João Gilberto <i>testa</i> o novo Tom Brasil
O notório perfeccionismo do cantor baiano é o destaque na inauguração da suntuosa casa de shows em São Paulo, amanhã (dia 24)
Marco Antonio Barbosa
23/04/2003
João Gilberto e inauguração de casa de espetáculos: dois fatores que, combinados, podem render música sublime ou muita polêmica. Resta saber qual será a faceta revelada ao público na noite de amanhã (dia 24), quando o esteta-mor da bossa nova faz o show de inauguração da casa Tom Brasil Nações Unidas, em São Paulo. João canta na nova casa na quinta, apenas para convidados, e se apresenta para o público em geral na sexta e no sábado (25 e 26). Os responsáveis pela casa garantem que, em todos os sentidos - infra-estrutura, tecnologia, acústica e conforto - o novo Tom Brasil vai passar a ser uma referência entre os espaços para espetáculos musicais e teatrais. E como João, enfant terrible ainda aos 72 anos, vai se comportar na noite de gala?
"Se João Gilberto aprovar a nova unidade, todos terão certeza de que o lugar é de qualidade", afirma Paulo Amorim, cabeça do empreendimento junto ao empresário Gladston Tedesco. "Ele (João) pode ser considerado um termômetro para medir o sucesso das principais casas de espetáculos", prossegue. A relação do mestre do banquinho-e-violão com o Tom Brasil é intensa. João cantou na inauguração da matriz da casa - no bairro paulistano da Vila Olímpia, em 1995 - e desde então, faz shows todos os anos lá, tornando o Tom Brasil original sua "casa" no país. Entretanto, ainda está fresca na memória coletiva a performance do bossanovista na abertura do Credicard Hall, outra megacasa de espetáculos paulistana inaugurada em 1999. Convidado a se apresentar no recinto com Caetano Veloso, João protagonizou um bate-boca com o público que terminou em sonoras vaias. "O som daqui é horrível. Não volto mais", afirmou João na ocasião, sobre o CH. Há risco de algo parecido acontecer agora?
Segundo Paulo Amorim, tudo está preparado para evitar qualquer entrevero com João. "Temos o cuidado de usar os equipamentos que ele gosta e aprova. Fazemos tudo para não contrariá-lo e damos sempre razão a ele. Ele sempre reclama, é capaz de ouvir um ruído imperceptível para dezenas de técnicos de som", diz o responsável pelo Tom Brasil. Nada menos que 80 técnicos foram escalados para fazer a sintonia fina da acústica da casa, e um sistema de deflexão sonora de última geração foi instalado no revestimento das paredes e do teto da casa.
Toda a precaução e toda a tecnologia servem como base para João Gilberto faça o de sempre: encantar o público com sua música minimalista e ao mesmo tempo riquíssima. Ainda que não tenha falado com a imprensa sobre como vai ser o show, sabe-se que o cantor vai tocar só no palco (de 400 metros quadrados!), acompanhado apenas do velho violão. O repertório não vai se desviar muito do que João tem tocado em suas últimas excursões e gravado no álbum João Voz e Violão , de 2000, produzido por Caetano Veloso. Além da pilha de clássicos da bossa, o baiano internacional vai deslindar sua predileção por números pré-bossa, extraídos da era do samba-canção ou da época dos cantores do rádio. As "mesmas músicas velhas", como o próprio João já afirmou mais de uma vez. Mas como resistir?
A administração do Tom Brasil informa que nada menos que R$ 12 milhões foram investidos na construção da filial Nações Unidas, numa obra que durou nove meses e empregou 470 trabalhadores. A nova casa tem capacidade máxima de 6.000 espectadores, num salão principal de 2.400 metros quadrados. Após a curta temporada de João Gilberto, o novo Tom Brasil vai abrigar shows de Gilberto Gil (1 e 2 de maio), Jorge Aragão (3 e 4 de maio) e Daniela Mercury (9 e 10 de maio). "A nova casa terá estrutura para receber espetáculos de qualquer dimensão, até mesmo as superproduções musicais da Broadway", fala Paulo Amorim. Maiores detalhes sobre o novo Tom Brasil no site oficial da casa www.casatombrasil.com.br.
"Se João Gilberto aprovar a nova unidade, todos terão certeza de que o lugar é de qualidade", afirma Paulo Amorim, cabeça do empreendimento junto ao empresário Gladston Tedesco. "Ele (João) pode ser considerado um termômetro para medir o sucesso das principais casas de espetáculos", prossegue. A relação do mestre do banquinho-e-violão com o Tom Brasil é intensa. João cantou na inauguração da matriz da casa - no bairro paulistano da Vila Olímpia, em 1995 - e desde então, faz shows todos os anos lá, tornando o Tom Brasil original sua "casa" no país. Entretanto, ainda está fresca na memória coletiva a performance do bossanovista na abertura do Credicard Hall, outra megacasa de espetáculos paulistana inaugurada em 1999. Convidado a se apresentar no recinto com Caetano Veloso, João protagonizou um bate-boca com o público que terminou em sonoras vaias. "O som daqui é horrível. Não volto mais", afirmou João na ocasião, sobre o CH. Há risco de algo parecido acontecer agora?
Segundo Paulo Amorim, tudo está preparado para evitar qualquer entrevero com João. "Temos o cuidado de usar os equipamentos que ele gosta e aprova. Fazemos tudo para não contrariá-lo e damos sempre razão a ele. Ele sempre reclama, é capaz de ouvir um ruído imperceptível para dezenas de técnicos de som", diz o responsável pelo Tom Brasil. Nada menos que 80 técnicos foram escalados para fazer a sintonia fina da acústica da casa, e um sistema de deflexão sonora de última geração foi instalado no revestimento das paredes e do teto da casa.
Toda a precaução e toda a tecnologia servem como base para João Gilberto faça o de sempre: encantar o público com sua música minimalista e ao mesmo tempo riquíssima. Ainda que não tenha falado com a imprensa sobre como vai ser o show, sabe-se que o cantor vai tocar só no palco (de 400 metros quadrados!), acompanhado apenas do velho violão. O repertório não vai se desviar muito do que João tem tocado em suas últimas excursões e gravado no álbum João Voz e Violão , de 2000, produzido por Caetano Veloso. Além da pilha de clássicos da bossa, o baiano internacional vai deslindar sua predileção por números pré-bossa, extraídos da era do samba-canção ou da época dos cantores do rádio. As "mesmas músicas velhas", como o próprio João já afirmou mais de uma vez. Mas como resistir?
A administração do Tom Brasil informa que nada menos que R$ 12 milhões foram investidos na construção da filial Nações Unidas, numa obra que durou nove meses e empregou 470 trabalhadores. A nova casa tem capacidade máxima de 6.000 espectadores, num salão principal de 2.400 metros quadrados. Após a curta temporada de João Gilberto, o novo Tom Brasil vai abrigar shows de Gilberto Gil (1 e 2 de maio), Jorge Aragão (3 e 4 de maio) e Daniela Mercury (9 e 10 de maio). "A nova casa terá estrutura para receber espetáculos de qualquer dimensão, até mesmo as superproduções musicais da Broadway", fala Paulo Amorim. Maiores detalhes sobre o novo Tom Brasil no site oficial da casa www.casatombrasil.com.br.