De Replicantes a Fu Wang Foo, 15 anos de criatividade
Longe demais das capitais, os gaúchos se esmeraram em fazer um rock alternativo, que, de banda em banda, deixou um legado sem paralelo em outros estados
Silvio Essinger
02/04/2001
Engenheiros do Hawaii à parte, o rock gaúcho dos últimos 15 anos é pródigo em bandas tinhosas e criativas que pouco conseguiram ir além das fronteiras do estado. O marco inicial é o disco Rock Garagem 
, de 1984, que traz o primeiro registro dos punks Replicantes (O Princípio do Nada) e das bandas Urubu Rei e Fluxo, que mais tarde dariam origem ao Defalla. Dois anos depois, sairia pela RCA a coletânea Rock Grande do Sul , revelando para o país os Replicantes e o Defalla, além dos Engenheiros, o Garotos da Rua (do sucesso Tô de Saco Cheio) e o TNT, banda de rockabilly, com músicos de cabelos raspados.
Com o fim do TNT, o vocalista e guitarrista Flávio Basso formaria o Cascavelletes, que se destacaria no cenário nacional com um rock anos 50 cheio de letras sacanas (a música Nêga Bom Bom foi até trilha da novela Top Model). Depois do fim da banda, Basso assumiu nova persona, Júpiter Maçã, lançando em 97 pelo selo gaúcho Antídoto o seu disco de estréia, A Sétima Efervescência, uma mistura de Odair José e psicodelia. Dois anos depois, mudaria seu nome para Jupiter Apple e lançaria pela Trama um disco todo em inglês, Plastic Soda , voltado para uma espécie de bossa nova em estilo Mutantes.
O grande bastião do rock alternativo gaúcho na virada dos 80 para os 90 foi o Defalla, que lançou discos que iam do funk-noise ao thrash metal extremo - o clássico, porém, foi o variado Kingzobullshitbackinfulleffect92. Quando o vocalista Edu K saiu, a banda mudou de nome para D.Fhala e lançou o disco Top Hits (95), com o vocalista Tonho Croco, que mais tarde formaria a banda de funk-metal Ultramen, responsável pelos discos Ultramen e Olelê . Edu voltaria ao Defalla para o disco Miami Rock 2000 , todo na linha do funk carioca das popozudas. No entanto, não foram os gaúchos a terem primazia na exploração desse filão: a Comunidade Nin Jitsu já havia misturado funk, rock e humor em 98 no disco Broncas Legais .
No fim dos 90, outros veteranos dos 80 continuaram agitando o rock gaúcho. Como o ex-vocalista dos Replicantes e autoproclamado punk brega Wander Wildner (nos discos Baladas Sangrentas e Buenos Dias! ), Egisto e sua banda Colarinhos Caóticos (que lançou em 96 o disco Agora Pode Ser o Tempo Todo , com uma versão de Deu Pra Ti, dos conterrâneos Kleiton & Kledir) e Flávio Santos, baixista da fase áurea do Defalla, que em 99 lançou o disco ...E a Alegria Continua (Trama), com seu projeto eletrônico Flu.
Flávio, por sinal, recentemente foi o organizador da trilha do filme Tolerância, do diretor Carlos Gerbase (que é dos Replicantes), estrelado por Maitê Proença e Roberto Bomtempo. Além do Flu, dos Replicantes, de Wander e do Jupiter Apple, estão lá novos nomes da cena gaúcha como Os The Dharma Lovers, Tom Bloch e Fu Wang Foo. Todos grandes promessas para mais 15 anos de uma bela e nem tão sempre conhecida história, que ainda se espalhou pelos campos do rap, com Piá, Da Guedz, que tiveram discos lançados pela Trama.
, de 1984, que traz o primeiro registro dos punks Replicantes (O Princípio do Nada) e das bandas Urubu Rei e Fluxo, que mais tarde dariam origem ao Defalla. Dois anos depois, sairia pela RCA a coletânea Rock Grande do Sul , revelando para o país os Replicantes e o Defalla, além dos Engenheiros, o Garotos da Rua (do sucesso Tô de Saco Cheio) e o TNT, banda de rockabilly, com músicos de cabelos raspados.Com o fim do TNT, o vocalista e guitarrista Flávio Basso formaria o Cascavelletes, que se destacaria no cenário nacional com um rock anos 50 cheio de letras sacanas (a música Nêga Bom Bom foi até trilha da novela Top Model). Depois do fim da banda, Basso assumiu nova persona, Júpiter Maçã, lançando em 97 pelo selo gaúcho Antídoto o seu disco de estréia, A Sétima Efervescência
, uma mistura de Odair José e psicodelia. Dois anos depois, mudaria seu nome para Jupiter Apple e lançaria pela Trama um disco todo em inglês, Plastic Soda , voltado para uma espécie de bossa nova em estilo Mutantes.O grande bastião do rock alternativo gaúcho na virada dos 80 para os 90 foi o Defalla, que lançou discos que iam do funk-noise ao thrash metal extremo - o clássico, porém, foi o variado Kingzobullshitbackinfulleffect92
. Quando o vocalista Edu K saiu, a banda mudou de nome para D.Fhala e lançou o disco Top Hits (95), com o vocalista Tonho Croco, que mais tarde formaria a banda de funk-metal Ultramen, responsável pelos discos Ultramen e Olelê . Edu voltaria ao Defalla para o disco Miami Rock 2000 , todo na linha do funk carioca das popozudas. No entanto, não foram os gaúchos a terem primazia na exploração desse filão: a Comunidade Nin Jitsu já havia misturado funk, rock e humor em 98 no disco Broncas Legais .No fim dos 90, outros veteranos dos 80 continuaram agitando o rock gaúcho. Como o ex-vocalista dos Replicantes e autoproclamado punk brega Wander Wildner (nos discos Baladas Sangrentas
e Buenos Dias! ), Egisto e sua banda Colarinhos Caóticos (que lançou em 96 o disco Agora Pode Ser o Tempo Todo , com uma versão de Deu Pra Ti, dos conterrâneos Kleiton & Kledir) e Flávio Santos, baixista da fase áurea do Defalla, que em 99 lançou o disco ...E a Alegria Continua (Trama), com seu projeto eletrônico Flu.Flávio, por sinal, recentemente foi o organizador da trilha do filme Tolerância
, do diretor Carlos Gerbase (que é dos Replicantes), estrelado por Maitê Proença e Roberto Bomtempo. Além do Flu, dos Replicantes, de Wander e do Jupiter Apple, estão lá novos nomes da cena gaúcha como Os The Dharma Lovers, Tom Bloch e Fu Wang Foo. Todos grandes promessas para mais 15 anos de uma bela e nem tão sempre conhecida história, que ainda se espalhou pelos campos do rap, com Piá, Da Guedz, que tiveram discos lançados pela Trama.
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