Bebel Gilberto diz não ter pressa de cantar no Brasil
Com 150 mil cópias de seu disco, Tanto Tempo, vendidas nos Estados Unidos, a cantora passa pelo país, mas só deve fazer shows por aqui em meados do ano que vem
Carlos Calado
08/12/2000
Bebel Gilberto ainda parece surpresa com a repercussão internacional de Tanto Tempo (leia a crítica), seu álbum lançado sete meses atrás pelo selo norte-americano Ziriguiboom em parceria com a gravadora belga Crammed Discs, que só saiu no Brasil algumas semanas atrás, pela Universal Music. "Nunca imaginei que faria esse sucesso nos Estados Unidos", disse a cantora e compositora ontem à noite, pouco antes de iniciar uma informal sessão de autógrafos na loja de discos Saraiva Music Hall, em São Paulo. Bebel informou que seu CD já vendeu cerca de 150 mil discos nos EUA e cerca de 50 mil na Europa. Segundo o jornal The New York Times, trata-se do maior sucesso de vendagem de um artista brasileiro nos EUA desde Sérgio Mendes, na década de 60 (embora Eumir Deodato, com seu 2001, tenha ido bem mais longe do que isso).
Curiosamente, o público brasileiro tem poucas chances de vê-la cantar ao vivo antes de meados de 2001. "Ainda estamos estudando os melhores lugares. A pressa é inimiga da perfeição", disse Bebel, admitindo que, em São Paulo, tem uma simpatia especial pelo palco do Bourbon Street, um clube voltado ao jazz e ao blues. Essa demora, segundo ela, deve-se aos compromissos já assumidos com a divulgação de seu disco no exterior. Em janeiro, Bebel tem shows agendados em Tóquio, no Japão. Em fevereiro, ela volta a se apresentar na França, depois de lotar os 1200 lugares da casa de shows parisiense Le Bataclan. "Paris foi decididamente uma loucura", comentou a cantora, que em março vai retornar também à América do Norte, onde já fez duas bem-sucedidas turnês neste ano. No Canadá, seu disco lidera atualmente a parada de world music.
A possibilidade de uma aparição-surpresa no show de João Gilberto, seu pai, que se apresenta no Tom Brasil, em São Paulo, neste fim-de-semama, também foi descartada por Bebel. "Não há a menor chance", disse ela, depois de revelar que seu disco caiu nas graças do mestre da bossa. "Acho que ele gostou. Claro que ele sempre vai estar mudando de opinião, o que eu acho superpositivo", comentou a cantora. Apesar de incluir nesse CD clássicos da bossa nova, como o Samba de Verão (de Marcos e Paulo Sérgio Valle) e o Samba da Benção (de Baden Powell), Bebel opta por referir-se ao seu trabalho como "música brasileira moderna". "Seria muita pretensão chamar de bossa nova, sendo filha de quem eu sou. Prefiro fugir dos rótulos."
O fato de sua composição Sem Contenção estar puxando as vendas de seu álbum na Europa, ou ainda o de ter feito recentemente uma canção a pedido da cultuada cantora cabo-verdiana Cesária Évora, não parecem ter diminuído a modéstia de Bebel. "Ainda tenho um longo caminho pela frente em relação a escrever letras", afirmou. Para seu crescente fã-clube brasileiro, que gostaria de vê-la cantando no país antes de meados de 2001, ela deixa uma pequena esperança. "Se surgir uma oportunidade, o show pode até acontecer antes. Estou o tempo todo com a cabeça aqui".
Curiosamente, o público brasileiro tem poucas chances de vê-la cantar ao vivo antes de meados de 2001. "Ainda estamos estudando os melhores lugares. A pressa é inimiga da perfeição", disse Bebel, admitindo que, em São Paulo, tem uma simpatia especial pelo palco do Bourbon Street, um clube voltado ao jazz e ao blues. Essa demora, segundo ela, deve-se aos compromissos já assumidos com a divulgação de seu disco no exterior. Em janeiro, Bebel tem shows agendados em Tóquio, no Japão. Em fevereiro, ela volta a se apresentar na França, depois de lotar os 1200 lugares da casa de shows parisiense Le Bataclan. "Paris foi decididamente uma loucura", comentou a cantora, que em março vai retornar também à América do Norte, onde já fez duas bem-sucedidas turnês neste ano. No Canadá, seu disco lidera atualmente a parada de world music.
A possibilidade de uma aparição-surpresa no show de João Gilberto, seu pai, que se apresenta no Tom Brasil, em São Paulo, neste fim-de-semama, também foi descartada por Bebel. "Não há a menor chance", disse ela, depois de revelar que seu disco caiu nas graças do mestre da bossa. "Acho que ele gostou. Claro que ele sempre vai estar mudando de opinião, o que eu acho superpositivo", comentou a cantora. Apesar de incluir nesse CD clássicos da bossa nova, como o Samba de Verão (de Marcos e Paulo Sérgio Valle) e o Samba da Benção (de Baden Powell), Bebel opta por referir-se ao seu trabalho como "música brasileira moderna". "Seria muita pretensão chamar de bossa nova, sendo filha de quem eu sou. Prefiro fugir dos rótulos."
O fato de sua composição Sem Contenção estar puxando as vendas de seu álbum na Europa, ou ainda o de ter feito recentemente uma canção a pedido da cultuada cantora cabo-verdiana Cesária Évora, não parecem ter diminuído a modéstia de Bebel. "Ainda tenho um longo caminho pela frente em relação a escrever letras", afirmou. Para seu crescente fã-clube brasileiro, que gostaria de vê-la cantando no país antes de meados de 2001, ela deixa uma pequena esperança. "Se surgir uma oportunidade, o show pode até acontecer antes. Estou o tempo todo com a cabeça aqui".