e Show do Milhão
No âmbito pop, a Abril conseguiu mais façanhas. Retirou do limbo o grupo Capital Inicial, que com o seu Acústico, lançado em maio de 2000, alcançou a incrível soma (para um grupo que estava há pelo menos 12 anos fora das paradas) de 350 mil cópias. Contemporâneo do Capital (e afastado das rádios há tanto tempo quanto ele), o Ira! também teve boa performance. Tanto Isso é Amor (lançado em outubro de 99) quanto MTV Ao Vivo (novembro de 2000) venderam, cada um, 75 mil cópias.
Ainda na seara pop, Maurício Manieri vendeu 400 mil de seu CD A Noite Inteira, que chegou às lojas em setembro de 1998. O recém-lançado Ao Vivo já emplacou 200 mil. Esperta, a gravadora também fez uma boa parceria com o SBT e com os três volumes do CD ROM Show do Milhão vendeu ao todo 450 mil exemplares. Já as coletâneas Domingão Legal e Sabadão chegaram à marca de 100 mil vendidos, cada uma. Nada mau...
Para continuar na liderança entre as gravadoras novas, a Abril investe logo no começo do ano em dois produtos bem diferentes: no axé/samba/caribe do grupo baiano Dr. Sevada (apadrinhado pela Ivete Sangalo) e no pop, com o disco solo de Branco Mello, dos Titãs.
A Indie Records, por sua vez, comendo pelas beiradas, já lambeu os beiços com tamanha fatia de mercado conquistada em seus quatro anos de existência - e o impulso dado em 2000 foi significativo. Suas vendas aumentaram muito por conta de fenônemos inusitados. Quem poderia prever que o sambista Jorge Aragão, que jamais fora grande vendedor de discos, chegaria às 600 mil cópias vendidas de seu CD ao vivo, emplacando uma versão instrumental de Ave Maria, de Gounod? E que o volume dois já saíra para o mercado com 250 mil cópias pré-vendidas e em dois meses chegaria às 400 mil? Pois é, mas é a mais pura verdade.
Outros êxitos da Indie são o grupo de reggae Tribo de Jah, que emplacou 110 mil de seu CD Véu de Maya e já encostou nas 80 mil com seu CD ao vivo recém-lançado. Na área do samba, Beth Carvalho em um mês já vendeu 70 mil de seu CD Pagode de Mesa 2. Já o coletivo Os Melhores do Ano II (cujo primeiro volume vendera mais de 200 mil) em dois meses já vendeu 70 mil. Finalmente, no gênero pop, o cantor Vinny - que ganhou Disco de Ouro (mais de 100 mil cópias) pelo álbum do ano passado - já vendeu 60 mil do atual, Quando o Tempo Pára.
Jerry Adriani, Chico Xavier e Jayme Arôxa
Para o 2001, as expectativas são as melhores para a Indie. A gravadora aposta fichas na banda LS Jack, que embora ainda não tenha vendido tanto, foi badalada na imprensa. No mesmo gênero, a Indie lança a novata Mariana Davis (que lança seu CD de estréia em janeiro, produzida por Robertinho do Recife). Entre os veteranos, Jerry Adriani, que chegou a um impensável Disco de Platina (mais de 250 mil discos), no ano passado, com seu CD com canções do Legião Urbana cantadas em italiano, também lança no começo do ano Tudo Me Lembra Você, CD cheio de romantismo. Assim como a Abril, a Indie decidiu diversificar ainda mais seu catálogo e nesse ano parte para CDs em parcerias as mais inusitadas.
Encontros com Chico Xavier trará o nonagenário mestre do espiritismo recitando vários dos textos mais importantes psicografados por ele durante toda sua vida. Para os pés de valsa, a Indie lançará um disco com a Orquestra Tupy e a Cia. de dança Jayme Arôxa, acompanhado de um vídeo gravado nos estúdios da Cinédia, mostrando os passos de cada ritmo. Finalmente, há também dois CDs engatilhados com duas rádios: um de samba, com a Transcontinental (SP), e um de funk, com a FM O Dia. O Rock in Rio - que terá em seu elenco diversos artistas da gravadora - também assinou um contrato com a Indie para lançar três CDs com a grife do festival.
Em apenas dois anos de atividades, a Abril Music se fixou no mercado abraçando os mais variados gêneros. Do inusitado Frank Aguiar - apelidado de Cãozinho dos Teclados, porque reza a lenda que ele uivava quando esquecia as letras das músicas em seus shows -, passando pelo samba popularesco do Harmonia do Samba, aos ressuscitados Capital Inicial e Ira!, o dançante Maurício Manieri e até o mestre da MPB Ivan Lins. Os números não mentem.
