Competência foi a arma da Imperatriz no tricampeonato

Apesar de a Grande Rio de Joãosinho Trinta ter sido a favorita do público, escola de Ramos foi a vencedora com um desfile considerado frio, mas tecnicamente perfeito

CliqueMusic
28/02/2001
A Imperatriz Leopoldinense, que vem sendo uma das escolas com maior número de títulos e boas colocações na última década, mais uma vez fez um desfile de extrema competência. A surpresa de seu enredo que versava sobre a cana de açúcar e a cachaça veio no sétimo carro da escola e em suas últimas cinco alas. Ao invés de verde, ouro e branco, aderiram ao verde e rosa mangueirense para homenagear o sambista Carlos Cachaça. Embora alguns analistas tenham taxado o desfile de tecnicamente-perfeito-porém-frio, a escola emplacou o tricampeonato. O samba era um dos melhores e com certeza marcou ponto para sua vitória. A Beija-Flor - que dividiu a preferência do público com a Mocidade na primeira noite de desfile - arrasou e terminou em segundo lugar. Quarta escola a entrar na avenida, o Salgueiro chegou ao quarto lugar, com o enredo Salgueiro no Mar de Xarayés, é Pantanal, é Carnaval. Com a predominância da cor vermelha nas fantasias, as novidades desse ano na escola ficaram por conta da famosa bateria do Mestre Louro. Ele escalou 30 surdos de marcação e 40 tamborins luminosos, com direito a três paradinhas durante o desfile que garantiram a boa classificação da escola. O carnavalesco Mauro Quintaes iluminou os tamborins da bateria, fazendo do instrumento uma alegoria. Para o próximo ano, o patrono da escola, Miro Garcia, já prometeu uma bateria toda iluminada.

Em quinto lugar na apuração, a escola - que contou na avenida a história do profeta Gentileza, defensor da paz em seus escritos - também lembrou-se do antigo cartaz de saudação (pede-passagem) e usou uma ala para fazer reluzir o casal de mestre-sala e porta-bandeira, evitando que este se perdesse em meio à exuberância da madrinha da bateria.

Finalmente, Unidos da Tijuca e Tradição apostaram nas homenagens a personalidades: a primeira ao dramaturgo Nelson Rodrigues e a segunda ao apresentador e empresário Silvio Santos. A Tijuca levou à passarela diversos atores, como Cláudio Marzo (que personificou Nelson), Miguel Falabella, Lucélia Santos e muitos outros para coroar o universo do Anjo Pornográfico. Pena que não conseguiu a imprimir em seu desfile a emoção prometida. Terminou em nono lugar, empatada com a Portela.

A Tradição, por sua vez, só conseguiu empolgar por contar com o carisma do próprio Silvio no carro abre-alas e do samba, fácil de cantar. Mesmo contando com a força do elenco popular da emissora do homenageado, o SBT - estavam lá Hebe Camargo, Gugu Liberato, Carlos Massa (o Ratinho), Carla Perez e Babi - a Tradição foi perdendo fôlego. De qualquer forma, conseguiu uma ótima colocação para o enredo (de gosto duvidoso) e para as proporções da escola: oitavo lugar.

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