Djavan junta a família para operar milagres
Novo disco do alagoano traz participações de três de seus filhos, mais Cássia Eller e parceria inédita com Lulu Santos
Mônica Loureiro
16/12/2001
Além de significar - é o dicionário quem diz - "aquele que opera milagres", Milagreiro
é também o título do novo disco de Djavan. Vem da faixa do mesmo nome. "É uma palavra muito bonita, é um personagem da literatura de cordel, muito comum no Nordeste como também o santeiro. A música é um épico mouro-nordestino", conta o compositor. As influências podem até terem vindo além-mar, mas toda a produção foi caseira. O CD foi gravado no estúdio Em Casa - literalmente, montado em sua própria residência -, e o cantor e compositor esteve o tempo todo cercado pela família. Os filhos Max (guitarra) e João (bateria) tocam em todas as faixas e a filha Flávia Virgínia é parceira em uma música. "E eu acho que acabei fazendo todas as músicas para a Sofia... Eu entrei em estúdio no dia 16 de setembro e ela nasceu no dia 18!", brinca ele, referindo-se à caçulinha.
Um dos poucos medalhões da MPB - senão o único - a lançar um disco só de inéditas em 2001, Djavan fala sobre a sintonia com os filhos: "Max toca comigo desde o Bicho Solto , essa continuação era essencial, ele é um músico em ascensão. E o João trabalhou com Cássia (Eller) por muito tempo, uma experiência muito boa. E a gente já havia combinado que em 2002 tocaríamos juntos. Há um código musical inteligível entre nós". Trabalhar em casa acabou tendo um efeito inesperado na produção de Milagreiro, fala Djavan. "Componho muito durante as gravações. A pressão e o prazo me inspiram - eu sei que essa não é uma forma muito certa pra compor... Apesar de estar em casa, tendo mais tranquilidade, acabei fazendo o disco mais rápido de minha vida, em dois meses e 15 dias."
O último disco de Djavan (Ao Vivo ) vendeu 2 milhões de cópias, um fato inédito em uma carreira na qual as vendas giram sempre em torno de 200 a 300 mil. "Não me preocupo se esse vai alcançar o êxito do anterior ou não. Quando faço um disco, viso o meu prazer e sempre estou em busca da diversificação", garante. Djavan lembra também que o Novelas , compilação de sucessos de trilhas de telenovelas, já vendeu 400 mil cópias: "Eu confesso que jamais pensaria em fazer um disco como esse, não tenho um olhar mercadológico. A idéia do ao vivo também não partiu de mim, afinal, a composição é a minha afirmação profissional. Acabei fazendo duas músicas pra achar que estava trabalhando...", brinca.
O CD novo abre com Farinha, num ritmo totalmente nordestino: "O disco atende um pouco do anseio em resgatar minha história em Alagoas. Fiquei muito feliz em ter feito Farinha: a música conta a minha própria vida, fala de minha infância", diz. O disco segue com Cair em Si, Om, Meu, Ladeirinha, Brilho da Noite e Lugar Comum. Djavan tem parceiros em duas faixas: Infinitude, com Flávia Virgínia, e Sílaba, com Lulu Santos. É a primeira união artística entre os dois. "Era um desejo antigo, temos uma admiração mútua. Quando fiz a canção, pensei nele e acabou saindo com facilidade", conta.
As participações especiais ficam com Cássia Eller, que canta em Milagreiro, e Marcus Miller, que toca em Além de Amar. Djavan fala como foi trabalhar com Miller, conceituado músico e produtor de jazz americano que colaborou estreitamente com Miles Davis na fase final de sua carreira: "Conheço Marcus há uns oito anos. Participei de uma faixa do último disco dele. Eu queria que Além de Amar tivesse só minha voz e guitarras, mas decidi que seria legal ele tocando baixo", conta.
Fechando o encarte do novo álbum está um texto da escritora Adélia Lessa, velha conhecida de Djavan. Ele explica como surgiu a idéia: "(Adélia) É uma pessoa que eu admiro muito, sempre acompanhei seu trabalho. Achei que um escrito seu no encarte daria uma luz a mais ao trabalho. Pensei em usar Memória Amorosa, um poema que ela fez pra mim na década de 80. Liguei para ela e sugeriu Modinha."
