Indústria faturou menos em 2000 do que em 99

Dados da IFPI indicam que foram vendidos 2,5 bilhões de CDs no mundo todo, mas faturamento caiu 1,3%. O Napster atrapalhou, diz a entidade que representa as gravadoras

CliqueMusic
19/04/2001
A Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), divulgou em Londres que as vendas mundiais de música alcançaram US$ 36,9 bilhões no ano passado, 1,3% a menos do que no ano anterior.

A entidade recolhe dados da indústria fonográfica duas vezes ao ano junto a 1.400 empresas em 70 países. Pelos resultados, as vendas de CDs cresceram 2,5% em 2000, quando foram comercializadas 2,5 bilhões de unidades.

Os Estados Unidos, que representam quase 40% do mercado mundial, faturaram 1,5% a menos e comercializaram 4,7% unidades a menos em relação ao ano passado.

Na Europa, segundo maior mercado mundial, as vendas cresceram 1,4% em valor e 1,3% em unidades. A Inglaterra contribui com um aumento em valor de 3,8%.


No Japão, mercado também importante, as vendas cresceram em unidades mas caíram em valor, devido a muitos lançamentos de coletâneas de menor custo.

Na América Latina e na Ásia, onde é grande a pirataria, as vendas diminuíram. França, Alemanha e Itália também sentiram baques com a pirataria de CDs.

É interessante reparar que a IFPI atribui a queda no desempenho das vendas nos Estados Unidos à influência do Napster e demais serviços de trocas de arquivos gratuitos. A internet nos Estados Unidos estaria prejudicando as vendas, assim como a pirataria de CDs no Brasil e na Ásia.

Também a desaceleração econômica nos EUA foi citada. A venda de "singles" no mercado americano caiu 46% em 2000, enquanto a média global foi uma queda de 14%. A IFPI considera que os arquivos MP3 têm responsabilidade nesta queda.

Apesar de considerar a difusão de arquivos gratuitos prejudicial às vendas, as grandes gravadoras no ano passado aparentemente não fizeram grande esforço no ano passado sentido de permitir a comercialização de música na forma digital.

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