Bangalafumenga: o som vira-lata do Rio de Janeiro
Banda que promove mistura de sons tipicamente cariocas, como o samba e o funk, surge como uma das mais promissoras apostas do ano, chancelada por nomes como Fernanda Abreu e Zélia Duncan
Nana Vaz de Castro
05/04/2001
O nome é esquisito. Bangalafumenga, segundo o Aurélio, é sinônimo de joão-ninguém,indivíduo insignificante, sujeito à-toa. Já o diminutivo carinhoso "banga", como os íntimos tratam o grupo, é casa mal construída, ou ainda lugar onde se produzem e consomem bebidas alcoólicas. Quem resgatou o termo foi o poeta e agitador cultural Chacal. "Ele tirou de um livro do Orestes Barbosa, parece que bangalafumenga era um lugar onde aconteciam festas de música, de samba e batuque, coisas que eram meio proibidas no início do século", conta Rodrigo Maranhão, vocalista, cavaquinista e principal compositor do Banga, que abre nesta sexta, no Ballroom (RJ), o Projeto Cardume, um afilhado do Humaitá pra Peixe (veja a programação completa).
A história do grupo começa no carnaval de 1998, quando Chacal montou o projeto Bangalafumenga, no Teatro do Planetário do Rio de Janeiro. A cada semana trazendo convidados, por lá passaram Lenine, Fernanda Abreu, Seu Jorge (ex-Farofa Carioca), Marcelo D2 e Walter Alfaiate, sempre acompanhados por um conjunto de jovens interessados em samba. O conjunto acabou virando bloco e o bloco virou banda, formada por três percussionistas (André Moreno, André Bava e Dudu Fuentes), um baixista (Thiago Di Sabbato) e o cavaquinho eletrificado de Maranhão, que desempenha o tradicional papel da guitarra, com direito a pedais e efeitos.
O Banga ainda está preparando seu primeiro disco. Algumas faixas já foram gravadas, de forma independente, mas é possível que o CD seja finalizado de outra forma. "Estamos de namoro com alguns selos, mas nada de concreto por enquanto. De qualquer forma preferimos os selos menores, para podermos conversar com as pessoas que estão por trás", diz Maranhão. Medo das grandes gravadoras? "É, um pouco. Não queremos ficar presos a uma máquina muito grande", explica.
De qualquer forma, as gravações foram interrompidas para outros projetos, entre eles o show desta sexta, onde o Bangalafumenga vai mostrar sua música de difícil definição. "As pessoas têm uma necessidade de definir o tipo de som, isso é difícil, mas acho que o mais fiel seria dizer que é uma batucada. Porque há outros elementos, como a coisa funkeada, que é muito forte mas não é preponderante. Já a batucada é, sem dúvida, o que prepondera", tenta explicar Maranhão. Ele ressalta ainda o caráter miscigenado do tipo que música que fazem, característica bem carioca: "A gente é do Rio, não adianta. Não tem a bandeira da pureza, da raiz. A raiz é o som vira-lata, a miscigenação". No show, os músicos receberão convidados especiais, como os percussionistas do Monobloco, que agitaram o carnaval de rua carioca em 2001, e o rapper Marcelo D2.
As apresentações ao vivo têm feito a fama do Banga. Foi em shows que Maranhão travou contato com Fernanda Abreu, e, mais tarde, Zélia Duncan. Fernanda quis gravar o Rap do Real
na mesma época em que Pedro Luís e a Parede já estavam gravando para o disco É Tudo 1 Real
. Para evitar a repetição, decidiram iniciar uma nova parceria, e dali nasceu Baile da Pesada
, um dos carros-chefes do último disco de Fernanda, Entidade Urbana
.
Zélia também conheceu o trabalho do grupo em um show no Hipódromo Up, e já reservou duas músicas de Maranhão para seu novo disco, que sai na semana que vem. Apesar de seu sucesso como compositor, Maranhão nem pensa em carreira solo: "Não penso em fazer carreira fora do Banga, o reconhecimento que meu trabalho está tendo veio através do grupo, não dá pra dissociar." Não obstante, o rapaz já foi gravado por Verônica Sabino e Rita de Cássia (ex-Peixoto). É esperar pra ver.
A história do grupo começa no carnaval de 1998, quando Chacal montou o projeto Bangalafumenga, no Teatro do Planetário do Rio de Janeiro. A cada semana trazendo convidados, por lá passaram Lenine, Fernanda Abreu, Seu Jorge (ex-Farofa Carioca), Marcelo D2 e Walter Alfaiate, sempre acompanhados por um conjunto de jovens interessados em samba. O conjunto acabou virando bloco e o bloco virou banda, formada por três percussionistas (André Moreno, André Bava e Dudu Fuentes), um baixista (Thiago Di Sabbato) e o cavaquinho eletrificado de Maranhão, que desempenha o tradicional papel da guitarra, com direito a pedais e efeitos.
O Banga ainda está preparando seu primeiro disco. Algumas faixas já foram gravadas, de forma independente, mas é possível que o CD seja finalizado de outra forma. "Estamos de namoro com alguns selos, mas nada de concreto por enquanto. De qualquer forma preferimos os selos menores, para podermos conversar com as pessoas que estão por trás", diz Maranhão. Medo das grandes gravadoras? "É, um pouco. Não queremos ficar presos a uma máquina muito grande", explica.
De qualquer forma, as gravações foram interrompidas para outros projetos, entre eles o show desta sexta, onde o Bangalafumenga vai mostrar sua música de difícil definição. "As pessoas têm uma necessidade de definir o tipo de som, isso é difícil, mas acho que o mais fiel seria dizer que é uma batucada. Porque há outros elementos, como a coisa funkeada, que é muito forte mas não é preponderante. Já a batucada é, sem dúvida, o que prepondera", tenta explicar Maranhão. Ele ressalta ainda o caráter miscigenado do tipo que música que fazem, característica bem carioca: "A gente é do Rio, não adianta. Não tem a bandeira da pureza, da raiz. A raiz é o som vira-lata, a miscigenação". No show, os músicos receberão convidados especiais, como os percussionistas do Monobloco, que agitaram o carnaval de rua carioca em 2001, e o rapper Marcelo D2.
As apresentações ao vivo têm feito a fama do Banga. Foi em shows que Maranhão travou contato com Fernanda Abreu, e, mais tarde, Zélia Duncan. Fernanda quis gravar o Rap do Real
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Zélia também conheceu o trabalho do grupo em um show no Hipódromo Up, e já reservou duas músicas de Maranhão para seu novo disco, que sai na semana que vem. Apesar de seu sucesso como compositor, Maranhão nem pensa em carreira solo: "Não penso em fazer carreira fora do Banga, o reconhecimento que meu trabalho está tendo veio através do grupo, não dá pra dissociar." Não obstante, o rapaz já foi gravado por Verônica Sabino e Rita de Cássia (ex-Peixoto). É esperar pra ver.