Abril Pro Rock luta para chegar à 10º edição
Evento terá etapa em Pernambuco, de 19 a 21 de abril, e outra em São Paulo, a partir do dia 22; o festival resiste apesar da falta de apoios
Marco Antonio Barbosa
18/04/2002
A música do Recife não é mais a mesma desde abril de 1993, ano em que se realizou a primeira edição do festival Abril Pro Rock. Nestes nove anos, o evento mudou não apenas a música da capital pernambucana, mas também os sons feitos em todo o Brasil - transformando-se no mais importante festival pop do país. Em 2002, o APR chega a sua décima edição lutando contra certas dificuldades crônicas (leia-se falta de patrocínio) e com um perfil bem diferente do pioneiro evento de 1993. Ainda assim, por três dias (de sexta, dia 19, ao domingo, 21), Pernambuco vira a capital musical do país. Como nos últimos anos, o Abril Pro Rock será realizado no Centro de Convenções Pernambuco, na divisa entre as cidades de Olinda e Recife, e também contará com uma edição realizada em São Paulo, que começa na próxima segunda (dia 22).
O slogan original do APR ("Vá mesmo sem conhecer todas as bandas. Elas não conhecem você e vão") praticamente não se aplica mais à realidade atual do evento, que este ano terá como grandes estrelas os grupos Rodox - com o ex-vocalista dos Raimundos, Rodolfo, fazendo sua reestréia -, Pato Fu e Sepultura. Tom Zé e o mundo livre S/A, velhos conhecidos do festival, também darão as caras. Completando a escalação de 19 atrações, estão os já tradicionais convidados estrangeiros: Stephen Malkmus (ex-vocalista do grupo americano Pavement), as bandas britânicas Charlatans e The Mission, e os argentinos do Ataque 77. Ainda assim, segundo Paulo André Pires, produtor e idealizador do evento, a tônica de investir no novo continua válida. "Continuamos com a idéia de trazer propostas inéditas, sejam grupos reconhecidos lá do exterior ou bandas totalmente desconhecidas do Nordeste", afirmou o produtor, à frente do APR desde a primeira edição.
Os dias heróicos do começo dos anos 90, quando o festival era a vitrine do manguebeat (com nomes como Chico Science, mundo livre e Jorge Cabeleira), ficaram para trás. Assim como o fim da década passada, época em que o Abril Pro Rock viu seu prestígio crescer nacionalmente e transformou-se em trampolim para o estrelato - que o digam os Los Hermanos, contratados pela Abril Music depois de uma marcante apresentação na edição de 1999. Em 2002, a história é bem outra, e os organizadores tiveram que suar para conseguir o dinheiro (estimado em R$ 600 mil) para tirar o festival do papel. A Secretaria de Cultura de Pernambuco, a prefeitura do Recife, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco e a cerveja Kaiser - esta entrando de última hora - foram os mecenas da vez. Ainda assim, o Abril Pro Rock depende e muito do retorno de bilheteria para se tornar rentável.
As atrações em Pernambuco
Sexta, 19/04: A abertura fica a cargo dos Textículos de Mary, banda local que foi uma das sensações do APR 2001 - tanto por seu som energético e pesado, quanto pelo fato dos integrantes tocarem vestidos de mulher. Em seguida vêm os brasilienses do Prot(o), com seu rock revivalista; o punk rock dos Subversivos (PE); o grupo gótico inglês The Mission; e, fechando, os dois maiores nomes da noite, os mineiros do Pato Fu e o Rodox, que faz o último show do primeiro dia do festival.
Sábado, 20/04: Os sábados do APR são tradicionalmente legados ao rock pesado, e este não será diferente. A grande estrela da noite é o Sepultura, que dispensa maiores comentários. Outra aposta nacional é o Krisiun (RS), grupo que vem sendo apontado como um possível sucessor do Sepultura no setor "metal brasileiro para exportação". Antes deles tocam os argentinos punk do Attaque 77 e a trinca pernambucana Decomposed God (death metal), os Cachorros (misturando skate-punk e nu-metal) e Prole (punk).
Domingo, 21/04: É o dia mais eclético do festival, que tem como atrações principais os roqueiros "importados" The Charlatans e Stephen Malkmus. Tom Zé e o mundo livre S/A são os encarregados de esquentar o público para os shows gringos. Antes deles, tocam quatro bandas pernambucanas. O Bonsucesso Samba Clube já despertou a atenção da imprensa (e encara seu segundo APR consecutivo); já o Mombojó, o Chá de Zabumba e o Bubuska, mais novatos, investem na revitalização do regionalismo local.
As atrações em São Paulo
Segunda, 22/04 (Olympia): Os Los Hermanos abrem para os ingleses do The Charlatans.
Quarta, 24/04 (Sesc Pompéia): Dia de rock barulhento mas melódico, com o Prot(o), os cariocas do Leela e o americano Stephen Malkmus.
Quinta, 25/04 (Sesc Pompéia): Mais barulho, com os Thee Butchers Orchestra (SP) e os Pullovers (SP) abrindo para Stephen Malkmus.
