Marky bota seu próprio som nas <i>pick-ups</i>
Astro brazuca do drum n bass lança versão de Carolina Carol Bela, de Jorge Ben, e arma primeiro álbum como compositor
Marco Antonio Barbosa
25/11/2001
Primeiro foram as animadas noitadas na periferia paulistana, à base do então novo jungle. Depois o estouro como estrela das pick-ups, aqui e no exterior. Então vem o próximo e definitivo degrau: deixar de tocar músicas alheias e passar a produzir as próprias. O DJ Marky aperta o passo em direção a este novo desafio, firmando seu nome como produtor - e não mais apenas como discotecário - no terceiro CD-compilação que leva seu nome, Audio Architecture: 2 (Trama). Já consagrado no exterior (leia-se a Inglaterra, centro mundial do estilo), pelas acrobáticas performances de Marky e seu comparsa Patife, o Brasil se arma para assumir-se como centro de exportação de drum'n'bass.
Este ano, já tivemos o gostinho de ouvir um d'n'b made by Marky na compilação Sambaloco Espiritual Drum'n'Bass
(a faixa era Tudo 
). Audio Architecture: 2 traz a já famigerada versão produzida por Marky para Carolina Carol Bela (Toquinho/Jorge Ben), em meio a uma seleção de balaços d'n'b para as pistas.
"Estou preparado para me lançar como compositor e produtor. É o que eu desejo para minha carreira agora. Eu na verdade já vinha compondo há algum tempo, mas não queria lançar nada. Agora minhas músicas estão melhores, mais amadurecidas", explica Marky sobre a nova fase que se descortina. Para o paulistano, passar de DJ a produtor foi um passo natural. "Tive que correr atrás. Não foi nada fácil. Mas as oportunidades foram surgindo, as coisas fluiram para este lado. Produzir é mais difícil do que apenas discotecar, mas a gente vai fazendo, né?"
Carolina Carol Bela é, segundo Marky, "apenas uma amostra" de seu trabalho como criador. A canção, de 1967, é uma referência na educação musical do DJ. "Meu pai comprou o compacto com a música na época em que saiu, e desde então acho a música um verdadeiro clássico. O engraçado é que nunca tive intenção de lançar essa versão. Era só uma brincadeira que fiz sobre uma música que eu gosto, fiz só para eu mesmo ouvir", conta. Na hora de escolher as faixas para sua segunda compilação para a Trama, Marky resolveu pôr a faixa, que já fazia sucesso quando executada em seus sets noturnos. "Essa música é de uma época da MPB que acho genial, que são os anos 60", discorre o DJ. "Por isso mesmo preservei bem a estrutura, as marcas registradas da canção original."
Seguindo com essa opção pelas produções próprias, Marky agora agita seu primeiro álbum 100% assinado por ele. "Vai ser um disco de artista", diz ele. "Quero achar um equilíbrio entre o som para clubes e a música feita para se ouvir em casa, numa situação mais relax", explica Marky. Apesar de não revelar nada de substancial sobre o vindouro trabalho, o DJ fala que não vai engrossar a lista de artistas (Patife e XRS Land inclusos) que tentam a simbiose entre MPB e drum'n'bass. "Não gosto de me limitar a samplear só artistas brasileiros. Minhas influências vêm de vários estilos - ouço John Coltrane, Miles Davis, George Benson, junto com Jorge Ben e Quarteto em Cy. Só faço o que tenho vontade de fazer, mas já adianto que não quero cair no clichê da brasilidade", afirma. Para a produção, Marky lança mão de alta tecnologia (edição digital, feita no computador) e de tradição (com teclados como o clássico Fender Rhodes). O DJ quer lançar o disco em junho, mas isso depende de negociações contratuais.
A vida de Marky continua muito agitada, dividida entre São Paulo e Londres. Com a agenda tomada até janeiro, o DJ ainda capitaliza no exterior sobre a repercussão do CD Brazilian Job, compilação feita para o mercado inglês. "Cancelei várias festas para ter tempo de descansar um pouco no começo do ano que vem. Ainda assim, não paro de trabalhar - só de white label (vinis em edição limitada, prensados pelos próprios artistas e que circulam entre os top DJs) recebo uns 80 por mês", conta Marky, que faz questão de só incluir músicas que ele mesmo lançou em suas coletâneas.
Este ano, já tivemos o gostinho de ouvir um d'n'b made by Marky na compilação Sambaloco Espiritual Drum'n'Bass
(a faixa era Tudo ). Audio Architecture: 2 traz a já famigerada versão produzida por Marky para Carolina Carol Bela (Toquinho/Jorge Ben), em meio a uma seleção de balaços d'n'b para as pistas. "Estou preparado para me lançar como compositor e produtor. É o que eu desejo para minha carreira agora. Eu na verdade já vinha compondo há algum tempo, mas não queria lançar nada. Agora minhas músicas estão melhores, mais amadurecidas", explica Marky sobre a nova fase que se descortina. Para o paulistano, passar de DJ a produtor foi um passo natural. "Tive que correr atrás. Não foi nada fácil. Mas as oportunidades foram surgindo, as coisas fluiram para este lado. Produzir é mais difícil do que apenas discotecar, mas a gente vai fazendo, né?"
Carolina Carol Bela é, segundo Marky, "apenas uma amostra" de seu trabalho como criador. A canção, de 1967, é uma referência na educação musical do DJ. "Meu pai comprou o compacto com a música na época em que saiu, e desde então acho a música um verdadeiro clássico. O engraçado é que nunca tive intenção de lançar essa versão. Era só uma brincadeira que fiz sobre uma música que eu gosto, fiz só para eu mesmo ouvir", conta. Na hora de escolher as faixas para sua segunda compilação para a Trama, Marky resolveu pôr a faixa, que já fazia sucesso quando executada em seus sets noturnos. "Essa música é de uma época da MPB que acho genial, que são os anos 60", discorre o DJ. "Por isso mesmo preservei bem a estrutura, as marcas registradas da canção original."
Seguindo com essa opção pelas produções próprias, Marky agora agita seu primeiro álbum 100% assinado por ele. "Vai ser um disco de artista", diz ele. "Quero achar um equilíbrio entre o som para clubes e a música feita para se ouvir em casa, numa situação mais relax", explica Marky. Apesar de não revelar nada de substancial sobre o vindouro trabalho, o DJ fala que não vai engrossar a lista de artistas (Patife e XRS Land inclusos) que tentam a simbiose entre MPB e drum'n'bass. "Não gosto de me limitar a samplear só artistas brasileiros. Minhas influências vêm de vários estilos - ouço John Coltrane, Miles Davis, George Benson, junto com Jorge Ben e Quarteto em Cy. Só faço o que tenho vontade de fazer, mas já adianto que não quero cair no clichê da brasilidade", afirma. Para a produção, Marky lança mão de alta tecnologia (edição digital, feita no computador) e de tradição (com teclados como o clássico Fender Rhodes). O DJ quer lançar o disco em junho, mas isso depende de negociações contratuais.
A vida de Marky continua muito agitada, dividida entre São Paulo e Londres. Com a agenda tomada até janeiro, o DJ ainda capitaliza no exterior sobre a repercussão do CD Brazilian Job, compilação feita para o mercado inglês. "Cancelei várias festas para ter tempo de descansar um pouco no começo do ano que vem. Ainda assim, não paro de trabalhar - só de white label (vinis em edição limitada, prensados pelos próprios artistas e que circulam entre os top DJs) recebo uns 80 por mês", conta Marky, que faz questão de só incluir músicas que ele mesmo lançou em suas coletâneas.