Download pirata ou download pago?
Gravadoras há dois anos percorrem universidades nos Estados Unidos pregando contra a troca indiscriminada de arquivos MP3. Mas o próprio mercado paralelo pode trazer a solução
Vicente Tardin
08/06/2000
A RIAA, Recording Industry Association of America, a associação das grandes gravadoras nos Estados Unidos, está divulgando o que considera uma vitória - tirar do ar boa parte dos sites pessoais hospedados em universidades americanas que proporcionavam downloads de música considerados ilegais.
As universidades americanas possuem conexões de internet de alta velocidade, o que facilita tremendamente a troca de arquivos de música. Para reduzir esta prática, as gravadoras acreditam que devem educar os estudantes no sentido de que a música possui direitos de autoria que não podem ser ignorados.
Para isso há dois anos a RIAA iniciou uma campanha, que percorre universidades e fornece informação sobre o assunto. De lá para cá já foram contactadas 350 universidades. Dos sites considerados ilegais, 40% já teriam sido suspensos.
Levando a proposta adiante, o grupo divulgou também que pensa em processar indivíduos – estudantes –, de forma a causar mais impacto e que falam sério.
A notícia desperta um comentário - toda esta atividade teria muito mais base se existisse por parte das gravadoras uma vontade maior em vender música por download. Se há tanta oferta de música pirateada em arquivos MP3 há também uma demanda não atendida.
Não há muitas opções de músicas de artistas famosos para ser comprada online. Onde fazer download das melhores músicas, senão em programas como o Napster e nos canais de pirataria? O fato é que a indústria do disco não oferece uma alternativa à altura. Se oferecer, quem sabe uma parte do público não vai preferir pagar a piratear?
Curiosamente, quem deve apressar a solução deste impasse são justamente os sites de MP3 gratuito com suas músicas de artistas independentes. O objetivo dos artistas e destes sites agora se encaminha para a venda de boa parte do material que hoje é dado. O próprio Napster tende a só atuar com arquivos autorizados e também apresentar downloads pagos.
A indústria do disco consegue ao mesmo tempo estar em plena mutação e em compasso de espera.
As universidades americanas possuem conexões de internet de alta velocidade, o que facilita tremendamente a troca de arquivos de música. Para reduzir esta prática, as gravadoras acreditam que devem educar os estudantes no sentido de que a música possui direitos de autoria que não podem ser ignorados.
Para isso há dois anos a RIAA iniciou uma campanha, que percorre universidades e fornece informação sobre o assunto. De lá para cá já foram contactadas 350 universidades. Dos sites considerados ilegais, 40% já teriam sido suspensos.
Levando a proposta adiante, o grupo divulgou também que pensa em processar indivíduos – estudantes –, de forma a causar mais impacto e que falam sério.
A notícia desperta um comentário - toda esta atividade teria muito mais base se existisse por parte das gravadoras uma vontade maior em vender música por download. Se há tanta oferta de música pirateada em arquivos MP3 há também uma demanda não atendida.
Não há muitas opções de músicas de artistas famosos para ser comprada online. Onde fazer download das melhores músicas, senão em programas como o Napster e nos canais de pirataria? O fato é que a indústria do disco não oferece uma alternativa à altura. Se oferecer, quem sabe uma parte do público não vai preferir pagar a piratear?
Curiosamente, quem deve apressar a solução deste impasse são justamente os sites de MP3 gratuito com suas músicas de artistas independentes. O objetivo dos artistas e destes sites agora se encaminha para a venda de boa parte do material que hoje é dado. O próprio Napster tende a só atuar com arquivos autorizados e também apresentar downloads pagos.
A indústria do disco consegue ao mesmo tempo estar em plena mutação e em compasso de espera.