Leny Andrade grava tributo a Ronaldo Bôscoli
De volta à bossa nova, cantora reúne pela primeira vez num disco seu clássicos como Canção que Morre no Ar e Fim de Noite, com arranjos cheios de cordas, pistons e trombone
Rodrigo Faour
01/05/2001
Depois de enveredar por um gênero diferente do seu, mais popular, gravando um CD só com músicas de Altay Velloso
, Leny Andrade volta aos braços da bossa nova. "Estou fazendo um senhor disco, com cordas, pistons, trombone sobre o Ronaldo Bôscoli", exclama a cantora. A bolachinha marca a volta da cantora à etiqueta Albatroz, do compadre Roberto Menescal, que editou seu penúltimo CD, Bossas Novas
, em 1998. Com lançamento previsto para agosto, o CD trará diversos clássicos do compositor, como Rio, O Barquinho, Canção que Morre no Ar, Fim de Noite, Você, Lobo Bobo, Telefone e Nós e o Mar.
"O Ronaldo Bôscoli tem uma obra muito grande com o Carlos Lyra e com o Menescal. A menos conhecida que entrou no repertório é Copacabana de Sempre, feita a partir de uma letra que ele deixou, uma declaração de amor à Copacabana que é de matar! No final ele diz: 'Eu me confesso pequeno/ Face a seu corpo moreno/ Face ao Atlântico Sul, Copacabana'", conta.
O novo álbum de Leny tem 12 faixas e terá participações de Gilson Peranzzetta (piano), Nema Antunes (baixo), Márcio Bahia (bateria), além do próprio parceiro de Bôscoli e produtor do CD, Roberto Menescal em algumas faixas. A cantora também espera contar com os sopros de Márcio Montarroyos, Serginho Trombone e Paulinho Trompete. Antes de cumprir nova agenda internacional (em setembro irá à Suiça, Portugal e Itália, onde cantará em Gênova ao lado de Dori Caymmi), ela solta o vozeirão para o público carioca. Cantará na última semana de maio no Vinícius Bar (Ipanema).
Esculhambação auditiva
Leny só fica indignada quando o assunto é a música que anda tocando nas rádios, como o funk carioca. Está cada vez mais radical quanto ao padrão de qualidade em seu trabalho. "Com 58 anos, estou idêntica à Dercy Gonçalves. Quer entender o que eu faço, ótimo, senão f... (risos) Essa m... auditiva que está aí, não dá! É uma esculhambação. Quando vi o show da Joyce com o João Donato recentemente, disse a ela: 'Que coragem!' E ela respondeu: 'Tem que ser assim mesmo, Leny, meter a cara no microfone e sair cantando!' E é assim que a gente vai levando. Porque tem conchavos e coisas que estão por trás da música que não têm nada a ver com a música em si", ensina.

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"O Ronaldo Bôscoli tem uma obra muito grande com o Carlos Lyra e com o Menescal. A menos conhecida que entrou no repertório é Copacabana de Sempre, feita a partir de uma letra que ele deixou, uma declaração de amor à Copacabana que é de matar! No final ele diz: 'Eu me confesso pequeno/ Face a seu corpo moreno/ Face ao Atlântico Sul, Copacabana'", conta.
O novo álbum de Leny tem 12 faixas e terá participações de Gilson Peranzzetta (piano), Nema Antunes (baixo), Márcio Bahia (bateria), além do próprio parceiro de Bôscoli e produtor do CD, Roberto Menescal em algumas faixas. A cantora também espera contar com os sopros de Márcio Montarroyos, Serginho Trombone e Paulinho Trompete. Antes de cumprir nova agenda internacional (em setembro irá à Suiça, Portugal e Itália, onde cantará em Gênova ao lado de Dori Caymmi), ela solta o vozeirão para o público carioca. Cantará na última semana de maio no Vinícius Bar (Ipanema).
Esculhambação auditiva
Leny só fica indignada quando o assunto é a música que anda tocando nas rádios, como o funk carioca. Está cada vez mais radical quanto ao padrão de qualidade em seu trabalho. "Com 58 anos, estou idêntica à Dercy Gonçalves. Quer entender o que eu faço, ótimo, senão f... (risos) Essa m... auditiva que está aí, não dá! É uma esculhambação. Quando vi o show da Joyce com o João Donato recentemente, disse a ela: 'Que coragem!' E ela respondeu: 'Tem que ser assim mesmo, Leny, meter a cara no microfone e sair cantando!' E é assim que a gente vai levando. Porque tem conchavos e coisas que estão por trás da música que não têm nada a ver com a música em si", ensina.