Marisa Orth e o Vexame iniciam turnê nacional
A banda leva ao Canecão (RJ) na quinta e na sexta-feira um espetáculo teatral embalado pelo melhor da MBPBB - a Música Bem Popular Bem Brasileira
Silvio Essinger
25/07/2000
Quem apostava no fim do Vexame mais uma vez deu vexame. Foram dois anos na geladeira, por causa da gravidez da estrela Marisa Orth que, ao longo dos últimos meses, ainda bateu ponto como a Magda no programa Sai de Baixo. No entanto, a volta dessa banda que se especializou em revelar o lado cult da música brega se se deu com força total. Em março, ela estreou no Teatro Jardel Filho, em São Paulo, o espetáculo Marisa Orth e Vexame no Jardim das Delícias. Em três meses de temporada, o público foi de mais de 40 mil pessoas. O resultado é que esta quinta-feira, no Canecão (RJ), a banda dá o pontapé em sua turnê nacional. Até a sexta-feira, o Rio vive a apoteose da MBPBB – A "Música Bem Popular Bem Brasileira", como define Marisa, em entrevista a CliqueMusic.
Para ela, que considera "uma delícia, um luxo" apresentar-se com o Vexame, a volta aos palcos se deu por uma razão simples: "Apareceu a oportunidade de ter uma produção melhor, com mídia, direção e ensaio." Daí, que a banda hoje realiza um "espetáculo teatral com qualidade musical". Marisa encarna, mais uma vez, a apresentadora de TV Maralu Menezes. Numa ilha cheia de mato, ela comanda um programa de entrevistas muito cafona – para variar. É o pretexto para que a banda ponha em desfile do que há de mais clássico da MBPBB – Reginaldo Rossi (Garçon), Gilliard (Aquela Nuvem), Fábio Júnior (Gira o Mundo), Wando (Fogo e Paixão, aqui mais puxada para o samba) e, ôpa, Ritchie (com Vôo de Coração) "Ritchie sempre foi muito cool", elogia Marisa, apesar dos pesares.
Quando apareceu no cenário, a postura do Vexame chocava alguns: era a do "Eu gosto mesmo de música brega, e daí?". "Mas em dez anos, mudou muito o conceito de brega", reconhece Marisa, que diz apreciar esse tipo de música por causa do tempero que é dado por uma certa apelação. "Só que agora o tempero virou o banquete", lamenta. O que restou hoje para o Vexame, segundo ela, é explorar o caráter teatral das músicas. No show, segundo ela, o espírito é "típico dos anos 70, com ambiência de área de serviço".
Musicalmente, o Vexame promove um resgate ("com o perdão da má palavra", brinca) que atravessa as décadas. Se tem, por exemplo Paralelas, do sério Belchior, cantada nos 70 pela esfuziante Vanusa ("As pessoas dizem: ‘Essa não é brega, eu gosto’", diverte-se Marisa), tem também Ela Dança, versão das Harmony Cats para Maniac, música da trilha de Flashdance, do começo dos anos 80. Essa, com direito "a tentativa de coreografia do filme", como informa a atriz.
Já que a produção musical do Vexame agora está mais caprichada, cabe a pergunta: não é hora de a banda gravar mais um disco (o primeiro, único e homônimo data do começo da década de 90). "Estamos abertos a propostas", diz Marisa. Ela só não quer repetir a experiência de gravação que foi "ao vivo com dois dias de estúdio depois". "Queremos que o próximo tenha uma concepção de gravação no estúdio, com uso de cordas, efeitos e orguinho dos anos 70", diz. A banda, que tem direção musical de Fernando Salem, anda se esmerando na pesquisa de repertório, em empoeirados LPs e compactos recolhidos em sebos e brechós. "A produção até comprou para a gente uma vitrolinha!", conta Marisa.
Para ela, que considera "uma delícia, um luxo" apresentar-se com o Vexame, a volta aos palcos se deu por uma razão simples: "Apareceu a oportunidade de ter uma produção melhor, com mídia, direção e ensaio." Daí, que a banda hoje realiza um "espetáculo teatral com qualidade musical". Marisa encarna, mais uma vez, a apresentadora de TV Maralu Menezes. Numa ilha cheia de mato, ela comanda um programa de entrevistas muito cafona – para variar. É o pretexto para que a banda ponha em desfile do que há de mais clássico da MBPBB – Reginaldo Rossi (Garçon), Gilliard (Aquela Nuvem), Fábio Júnior (Gira o Mundo), Wando (Fogo e Paixão, aqui mais puxada para o samba) e, ôpa, Ritchie (com Vôo de Coração) "Ritchie sempre foi muito cool", elogia Marisa, apesar dos pesares.
Quando apareceu no cenário, a postura do Vexame chocava alguns: era a do "Eu gosto mesmo de música brega, e daí?". "Mas em dez anos, mudou muito o conceito de brega", reconhece Marisa, que diz apreciar esse tipo de música por causa do tempero que é dado por uma certa apelação. "Só que agora o tempero virou o banquete", lamenta. O que restou hoje para o Vexame, segundo ela, é explorar o caráter teatral das músicas. No show, segundo ela, o espírito é "típico dos anos 70, com ambiência de área de serviço".
Musicalmente, o Vexame promove um resgate ("com o perdão da má palavra", brinca) que atravessa as décadas. Se tem, por exemplo Paralelas, do sério Belchior, cantada nos 70 pela esfuziante Vanusa ("As pessoas dizem: ‘Essa não é brega, eu gosto’", diverte-se Marisa), tem também Ela Dança, versão das Harmony Cats para Maniac, música da trilha de Flashdance, do começo dos anos 80. Essa, com direito "a tentativa de coreografia do filme", como informa a atriz.
Já que a produção musical do Vexame agora está mais caprichada, cabe a pergunta: não é hora de a banda gravar mais um disco (o primeiro, único e homônimo data do começo da década de 90). "Estamos abertos a propostas", diz Marisa. Ela só não quer repetir a experiência de gravação que foi "ao vivo com dois dias de estúdio depois". "Queremos que o próximo tenha uma concepção de gravação no estúdio, com uso de cordas, efeitos e orguinho dos anos 70", diz. A banda, que tem direção musical de Fernando Salem, anda se esmerando na pesquisa de repertório, em empoeirados LPs e compactos recolhidos em sebos e brechós. "A produção até comprou para a gente uma vitrolinha!", conta Marisa.