Marcelo D2 apadrinha novos talentos do rap carioca
Em show no festival Humaitá Pra Peixe, rapper do Planet Hemp apresentou grupos como Inumanos, Núcleo Sucata Sound e Negativas, que vão estar em coletânea editada por seu novo selo
Silvia D
17/01/2001
A segunda semana de shows da nona edição do festival Humaitá Pra Peixe (RJ) começou ontem com uma boa novidade: foi dado oficialmente o pontapé inicial do conglomerado Coletivo: selo de discos, editora de livros e uma usina de idéias tocados pelo produtor Bruno Levinson e o rapper Marcelo D2, do Planet Hemp.
Os dois agitadores da cultura carioca estão finalizando as gravações da coletânea Marcelo D2 Apresenta Hip Hop Rio, cujo lançamento, previsto para março, será o primeiro de uma série de atividades e produtos com a marca Coletivo como selo de qualidade. Livros contando a história recente da música pop e alternativa brasileira - Bruno está escrevendo a história do Planet Hemp e as de Chico Science e Racionais MCs virão a seguir -, debates e eventos também estão a caminho.
No departamento fonográfico, o Coletivo trabalhará apenas com projetos/coletâneas, sem a intenção de lançar CDs inteiros de um só artista. O tema desses discos será sempre o Rio de Janeiro, e podem surgir encontros de velhas guardas de samba com novos cultuadores de bossa, por exemplo. Marcelo D2 Apresenta... contará com uma estratégia inovadora de promoção: já que o CD reúne grupos de diferentes partes da cidade e do estado, ele será lançado com apresentações dos rappers em bancas de jornal, onde serão vendidos os discos. "A estrutura do show de rap é bem simples, só precisa de toca discos e microfone, então é bastante viável colocar os artistas tocando na rua.", explica Bruno, que pretende levar o projeto a outras capitais.
Da usina de idéas do Coletivo saiu também uma esperta solução para a produção de videoclipes. Já que os investimentos financeiros são limitados, um único video será feito com todos os artistas, cujos trechos das músicas se alternarão.
No palco é assim
O Centro Cultural Sérgio Porto estava quase lotado de um público misto de playboys da Zona Sul e b-boys da Lapa. Todos adoradores de Marcelo D2, escolhido Artista do Ano pela revista Bizz. "Achei lindo ser escolhido, só que isso não me torna melhor do que ninguém. Se ajudar a vender discos do Planet, o meu solo e a nossa coletânea, aí tá valendo.", disse o rimador depois do show.
Fazendo as vezes de Mestre de Cerimônia e acompanhado pelo DJ Zé Gonzalez, D2 iniciou os trabalhos com a música Hip Hop Rio. Logo subiram ao palco os rapazes do grupo Inumanos, da Lapa, que já contam com um número de seguidores. D2 voltou para cantar Eu Tiro É Onda, faixa título de seu disco solo. A seguir, o ótimo Núcleo Sucata Sound, de Volta Redonda, surpreendeu os presentes com bases cheias de barulhinhos e um ritmo bastante quebrado, às vezes se aproximando levemente do samba. Máfia de Cães foi um sucesso, com refrão de melodia bacana.
BNegão, companheiro de Marcelo no Planet Hemp, interpretou três números em que sua habilidade para falar muitas palavras por segundo pôde ser devidamente apreciada. Seu crossover de rap e funk carioca, Dança do Patinho, provou-se um sucesso instantâneo.
Representando as mulheres, o grupo Negativas mostrou um som engajado, falando de camisinha e gravidez indesejada. Para terminar, Marcelo voltou ao palco com BNegão para oferecer um presentinho ao público fiel: boas versões alternativas para sucessos do Planet Hemp, Mantenha O Respeito e Queimando Tudo. Fãs satisfeitos, artistas também. "Tô muito feliz, cara. O hip hop está crescendo para se tornar música boa, influente, culturalmente forte, não é só tiro na cara. Cada grupo é de uma parte diferente da cidade ou do estado, e essa diferença aparece na música, cada um faz o hip hop do seu jeito.", disse.
