João Gilberto faz as pazes com a platéia em SP
Simpático, o mestre da bossa nova cantou e tocou no Tom Brasil sem reclamar do som e pediu desculpas pelos tumultos do ano passado, na inauguração de Credicard Hall
Carlos Calado
19/08/2000
Com um bom humor radiante, João Gilberto abriu ontem, no Tom Brasil, em São Paulo, uma temporada de três shows comemorativos dos cinco anos dessa casa de espetáculos. Sem sombra do tumultuado show de inauguração do Credicard Hall, no ano passado, quando chegou a ser vaiado, o mestre da bossa nova manteve empatia total com a platéia, convidando-a até a acompanhá-lo em algumas canções, além de provocar risadas com seus comentários inusitados.
“Sofri muito. Aquilo foi um horror”, disse, já ao final do show, referindo-se ao incidente do Credicard Hall, em tom de justificativa. “Não foi culpa de ninguém. Ou só de quem não me avisou que aquilo era um buraco. Acho que tinham medo de que eu não aparecesse”, explicou, rindo.
Como se quisesse provar que não restaram mágoas do episódio, num toque de diplomacia, elogiou dois paulistas. Após cantar o samba Bahia com H, demonstrando um prazer especial, comentou que o compositor Denis Brean o fizera sem jamais ter ido à Bahia. “Ele é de Campinas”, disse, divertindo-se. Depois, esboçou alguns acordes de Mania de Você (de Rita Lee e Roberto de Carvalho), pedindo ajuda à platéia para lembrá-la. “Rita Lee é espetacular”, derramou-se.
Sem novidades especiais no repertório, como de hábito João combinou clássicos da canção brasileira, como Samba da Minha Terra (Dorival Caymmi), Ave Maria no Morro (Herivelto Martins) e Pra Que Discutir com Madame (Janet de Almeida e Haroldo Barbosa), com canções da época da bossa nova, como Só em Teus Braços (Tom Jobim) e O Amor em Paz (Jobim e Vinicius de Moraes).
“Quando ficar chato, vocês dizem, porque eu perco a medida”, disse depois de uma hora de show, reservando as canções mais esperadas pelo público só para o bis: Corcovado (Tom Jobim), Desafinado (Jobim e Newton Mendonça) e Chega de Saudade (Jobim e Vinicius de Moraes). Nem os eventuais probleminhas com microfones e amplificadores de som conseguiram comprometer o bom humor do pai da bossa. João estava mesmo empenhado na reconciliação com o público paulista, que saiu do Tom Brasil em estado de graça.
“Sofri muito. Aquilo foi um horror”, disse, já ao final do show, referindo-se ao incidente do Credicard Hall, em tom de justificativa. “Não foi culpa de ninguém. Ou só de quem não me avisou que aquilo era um buraco. Acho que tinham medo de que eu não aparecesse”, explicou, rindo.
Como se quisesse provar que não restaram mágoas do episódio, num toque de diplomacia, elogiou dois paulistas. Após cantar o samba Bahia com H, demonstrando um prazer especial, comentou que o compositor Denis Brean o fizera sem jamais ter ido à Bahia. “Ele é de Campinas”, disse, divertindo-se. Depois, esboçou alguns acordes de Mania de Você (de Rita Lee e Roberto de Carvalho), pedindo ajuda à platéia para lembrá-la. “Rita Lee é espetacular”, derramou-se.
Sem novidades especiais no repertório, como de hábito João combinou clássicos da canção brasileira, como Samba da Minha Terra (Dorival Caymmi), Ave Maria no Morro (Herivelto Martins) e Pra Que Discutir com Madame (Janet de Almeida e Haroldo Barbosa), com canções da época da bossa nova, como Só em Teus Braços (Tom Jobim) e O Amor em Paz (Jobim e Vinicius de Moraes).
“Quando ficar chato, vocês dizem, porque eu perco a medida”, disse depois de uma hora de show, reservando as canções mais esperadas pelo público só para o bis: Corcovado (Tom Jobim), Desafinado (Jobim e Newton Mendonça) e Chega de Saudade (Jobim e Vinicius de Moraes). Nem os eventuais probleminhas com microfones e amplificadores de som conseguiram comprometer o bom humor do pai da bossa. João estava mesmo empenhado na reconciliação com o público paulista, que saiu do Tom Brasil em estado de graça.