Clones vão desaparecer, diz Bertelsmann

Expectativa da empresa que controla o Napster é a de que os similares gratuitos do serviço de troca de arquivos vão desaparecer a longo prazo

Vicente Tardin
14/02/2001
Ao contrário do que se espera, a longo prazo não haverá nenhum serviço gratuito de troca de músicas na internet. Pelo menos esta é a expectativa da Bertelsmann, que controla o Napster e está desenvolvendo um sistema baseado em assinaturas pagas, a ser lançado no meio deste ano, ainda sem data precisa.

Segundo repetidas declarações de Andreas Schmidt, principal executivo do grupo de E-Commerce da Bertelsmann, a empresa continua tentando convencer as principais gravadoras a abandonarem suas ações na Justiça contra o Napster para aderir ao sistema pago e está confiante no sucesso da empreitada.

A expectativa de Schmidt quanto ao fechamento de clones do Napster contraria a crença de que inúmeros outros serviços, mesmo na ilegalidade, vão manter a atividade, através de cópias do código do programa, em funcionamento mantendo a mesma rede de troca de arquivos.

Schmidt lembra também que as gravadoras mudaram amplamente sua posição em relação ao Napster nas últimas semanas – indo em pouco tempo da rejeição completa à uma avaliação mais séria do modelo de negócios e da estrutura de pagamentos a ser montada.

Na avaliação do executivo, a adesão ao serviço pago do Napster e outros similares, propostos pela AOL e pelo Yahoo, são a saída mais natural, considerando que os esforços das gravadoras na venda de música por download são desastrados porque se apoiam em um mínimo de ofertas e exigem a instalação de programas complicados que não funcionam direito.

Agora a perspectiva do serviço suspender a presença de músicas protegidas por direitos autorais poderá atrair a adesão de gravadoras como EMI e Warner Music. A notícia também foi recebida com entusiasmo pelos sites que vendem música por download, como o EMusic, que assim esperam finalmente ver seu serviço pago decolar.

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