O projeto Hip Hop Rio ocupará a casa de shows Ballroom às quartas-feiras durante o mês de fevereiro, esquentando as turbinas para o lançamento de Marcelo D2 Apresenta Hip Hop Rio. O festival Humaitá Pra Peixe prossegue até o fim do mês com shows de artistas selecionados como Sonic Junior, Katia B., Karnak, Funk Como Le Gusta e Moreno Veloso.
Os dois agitadores da cultura carioca estão finalizando as gravações da coletânea Marcelo D2 Apresenta Hip Hop Rio, cujo lançamento, previsto para março, será o primeiro de uma série de atividades e produtos com a marca Coletivo como selo de qualidade. Livros contando a história recente da música pop e alternativa brasileira - Bruno está escrevendo a história do Planet Hemp e as de Chico Science e Racionais MCs virão a seguir -, debates e eventos também estão a caminho.
No departamento fonográfico, o Coletivo trabalhará apenas com projetos/coletâneas, sem a intenção de lançar CDs inteiros de um só artista. O tema desses discos será sempre o Rio de Janeiro, e podem surgir encontros de velhas guardas de samba com novos cultuadores de bossa, por exemplo. Marcelo D2 Apresenta... contará com uma estratégia inovadora de promoção: já que o CD reúne grupos de diferentes partes da cidade e do estado, ele será lançado com apresentações dos rappers em bancas de jornal, onde serão vendidos os discos. "A estrutura do show de rap é bem simples, só precisa de toca discos e microfone, então é bastante viável colocar os artistas tocando na rua.", explica Bruno, que pretende levar o projeto a outras capitais.
Da usina de idéas do Coletivo saiu também uma esperta solução para a produção de videoclipes. Já que os investimentos financeiros são limitados, um único video será feito com todos os artistas, cujos trechos das músicas se alternarão.
No palco é assim
O Centro Cultural Sérgio Porto estava quase lotado de um público misto de playboys da Zona Sul e b-boys da Lapa. Todos adoradores de Marcelo D2, escolhido Artista do Ano pela revista Bizz. "Achei lindo ser escolhido, só que isso não me torna melhor do que ninguém. Se ajudar a vender discos do Planet, o meu solo e a nossa coletânea, aí tá valendo.", disse o rimador depois do show.
Fazendo as vezes de Mestre de Cerimônia e acompanhado pelo DJ Zé Gonzalez, D2 iniciou os trabalhos com a música Hip Hop Rio. Logo subiram ao palco os rapazes do grupo Inumanos, da Lapa, que já contam com um número de seguidores. D2 voltou para cantar Eu Tiro É Onda, faixa título de seu disco solo. A seguir, o ótimo Núcleo Sucata Sound, de Volta Redonda, surpreendeu os presentes com bases cheias de barulhinhos e um ritmo bastante quebrado, às vezes se aproximando levemente do samba. Máfia de Cães foi um sucesso, com refrão de melodia bacana.
BNegão, companheiro de Marcelo no Planet Hemp, interpretou três números em que sua habilidade para falar muitas palavras por segundo pôde ser devidamente apreciada. Seu crossover de rap e funk carioca, Dança do Patinho, provou-se um sucesso instantâneo.
Representando as mulheres, o grupo Negativas mostrou um som engajado, falando de camisinha e gravidez indesejada. Para terminar, Marcelo voltou ao palco com BNegão para oferecer um presentinho ao público fiel: boas versões alternativas para sucessos do Planet Hemp, Mantenha O Respeito e Queimando Tudo. Fãs satisfeitos, artistas também. "Tô muito feliz, cara. O hip hop está crescendo para se tornar música boa, influente, culturalmente forte, não é só tiro na cara. Cada grupo é de uma parte diferente da cidade ou do estado, e essa diferença aparece na música, cada um faz o hip hop do seu jeito.", disse.
O projeto Hip Hop Rio ocupará a casa de shows Ballroom às quartas-feiras durante o mês de fevereiro, esquentando as turbinas para o lançamento de Marcelo D2 Apresenta Hip Hop Rio. O festival Humaitá Pra Peixe prossegue até o fim do mês com shows de artistas selecionados como Sonic Junior, Katia B., Karnak, Funk Como Le Gusta e Moreno Veloso.
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