Instituto Suba prepara novos lançamentos

A recém-criada instituição, que leva o nome do falecido produtor musical iugoslavo, sai em campo para atuar em projetos sociais relacionados à cultura

Nana Vaz de Castro
01/08/2000
Com menos de um mês de vida – a data oficial de fundação é 11 de julho de 2000, quando foi lançado o disco póstumo do produtor iugoslavo Suba, São Paulo Confessions – o Instituto Suba quer lançar pelo menos três discos e um livro até o fim do ano. Não é pouco, para a estrutura ainda limitada, localizada em uma casa no bairro paulistano de Vila Madalena em que quase tudo é feito pelo diretor do instituto, o músico Edson Natale.

As novidades fonográficas são os discos da cantora e integrante do finado grupo Luni Natália Barros (ainda produzido por Suba), do guitarrista Renato Consorte e da dupla Jô & Tuco Freire. No mercado editorial, Natale lança a terceira edição (2001) do seu Guia Brasileiro de Produção Cultural, voltado não só para música como também para teatro, dança e eventos, e que já conta com apoio do Sesc e do British Council. Tudo sai com a chancela do instituto. "Queremos transformar o Suba em um grife cultural", diz Natale.

Que não se pense, entretanto, que o instituto é uma espécie de museu em homenagem ao produtor de discos de Arnaldo Antunes, Marina Lima, Edson Cordeiro, Mestre Ambrósio, Bebel Gilberto e tantos outros menos famosos, morto tragicamente num incêndio em seu apartamento em novembro do ano passado. "Nosso intuito não é essa coisa de ‘preservar a memória’ do Suba; ele não era um herói, era um cara normal, mas que mexeu com a vida de muita gente", lembra Natale, que conheceu o músico logo que ele chegou ao Brasil, em 1990, e teve seus quatro discos produzidos pelo iugoslavo.

Parcerias
Lançar discos e livros não é, entretanto, o principal objetivo do Instituto Suba. O interesse gira em torno de projetos em parceria com outras organizações não-governamentais sem fins lucrativos (como o próprio instituto), tendo em vista o interesse pela cultura. Em um primeiro momento, segundo Natale, o que se pode fazer é divulgar instituições já existentes, para mais tarde pensar em fazer um projeto novo, por conta própria.

Assim, São Paulo Confessions (que arrecadou entusiasmadas críticas no exterior) veio com uma espécie de "segunda capa" solta, que continha no verso um texto sobre a Associação Rodrigo Mendes, que desenvolve o potencial artístico dos portadores de deficiência física. A mesma forma servirá para divulgar outras associações nos próximos discos. "Nossa idéia é que, ao invés de dar uma contribuição mensal em dinheiro, a pessoa compre um disco – assim estará ajudando e divulgando a arte", afirma o diretor. Por enquanto a receita do Instituto provém dos royalties de Suba (doados pela família e pela viúva, a cantora Taciana Barros) e por doações de membros do conselho curador, como a cantora-atriz Marisa Orth (que, assim como Natália Barros, também integrou o grupo Luni) e o astrólogo Oscar Quiroga.