Bertelsmann compra parte do Napster

Acordo prevê serviço pago por assinatura; outras gravadoras podem aderir

Vicente Tardin
01/11/2000
A saída mais óbvia para a sinuca do Napster finalmente aparece: a Bertelsmann, empresa alemã de mídia e também uma das gravadoras que processa o serviço de troca de arquivos, fecha um acordo com o até então inimigo e juntos anunciam um serviço por assinatura que permite o download de músicas.

Uma coletiva de imprensa em Nova York reuniu Thomas Middelhoff, o executivo principal da Bertelsmann, e pelo lado do Napster o fundador Shawn Fanning e o executivo Hank Barry. Os três se abraçaram em público e brindaram o futuro.

A Bertelsmann, que recentemente adquiriu o site CDNow, vai oferecer um empréstimo ao Napster para a criação de um serviço de assinatura e será dona de uma parte pequena da empresa. O acordo abre espaço para outros semelhantes com outras grandes gravadoras.

A Bertelsmann afirmou que diante da força do modelo de troca de arquivos não há o que fazer, a não ser aderir e construir um negócio nestas bases. Por parte do Napster, a promessa é manter o serviço mais ou menos nos moldes atuais, sem grandes mudanças. O Napster continuará oferecendo músicas gratuitamente, mas haverá uma área segura para assinantes, onde as pessoas terão acesso ao catálogo da Bertelsmann e outras gravadoras que aderirem.

Apesar da hipótese das gravadoras assumirem o Napster ter sido comentada aqui neste espaço como a hipótese mais plausível, não deixa de ser um pouco chocante ver Napster e Bertelsmann juntas recebendo a imprensa para anunciar planos. Talvez por isso maiores detalhes técnicos sobre como seria o novo serviço não chegaram a ser comentados, mas falou-se em uma faixa de preço possível para o valor da assinatura, que pode girar em torno de US$ 5 dólares mensais.

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