Sexta, 26/04 (Sesc Pompéia): Noite eletrônica, com duas atrações internacionais: os DJs Karsh Kale (EUA) e Digicay (França).
Sábado, 27/04 (Sesc Pompéia): A grande surpresa da etapa paulistana do APR é o show que fecha esta noite, juntando o grupo carioca Vulgue Tostói e o compositor Jards Macalé. Os inventivos paraibanos do Cabruêra e os pernambucanos do Mombojó completam o time.
O slogan original do APR ("Vá mesmo sem conhecer todas as bandas. Elas não conhecem você e vão") praticamente não se aplica mais à realidade atual do evento, que este ano terá como grandes estrelas os grupos Rodox - com o ex-vocalista dos Raimundos, Rodolfo, fazendo sua reestréia -, Pato Fu e Sepultura. Tom Zé e o mundo livre S/A, velhos conhecidos do festival, também darão as caras. Completando a escalação de 19 atrações, estão os já tradicionais convidados estrangeiros: Stephen Malkmus (ex-vocalista do grupo americano Pavement), as bandas britânicas Charlatans e The Mission, e os argentinos do Ataque 77. Ainda assim, segundo Paulo André Pires, produtor e idealizador do evento, a tônica de investir no novo continua válida. "Continuamos com a idéia de trazer propostas inéditas, sejam grupos reconhecidos lá do exterior ou bandas totalmente desconhecidas do Nordeste", afirmou o produtor, à frente do APR desde a primeira edição.
Os dias heróicos do começo dos anos 90, quando o festival era a vitrine do manguebeat (com nomes como Chico Science, mundo livre e Jorge Cabeleira), ficaram para trás. Assim como o fim da década passada, época em que o Abril Pro Rock viu seu prestígio crescer nacionalmente e transformou-se em trampolim para o estrelato - que o digam os Los Hermanos, contratados pela Abril Music depois de uma marcante apresentação na edição de 1999. Em 2002, a história é bem outra, e os organizadores tiveram que suar para conseguir o dinheiro (estimado em R$ 600 mil) para tirar o festival do papel. A Secretaria de Cultura de Pernambuco, a prefeitura do Recife, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco e a cerveja Kaiser - esta entrando de última hora - foram os mecenas da vez. Ainda assim, o Abril Pro Rock depende e muito do retorno de bilheteria para se tornar rentável.
As atrações em Pernambuco
Sexta, 19/04: A abertura fica a cargo dos Textículos de Mary, banda local que foi uma das sensações do APR 2001 - tanto por seu som energético e pesado, quanto pelo fato dos integrantes tocarem vestidos de mulher. Em seguida vêm os brasilienses do Prot(o), com seu rock revivalista; o punk rock dos Subversivos (PE); o grupo gótico inglês The Mission; e, fechando, os dois maiores nomes da noite, os mineiros do Pato Fu e o Rodox, que faz o último show do primeiro dia do festival.
Sábado, 20/04: Os sábados do APR são tradicionalmente legados ao rock pesado, e este não será diferente. A grande estrela da noite é o Sepultura, que dispensa maiores comentários. Outra aposta nacional é o Krisiun (RS), grupo que vem sendo apontado como um possível sucessor do Sepultura no setor "metal brasileiro para exportação". Antes deles tocam os argentinos punk do Attaque 77 e a trinca pernambucana Decomposed God (death metal), os Cachorros (misturando skate-punk e nu-metal) e Prole (punk).
Domingo, 21/04: É o dia mais eclético do festival, que tem como atrações principais os roqueiros "importados" The Charlatans e Stephen Malkmus. Tom Zé e o mundo livre S/A são os encarregados de esquentar o público para os shows gringos. Antes deles, tocam quatro bandas pernambucanas. O Bonsucesso Samba Clube já despertou a atenção da imprensa (e encara seu segundo APR consecutivo); já o Mombojó, o Chá de Zabumba e o Bubuska, mais novatos, investem na revitalização do regionalismo local.
As atrações em São Paulo
Segunda, 22/04 (Olympia): Os Los Hermanos abrem para os ingleses do The Charlatans.
Quarta, 24/04 (Sesc Pompéia): Dia de rock barulhento mas melódico, com o Prot(o), os cariocas do Leela e o americano Stephen Malkmus.
Quinta, 25/04 (Sesc Pompéia): Mais barulho, com os Thee Butchers Orchestra (SP) e os Pullovers (SP) abrindo para Stephen Malkmus.
Sexta, 26/04 (Sesc Pompéia): Noite eletrônica, com duas atrações internacionais: os DJs Karsh Kale (EUA) e Digicay (França).
Sábado, 27/04 (Sesc Pompéia): A grande surpresa da etapa paulistana do APR é o show que fecha esta noite, juntando o grupo carioca Vulgue Tostói e o compositor Jards Macalé. Os inventivos paraibanos do Cabruêra e os pernambucanos do Mombojó completam o time.