Eletro Pixinguinha funde samples e choro

Nana Vaz de Castro
17/04/2001
Nem bem acabou de lançar o aclamado Pixinguinha de Bolso ouvir 30s, ao lado do violonista Marcello Gonçalves, o incansável Henrique Cazes já se prepara para novas empreitadas. Ao mesmo tempo em que finaliza a revisão do livro 171 Histórias Engraçadas da Música Brasileira e participa de gravações diversas, o autor de Choro: Do Quintal ao Municipal (Editora 34) começa a trabalhar no projeto Eletro Pixinguinha XXI, ao lado do irmão, o percussionista Beto Cazes, e de Fernando Moura (teclados e samplers). A idéia é usar instrumentos eletrificados (teclados, cavaquinho midi, percussão sampleada) e samples de gravações de Pixinguinha, João da Bahiana e outros contemporâneos, para lembrar - com sotaque contemporâneo - um tipo de música que, segundo Cazes, Pixinguinha tentou fazer nos anos 20 e 30. "Ele tentou criar uma música para dançar com raízes africanas, mas não vingou muito", explica o cavaquinista. Cazes e Moura já trabalharam juntos no disco House Maxixe, em 95, que teve difícil acolhida no Brasil. Quanto à recepção de Eletro Pixinguinha XXI, Cazes não se ilude: "O pessoal do choro vai detestar", prevê.