Áudio via web vai dominar em poucos anos

Pesquisa americana indica que o áudio via internet vai sair do PC e reinar nos aparelhos portáteis sem fio. A diferença estará na capacidade de personalização.

Vicente Tardin
26/05/2000
Estudo realizado nos Estados Unidos pela empresa de pesquisas Forrester Research indica que em um prazo de cinco anos o áudio digital será tão comum como hoje são as notícias no rádio, na televisão e no jornal.

O áudio transmitido pela internet vai ter praticamente o dom da ubiqüidade, presente em todo lugar transmitindo música, notícias e propaganda – mais ou menos como a tevê e o rádio hoje, só que acrescentando as qualidades inerentes da internet.

A pesquisa prevê que dentro de cinco anos um total de 188 milhões de consumidores estará exposto o tempo todo à transmissão de áudio digital, como se fosse uma nova era do rádio. As rádios que você escuta em CliqueMusic, por exemplo, seriam apenas o começo desta escalada, que logo sairia do PC para chegar aos aparelhos portáteis.

Para ganhar o espaço, o áudio digital tende a percorrer alguns passos, de hoje a cinco anos. De forma geral, até o ano que vem o computador pessoal permaneceria como a principal interface unindo CDs, arquivos de música, MP3 players, streaming de áudio e continuaria sendo também o lugar onde o usuário pode gerenciar seus arquivos de música.

O passo seguinte à era dos PCs seria a chegada dos aparelhos portáteis de baixo custo, mas com acesso veloz à internet, permitindo streaming de qualidade e download de arquivos. Os walkmans do amanhã vão buscar as músicas na internet e serão comuns entre 2002 e 2004, prevê a Forrester. Um telefone celular turbinado pode ser um aparelho deste tipo.

Em seguida viria a fase em que estes aparelhos sem fio estariam ainda mais desenvolvidos, com acesso à internet de alta velocidade e recebendo conteúdo personalizado criado por empresas de mídia. Recebendo também, é claro, uma propaganda cada vez mais focada e personalizada. A tendência é o consumidor possuir assinaturas, pagas ou gratuitas, de serviços de informação, que naturalmente incluiriam a transmissão de música segundo critérios definidos por usuários.

O cenário apontado pela pesquisa sugere também uma segmentação cada vez maior da propaganda, que de certa forma assim estaria cumprindo uma das promessas da internet - a capacidade de segmentar informação de forma bastante individual e, consequentemente, lucrar mais com isso.