Iniciativa MusicNet breca movimento por licença compulsória
Napster clama pela criação de um sistema de licenciamento automático para a música na internet, mas o argumento é desarmado pelo surgimento da MusicNet
Vicente Tardin
04/04/2001
“Está demorando demais...”, comentou o Senador Orrin Hatch, R-Utah, chairman da comissão do Senado dos Estados Unidos dos Estados Unidos. “Se pode música no rádio, por que não pode na internet?”
O barulho dos interesses por trás da música digital chegou aos ouvidos de congressistas americanos, que receberam na terça-feira executivos da indústria do disco e do Napster para verificar se avançaram as decisões sobre o licenciamento da música online tomadas no último encontro, em julho do ano passado.
Também participaram artistas de rock e fãs do Napster, pois os congressistas queriam ouvir diversas opiniões para definir posição em relação ao entretenimento online. O palco estava montado, mas o show foi ofuscado pela anúncio, na véspera, da criação da MusicNet, um joint venture entre AOL Time Warner, Bertelsmann, EMI e RealNetworks para desenvolver uma alternativa comercial ao Napster (leia mais no link abaixo).
A notícia trazia um fato novo para uma situação um tanto dramática, pois músicas, filmes e outros trabalhos na forma digital têm condições de movimentar intenso comércio e trazer exatamente o que as empresas de internet mais precisam – receita, faturamento e vendas.
Os grandes varejistas de discos também pressionam e querem garantias de que não vão ficar de fora da venda de música na forma de arquivo digital, seja lá quando aconteça.
Situação desconfortável para legisladores. Como julgar casos como o do Napster, que avançam sobre questões inéditas? Os senadores por enquanto apenas acompanham e não pretendem interferir no processo.
Exatamente o contrário do que pleiteou o diretor-executivo da Napster, Hank Barry. No encontro do ano passado ele disse à comissão que o assunto seria resolvido por si mesmo no mercado, mas desta vez, em nova estratégia para viabilizar sua empresa, pediu ao Congresso que estabeleça uma tarifa real fixa para o pagamentos dos direitos autorais.
A empresa praticamente pediu a intervenção do Congresso para uma mudança na legislação que permita a criação de um sistema de licenciamento compulsório para os downloads de música.
“Em vez de mais uma década de litígios”, Barry apresentou a solução: uma licença automática, com valores recolhidos pelas editoras e entidades arrecadadoras, de forma semelhante ao do rádio e com precedentes na TV por assinatura. Como argumento apontou que as negociações caso a caso, como vêm sendo conduzidas, apenas retardam e inviabilizam a venda de música e não atendem à demanda do público.
Teria sido um bom momento. Mas quando chegou a vez da RIAA (Recording Industry Association of America) se pronunciar, a posição da diretora Hilary Rosen era bem mais confortável.
A criação da NetMusic balançou o consenso que se formava; já não se podia mais dizer que as gravadoras caminham muita lentamente para levar a música para a internet, como desejam os fãs e o e-commerce.
Rosen tranqüilamente garantiu que o congresso não tem com o que se preocupar e nem legislar. Apresentou uma lista de sites onde há música licenciada à venda (AOLMusic.com, 2ksounds.com, ArtistDirect.com, Vidnet.com e outros), prometeu muito mais ações e mencionou a expressão “momento de oportunidade”.
O serviço pago de distribuição de música que a Time Warner, a BMG a EMI estão criando com a RealNetworks é esperado para ficar pronto até o final do ano. Apesar do prazo tão distante, o resultado do encontro foi positivo. A sensação é a de que o momento agora é outro e as partes interessadas estão em ação.
Leia também:
BMG, Warner e EMI vão alugar música pela internet
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Também participaram artistas de rock e fãs do Napster, pois os congressistas queriam ouvir diversas opiniões para definir posição em relação ao entretenimento online. O palco estava montado, mas o show foi ofuscado pela anúncio, na véspera, da criação da MusicNet, um joint venture entre AOL Time Warner, Bertelsmann, EMI e RealNetworks para desenvolver uma alternativa comercial ao Napster (leia mais no link abaixo).
A notícia trazia um fato novo para uma situação um tanto dramática, pois músicas, filmes e outros trabalhos na forma digital têm condições de movimentar intenso comércio e trazer exatamente o que as empresas de internet mais precisam – receita, faturamento e vendas.
Os grandes varejistas de discos também pressionam e querem garantias de que não vão ficar de fora da venda de música na forma de arquivo digital, seja lá quando aconteça.
Situação desconfortável para legisladores. Como julgar casos como o do Napster, que avançam sobre questões inéditas? Os senadores por enquanto apenas acompanham e não pretendem interferir no processo.
Exatamente o contrário do que pleiteou o diretor-executivo da Napster, Hank Barry. No encontro do ano passado ele disse à comissão que o assunto seria resolvido por si mesmo no mercado, mas desta vez, em nova estratégia para viabilizar sua empresa, pediu ao Congresso que estabeleça uma tarifa real fixa para o pagamentos dos direitos autorais.
A empresa praticamente pediu a intervenção do Congresso para uma mudança na legislação que permita a criação de um sistema de licenciamento compulsório para os downloads de música.
“Em vez de mais uma década de litígios”, Barry apresentou a solução: uma licença automática, com valores recolhidos pelas editoras e entidades arrecadadoras, de forma semelhante ao do rádio e com precedentes na TV por assinatura. Como argumento apontou que as negociações caso a caso, como vêm sendo conduzidas, apenas retardam e inviabilizam a venda de música e não atendem à demanda do público.
Teria sido um bom momento. Mas quando chegou a vez da RIAA (Recording Industry Association of America) se pronunciar, a posição da diretora Hilary Rosen era bem mais confortável.
A criação da NetMusic balançou o consenso que se formava; já não se podia mais dizer que as gravadoras caminham muita lentamente para levar a música para a internet, como desejam os fãs e o e-commerce.
Rosen tranqüilamente garantiu que o congresso não tem com o que se preocupar e nem legislar. Apresentou uma lista de sites onde há música licenciada à venda (AOLMusic.com, 2ksounds.com, ArtistDirect.com, Vidnet.com e outros), prometeu muito mais ações e mencionou a expressão “momento de oportunidade”.
O serviço pago de distribuição de música que a Time Warner, a BMG a EMI estão criando com a RealNetworks é esperado para ficar pronto até o final do ano. Apesar do prazo tão distante, o resultado do encontro foi positivo. A sensação é a de que o momento agora é outro e as partes interessadas estão em ação.
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