Águas passadas movem moinho da MPB
Terceiro lugar no Festival da Globo, música de Bilora já havia tirado terceiro lugar em Festival da Canção em Viçosa. Regulamento era claro: músicas apresentadas deveriam ser inéditas
Nana Vaz de Castro
19/09/2000
Tempo das Águas, música do mineiro Valmir Ribeiro de Carvalho, o Bilora, que ficou com terceiro lugar do Festival da Música Brasileira (cuja final se deu no último dia 16), já havia recebido um prêmio anteriormente, no III Festival da Canção de Viçosa (MG), em 1999. Da mesma forma, Pra se Juntar a Nós, de Carlinhos do Cavaco – indicado para o prêmio de melhor intérprete, que acabou ficando com Ná Ozzetti – foi gravado em 1997 no disco do compositor, intitulado Carlinhos do Cavaco. O disco de Carlinhos, independente, chegou a ser distribuído pela CID, mas está fora de catálogo. "Houve muito pouca divulgação desse disco, então a meu ver a música permanecia inédita, pois eu estava fora da mídia", diz Carlinhos.
O regulamento do Festival, entretanto, é explícito: diz que a obra deveria ser inédita, e frisa: "Considera-se ‘obra musical inédita’, para todos os efeitos do Festival da Música Brasileira, aquela cuja letra e música não tenha sido editada, não tenha sido gravada e não tenha sido apresentada publicamente até a sua participação em qualquer etapa eliminatória do Festival".
Bilora, que ganhou R$ 150 mil pela terceira colocação no Festival da Música Brasileira, não nega que participou de outro festival com Tempo das Águas: "Mas fizemos muitas modificações, no arranjo e até na letra. A música foi toda reformulada". Bilora se defende alegando que a música, apesar do mesmo título e da mesma idéia, era "praticamente outra".
Já Carlinhos do Cavaco afirma que, mesmo sabendo que toda música gravada comercialmente perde o ineditismo, inscreveu Pra se Juntar a Nós no festival sem esperanças de ser classificado. "Realmente não agi com má-fé. A música foi gravada mas permanecia inédita para todo o Brasil – aliás, até para o pessoal do meu bairro. Agora sim, depois do festival, ela não está mais inédita", diz o compositor, ressaltando: "Lembro que havia a cláusula dizendo que a música devia ser inédita, mas não lembro nada específico sobre gravação."
O regulamento do Festival, entretanto, é explícito: diz que a obra deveria ser inédita, e frisa: "Considera-se ‘obra musical inédita’, para todos os efeitos do Festival da Música Brasileira, aquela cuja letra e música não tenha sido editada, não tenha sido gravada e não tenha sido apresentada publicamente até a sua participação em qualquer etapa eliminatória do Festival".
Bilora, que ganhou R$ 150 mil pela terceira colocação no Festival da Música Brasileira, não nega que participou de outro festival com Tempo das Águas: "Mas fizemos muitas modificações, no arranjo e até na letra. A música foi toda reformulada". Bilora se defende alegando que a música, apesar do mesmo título e da mesma idéia, era "praticamente outra".
Já Carlinhos do Cavaco afirma que, mesmo sabendo que toda música gravada comercialmente perde o ineditismo, inscreveu Pra se Juntar a Nós no festival sem esperanças de ser classificado. "Realmente não agi com má-fé. A música foi gravada mas permanecia inédita para todo o Brasil – aliás, até para o pessoal do meu bairro. Agora sim, depois do festival, ela não está mais inédita", diz o compositor, ressaltando: "Lembro que havia a cláusula dizendo que a música devia ser inédita, mas não lembro nada específico sobre gravação."