O início da turnê está marcada para abril, em São Paulo. Max e João participam dos shows enquanto amadurecem, ao lado do pai, a idéia de montar um grupo em família. "Tenho um projeto de fazer um álbum com eles, e eu não vou ter nenhum destaque, serei só um dos integrantes. A banda já tem até nome, mas não vou falar agora...", faz suspense.
Um dos poucos medalhões da MPB - senão o único - a lançar um disco só de inéditas em 2001, Djavan fala sobre a sintonia com os filhos: "Max toca comigo desde o Bicho Solto , essa continuação era essencial, ele é um músico em ascensão. E o João trabalhou com Cássia (Eller) por muito tempo, uma experiência muito boa. E a gente já havia combinado que em 2002 tocaríamos juntos. Há um código musical inteligível entre nós". Trabalhar em casa acabou tendo um efeito inesperado na produção de Milagreiro, fala Djavan. "Componho muito durante as gravações. A pressão e o prazo me inspiram - eu sei que essa não é uma forma muito certa pra compor... Apesar de estar em casa, tendo mais tranquilidade, acabei fazendo o disco mais rápido de minha vida, em dois meses e 15 dias."
O último disco de Djavan (Ao Vivo ) vendeu 2 milhões de cópias, um fato inédito em uma carreira na qual as vendas giram sempre em torno de 200 a 300 mil. "Não me preocupo se esse vai alcançar o êxito do anterior ou não. Quando faço um disco, viso o meu prazer e sempre estou em busca da diversificação", garante. Djavan lembra também que o Novelas , compilação de sucessos de trilhas de telenovelas, já vendeu 400 mil cópias: "Eu confesso que jamais pensaria em fazer um disco como esse, não tenho um olhar mercadológico. A idéia do ao vivo também não partiu de mim, afinal, a composição é a minha afirmação profissional. Acabei fazendo duas músicas pra achar que estava trabalhando...", brinca.
O CD novo abre com Farinha, num ritmo totalmente nordestino: "O disco atende um pouco do anseio em resgatar minha história em Alagoas. Fiquei muito feliz em ter feito Farinha: a música conta a minha própria vida, fala de minha infância", diz. O disco segue com Cair em Si, Om, Meu, Ladeirinha, Brilho da Noite e Lugar Comum. Djavan tem parceiros em duas faixas: Infinitude, com Flávia Virgínia, e Sílaba, com Lulu Santos. É a primeira união artística entre os dois. "Era um desejo antigo, temos uma admiração mútua. Quando fiz a canção, pensei nele e acabou saindo com facilidade", conta.
As participações especiais ficam com Cássia Eller, que canta em Milagreiro, e Marcus Miller, que toca em Além de Amar. Djavan fala como foi trabalhar com Miller, conceituado músico e produtor de jazz americano que colaborou estreitamente com Miles Davis na fase final de sua carreira: "Conheço Marcus há uns oito anos. Participei de uma faixa do último disco dele. Eu queria que Além de Amar tivesse só minha voz e guitarras, mas decidi que seria legal ele tocando baixo", conta.
Fechando o encarte do novo álbum está um texto da escritora Adélia Lessa, velha conhecida de Djavan. Ele explica como surgiu a idéia: "(Adélia) É uma pessoa que eu admiro muito, sempre acompanhei seu trabalho. Achei que um escrito seu no encarte daria uma luz a mais ao trabalho. Pensei em usar Memória Amorosa, um poema que ela fez pra mim na década de 80. Liguei para ela e sugeriu Modinha."
O início da turnê está marcada para abril, em São Paulo. Max e João participam dos shows enquanto amadurecem, ao lado do pai, a idéia de montar um grupo em família. "Tenho um projeto de fazer um álbum com eles, e eu não vou ter nenhum destaque, serei só um dos integrantes. A banda já tem até nome, mas não vou falar agora...", faz suspense.