Entre os cartazes mais populares, Frank Aguiar vendeu 750 mil cópias de seu CD Volume 4, lançado em setembro de 1999. E neste ano de 2000, lançou mais dois volumes. O primeiro atingiu 800 mil cópias e o segundo, lançado mês passado, já abocanhou mais 500 mil. O Harmonia do Samba lançou o primeiro CD no final do ano passado e neste ano chegou a 750 mil. O segundo álbum do grupo, O Rodo, em dois meses já atingiu a marca do anterior. Do samba ao forró, o grupo Falamansa já chegou às 500 mil cópias do CD Deixa Entrar. Já os rapazes do Família Lima emplacaram 100 mil do álbum Para Você, lançado em julho. No mesmo mês, os teens do Twister lançaram seu disco de estréia e chegaram aos 250 mil compradores.
Cãozinho dos Teclados e Show do Milhão
No âmbito pop, a Abril conseguiu mais façanhas. Retirou do limbo o grupo Capital Inicial, que com o seu Acústico, lançado em maio de 2000, alcançou a incrível soma (para um grupo que estava há pelo menos 12 anos fora das paradas) de 350 mil cópias. Contemporâneo do Capital (e afastado das rádios há tanto tempo quanto ele), o Ira! também teve boa performance. Tanto Isso é Amor (lançado em outubro de 99) quanto MTV Ao Vivo (novembro de 2000) venderam, cada um, 75 mil cópias.
Ainda na seara pop, Maurício Manieri vendeu 400 mil de seu CD A Noite Inteira, que chegou às lojas em setembro de 1998. O recém-lançado Ao Vivo já emplacou 200 mil. Esperta, a gravadora também fez uma boa parceria com o SBT e com os três volumes do CD ROM Show do Milhão vendeu ao todo 450 mil exemplares. Já as coletâneas Domingão Legal e Sabadão chegaram à marca de 100 mil vendidos, cada uma. Nada mau...
Para continuar na liderança entre as gravadoras novas, a Abril investe logo no começo do ano em dois produtos bem diferentes: no axé/samba/caribe do grupo baiano Dr. Sevada (apadrinhado pela Ivete Sangalo) e no pop, com o disco solo de Branco Mello, dos Titãs.
A Indie Records, por sua vez, comendo pelas beiradas, já lambeu os beiços com tamanha fatia de mercado conquistada em seus quatro anos de existência - e o impulso dado em 2000 foi significativo. Suas vendas aumentaram muito por conta de fenônemos inusitados. Quem poderia prever que o sambista Jorge Aragão, que jamais fora grande vendedor de discos, chegaria às 600 mil cópias vendidas de seu CD ao vivo, emplacando uma versão instrumental de Ave Maria, de Gounod? E que o volume dois já saíra para o mercado com 250 mil cópias pré-vendidas e em dois meses chegaria às 400 mil? Pois é, mas é a mais pura verdade.
Outros êxitos da Indie são o grupo de reggae Tribo de Jah, que emplacou 110 mil de seu CD Véu de Maya e já encostou nas 80 mil com seu CD ao vivo recém-lançado. Na área do samba, Beth Carvalho em um mês já vendeu 70 mil de seu CD Pagode de Mesa 2. Já o coletivo Os Melhores do Ano II (cujo primeiro volume vendera mais de 200 mil) em dois meses já vendeu 70 mil. Finalmente, no gênero pop, o cantor Vinny - que ganhou Disco de Ouro (mais de 100 mil cópias) pelo álbum do ano passado - já vendeu 60 mil do atual, Quando o Tempo Pára.
Jerry Adriani, Chico Xavier e Jayme Arôxa
Para o 2001, as expectativas são as melhores para a Indie. A gravadora aposta fichas na banda LS Jack, que embora ainda não tenha vendido tanto, foi badalada na imprensa. No mesmo gênero, a Indie lança a novata Mariana Davis (que lança seu CD de estréia em janeiro, produzida por Robertinho do Recife). Entre os veteranos, Jerry Adriani, que chegou a um impensável Disco de Platina (mais de 250 mil discos), no ano passado, com seu CD com canções do Legião Urbana cantadas em italiano, também lança no começo do ano Tudo Me Lembra Você, CD cheio de romantismo. Assim como a Abril, a Indie decidiu diversificar ainda mais seu catálogo e nesse ano parte para CDs em parcerias as mais inusitadas.
Encontros com Chico Xavier trará o nonagenário mestre do espiritismo recitando vários dos textos mais importantes psicografados por ele durante toda sua vida. Para os pés de valsa, a Indie lançará um disco com a Orquestra Tupy e a Cia. de dança Jayme Arôxa, acompanhado de um vídeo gravado nos estúdios da Cinédia, mostrando os passos de cada ritmo. Finalmente, há também dois CDs engatilhados com duas rádios: um de samba, com a Transcontinental (SP), e um de funk, com a FM O Dia. O Rock in Rio - que terá em seu elenco diversos artistas da gravadora - também assinou um contrato com a Indie para lançar três CDs com a grife do festival.