Janeiro dedicado a Zé Kéti no CCBB (RJ)
Uma constelação de artistas do mundo samba se reúne para celebrar a multifacetada obra do compositor e cantor que ajudou a harmonizar as diferenças entre o morro e o asfalto
Nana Vaz de Castro
06/12/2000
A voz do morro está falando mais alto. Depois de ter seu primeiro disco solo de 1967, relançado (leia crítica) e de ter uma ótima minibiografia escrita por Nei Lopes para a coleção Perfis do Rio, Zé Kéti (1921-1999) ganhará, no ano em que completaria 80 anos, um mês inteiro de homenagens no prestigiado Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio. São quatro espetáculos diferentes, sempre de quarta a domingo, enfocando diferentes aspectos da obra do compositor de A Voz do Morro. Todos os shows acontecem às 18h e os ingressos custam R$ 10. A direção musical fica a cargo de Elton Medeiros, parceiro de Zé Kéti no clássico Mascarada.
Inaugurando o milênio, de 3 a 7 de janeiro, Dona Ivone Lara e Zé Renato cantam Zé Kéti e o Cinema. No repertório, sambas como Leviana e A Voz do Morro, que integraram a trilha sonora do filme Rio 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos, do qual o sambista participou também como ator. Os arranjos são de Cláudio Jorge, que também se encarrega do violão, ao lado de Zé Nogueira no sax, Dininho no baixo e Hércules Pereira Nunes na bateria.
O segundo bloco, Zé Kéti: Um Sambista de Opinião e Zicartola, acontece de 10 a 14 de janeiro, com Noca da Portela, Marília Medalha e o mesmo grupo da semana anterior, tendo apenas o saxofonista Victor Neto no lugar de Zé Nogueira. Desta vez, a feição política do compositor é abordada. Zé Kéti foi um dos protagonistas, ao lado de Nara Leão e João do Vale, do espetáculo Opinião, em 1964, um verdadeiro divisor de águas da cultura popular brasileira. Além disso, por sua atuação no bar Zicartola (também nos anos 60), foi um dos um dos responsáveis pela maior integração entre o samba de morro e a bossa do asfalto.
Na semana seguinte (17 a 21/1), é a vez de Zé Kéti e a Boemia, nas vozes de Elton Medeiros e Teresa Cristina, cantora e compositora portelense, revelação da noite carioca. Eles cantarão a faceta notívaga do organizador do conjunto A Voz do Morro, em sambas como Peço Licença e Psiquiatra. Na "cozinha", um time de tirar o fôlego: Afonso Machado (bandolim e arranjos), Luis Filipe de Lima (violão de sete cordas), Paulo Guimarães (flauta) e Beto Cazes (percussão).
Encerrando o mês, a recém-formada Velha Guarda do Império Serrano, que tem o mago das baquetas Wilson das Neves à frente, apresenta de 24 a 28 de janeiro o módulo Zé Kéti: A Voz do Morro, recheado de sambas clássicos como Acender as Velas e Opinião.
Completando a homenagem, uma exposição de fotos cobrirá as paredes do corredor do Teatro III do CCBB durante todos os shows. A exposição, intitulada "Diz que fui por aí, imagens de Zé Kéti", tem curadoria de Renata Cholbi, vice-presidente do Centro de Referência Carioca do Samba, e apoio da RioArte. Programa imperdível para os amantes do samba.
Inaugurando o milênio, de 3 a 7 de janeiro, Dona Ivone Lara e Zé Renato cantam Zé Kéti e o Cinema. No repertório, sambas como Leviana e A Voz do Morro, que integraram a trilha sonora do filme Rio 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos, do qual o sambista participou também como ator. Os arranjos são de Cláudio Jorge, que também se encarrega do violão, ao lado de Zé Nogueira no sax, Dininho no baixo e Hércules Pereira Nunes na bateria.
O segundo bloco, Zé Kéti: Um Sambista de Opinião e Zicartola, acontece de 10 a 14 de janeiro, com Noca da Portela, Marília Medalha e o mesmo grupo da semana anterior, tendo apenas o saxofonista Victor Neto no lugar de Zé Nogueira. Desta vez, a feição política do compositor é abordada. Zé Kéti foi um dos protagonistas, ao lado de Nara Leão e João do Vale, do espetáculo Opinião, em 1964, um verdadeiro divisor de águas da cultura popular brasileira. Além disso, por sua atuação no bar Zicartola (também nos anos 60), foi um dos um dos responsáveis pela maior integração entre o samba de morro e a bossa do asfalto.
Na semana seguinte (17 a 21/1), é a vez de Zé Kéti e a Boemia, nas vozes de Elton Medeiros e Teresa Cristina, cantora e compositora portelense, revelação da noite carioca. Eles cantarão a faceta notívaga do organizador do conjunto A Voz do Morro, em sambas como Peço Licença e Psiquiatra. Na "cozinha", um time de tirar o fôlego: Afonso Machado (bandolim e arranjos), Luis Filipe de Lima (violão de sete cordas), Paulo Guimarães (flauta) e Beto Cazes (percussão).
Encerrando o mês, a recém-formada Velha Guarda do Império Serrano, que tem o mago das baquetas Wilson das Neves à frente, apresenta de 24 a 28 de janeiro o módulo Zé Kéti: A Voz do Morro, recheado de sambas clássicos como Acender as Velas e Opinião.
Completando a homenagem, uma exposição de fotos cobrirá as paredes do corredor do Teatro III do CCBB durante todos os shows. A exposição, intitulada "Diz que fui por aí, imagens de Zé Kéti", tem curadoria de Renata Cholbi, vice-presidente do Centro de Referência Carioca do Samba, e apoio da RioArte. Programa imperdível para os amantes do samba.