Carnaval 2001 na Sapucaí: o samba em segundo plano
Poucos foram os grandes nomes da MPB que participaram dos desfiles no Sambódromo. A tônica foi o espetáculo, com direito a silicone, bateria iluminada, Silvio Santos e homem voador
CliqueMusic
28/02/2001
Mais uma vez o carnaval chega e não é o samba que está em primeiro lugar e sim o grande espetáculo, o que inclui as fofocas sobre as celebridades e - principalmente - sobre a sua plástica. Esse ano teve litros e litros de silicone a mais, fora os já tradicionais torsos trabalhados centímetro a centímetro nas academias. A maior novidade do desfile deste ano apareceu nos 44 minutos do segundo tempo. O carnavalesco Joãosinho Trinta (sempre ele!) roubou a atenção de todos escalando um dublê de astronauta americano que, desafiando a gravidade da folia carioca, levantou vôo em plena Marquês de Sapucaí, durante o desfile da última grande escola a desfilar, a Grande Rio, já na manhã de terça-feira.
Nos camarotes do sambódromo, vários grandes nomes da MPB deram as caras, entre os quais, Milton Nascimento, Elza Soares, Marina Lima, Jorge Benjor e João Bosco - boa parte dos quais esteve também em Salvador, em cima dos trios elétricos. Na avenida, outros ícones de nossa música mostraram samba no pé. Martinho da Vila deu uma força à sua Vila Isabel, mas infelizmente, ela não conseguiu sair do Grupo de Acesso. Foi vencida pela Porto da Pedra e pela São Clemente.
Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e Marisa Monte desfilaram pela Portela, que não fez dos desfiles mais empolgantes. As cores tradicionais da escola - o azul e branco - foram mal aproveitadas e substituídas por branco e dourado, o desfile foi apressado e o samba não teve um refrão forte que ajudasse a escola a levantar a platéia. Terminou em nono lugar.
Beth Carvalho, como de costume, desfilou pela Mangueira e pela estreante no grupo especial, Paraíso do Tuiuti. Ao final do desfile, a sambista se disse muito emocionada com a apresentação da escola e com o enredo Um Mouro no Quilombo - Isto a História Registra. "Eu não puxei o samba, foi ele que me puxou", resumiu. Beth também desfilou por sua Mangueira pela trigésima vez consecutiva. A escola empolgou o público e conquistou o terceiro lugar no carnaval. Com muito luxo, ao contrário de vários anos passados, a Mangueira contou com competência a história dos fenícios, povo que muitos acreditam ter chegado ao país muito antes de Cabral. O carnavalesco Max Lopes inovou ao dividir a escola em dois blocos de cores. Na primeira parte em tons de verde e na segunda com de rosa, somados a diversos brilhos.
Outra novidade da Mangueira foi sua comissão de frente curiosa, que empurruava uma caixa que foi aberta várias vezes ao longo do desfile. Uma carismática Dona Zica, que jogava flores sobre o nome da colega Neuma, falecida ano passado. Outro ícone da escola, Jamelão, de 88 anos, que até poucos dias antes do desfile estava internado, esquentou a bateria cantando Exaltação a Mangueira e desfilou sentado num banco rosa e dourado sobre o carro de som.
Outra celebridade da MPB, Marcelo Yuka, baterista do grupo O Rappa (que ganhou o noticiário ano passado após ser baleado na tentativa de defender uma vítima de um assalto no Rio) foi à avenida, de cadeira de rodas, clamar pela paz, na Mocidade Independente de Padre Miguel. Num dos desfiles preferidos do público, que inclusive se refrescou graças aos jatos d'água lançados por cerca de oito destaques que tomavam banho em um grande chuveiro montado em cima de um carro alegórico, o que comoveu mesmo foi a presença de Yuka.
Mesmo sem ser prestigiada por grandes ases da MPB na passarela, escolas como as campeãs Imperatriz Leopolinense (tri-campeã, por sinal) e Beija-Flor (em segundo lugar), bem como a Viradouro e a Grande Rio, Unidos da Tijuca e a Tradição mereceram destaque.
Nos camarotes do sambódromo, vários grandes nomes da MPB deram as caras, entre os quais, Milton Nascimento, Elza Soares, Marina Lima, Jorge Benjor e João Bosco - boa parte dos quais esteve também em Salvador, em cima dos trios elétricos. Na avenida, outros ícones de nossa música mostraram samba no pé. Martinho da Vila deu uma força à sua Vila Isabel, mas infelizmente, ela não conseguiu sair do Grupo de Acesso. Foi vencida pela Porto da Pedra e pela São Clemente.
Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e Marisa Monte desfilaram pela Portela, que não fez dos desfiles mais empolgantes. As cores tradicionais da escola - o azul e branco - foram mal aproveitadas e substituídas por branco e dourado, o desfile foi apressado e o samba não teve um refrão forte que ajudasse a escola a levantar a platéia. Terminou em nono lugar.
Beth Carvalho, como de costume, desfilou pela Mangueira e pela estreante no grupo especial, Paraíso do Tuiuti. Ao final do desfile, a sambista se disse muito emocionada com a apresentação da escola e com o enredo Um Mouro no Quilombo - Isto a História Registra. "Eu não puxei o samba, foi ele que me puxou", resumiu. Beth também desfilou por sua Mangueira pela trigésima vez consecutiva. A escola empolgou o público e conquistou o terceiro lugar no carnaval. Com muito luxo, ao contrário de vários anos passados, a Mangueira contou com competência a história dos fenícios, povo que muitos acreditam ter chegado ao país muito antes de Cabral. O carnavalesco Max Lopes inovou ao dividir a escola em dois blocos de cores. Na primeira parte em tons de verde e na segunda com de rosa, somados a diversos brilhos.
Outra novidade da Mangueira foi sua comissão de frente curiosa, que empurruava uma caixa que foi aberta várias vezes ao longo do desfile. Uma carismática Dona Zica, que jogava flores sobre o nome da colega Neuma, falecida ano passado. Outro ícone da escola, Jamelão, de 88 anos, que até poucos dias antes do desfile estava internado, esquentou a bateria cantando Exaltação a Mangueira e desfilou sentado num banco rosa e dourado sobre o carro de som.
Outra celebridade da MPB, Marcelo Yuka, baterista do grupo O Rappa (que ganhou o noticiário ano passado após ser baleado na tentativa de defender uma vítima de um assalto no Rio) foi à avenida, de cadeira de rodas, clamar pela paz, na Mocidade Independente de Padre Miguel. Num dos desfiles preferidos do público, que inclusive se refrescou graças aos jatos d'água lançados por cerca de oito destaques que tomavam banho em um grande chuveiro montado em cima de um carro alegórico, o que comoveu mesmo foi a presença de Yuka.
Mesmo sem ser prestigiada por grandes ases da MPB na passarela, escolas como as campeãs Imperatriz Leopolinense (tri-campeã, por sinal) e Beija-Flor (em segundo lugar), bem como a Viradouro e a Grande Rio, Unidos da Tijuca e a Tradição mereceram destaque.
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