Martinho da Vila verte seu samba para o francês
Novo trabalho do compositor, Conexões, traz versões bilingües para vários de seus maiores sucessos
Mônica Loureiro
12/12/2003
Martinho da Vila cantando em francês? Pois é, o sambista da Vila Isabel entrou no clima parisiense e está
lançando o CD Conexões. "Além dos países de língua portuguesa, é na França onde minha música
chega mais forte. Há muito tempo viajo para lá, e já cantei em vários lugares. Além disso, sabe aquela sensação
que você tem em relação a algum lugar, que sempre quis conhecer e gosta sem motivo aparente? Pois é, sempre
gostei daquele país, de sua história", conta Martinho. E diz que descobriu, recentemente, que 2005 vai ser o ano
do Brasil na França. "Toda a França vai se voltar à nossa cultura e promover diversos eventos nesse sentido.
Legal, né?".
Artista do cast da Sony há anos, Martinho lança o novo disco pela MZA Music. "Esse projeto está na minha cabeça há muito tempo e, pensando nisso, já deixei uma janela no contrato com a Sony para, quando quisesse, fazer o disco fora", explica. Segundo o cantor, as multinacionais acabam tendo interesse apenas no que elas produzem aqui. "Eles falaram: `No dia que você apresentar o projeto, se a gente quiser, a gente faz, se não, você fica livre para gravar por outra'", lembra. Foi quando Martinho encontrou Marco Mazzola, produtor - e dono - da MZA e ele sugeriu que concretizassem o disco. "O Mazzola perguntou, um dia, em que pé estava a idéia do disco, e eu disse que a fase das gravadoras estava ruim e que eu não pretendia lançar tão cedo. Aí ele sugeriu lançar pela MZA", conta. De qualquer forma, a Sony é a distribuidora oficial do disco no País.
A intenção inicial era fazer de Conexões um disco voltado ao mercado exterior. "Mas como todo projeto, foi se transformando, afinal é um disco muito brasileiro. Queríamos um lançamento simultâneo, mas devido também a uma série de atrasos, acabou saindo por aqui primeiro. Em janeiro chega a Portugal e fevereiro, à França", diz Martinho. O sambista define seu novo trabalho como um disco conceitual. Explica: "É um disco que tem uma história, um motivo para ser feito. Minha intenção foi misturar culturas e línguas. Uma conexão Brasil-França-África-Portugal".
Das 16 faixas do CD, nenhuma é totalmente em francês. São, na verdade, versões bilíngües, algumas feitas por Martinho e outras pelas vocalistas afro-francesas Saar Julia e Belinga Valerie. "Voltei a estudar francês com meu amigo Tex Tekadiomona, que é um professor congolês. Eu poderia ter pedido para ele fazer as versões, mas como ele não é compositor, não seria a mesma coisa. Além disso, é preciso um entendimento maior de nossa cultura", explica. Para Martinho, o que vem primeiro na música é a melodia: "Depois é que a gente vai entender qual é o assunto...". Dessa forma, ele pensou ao fazer as versões. "Preferi colocar apenas trechos em francês, que facilitassem o entendimento deles. Quem gostar, traduz o resto!", brinca.
Na hora de montar o repertório, Martinho incluiu inéditas e alguns sucessos bastante conhecidos pelo público europeu, como Femmes (Mulheres), Lentement (Devagar, Devagarinho) e os pot-pourris Dysrythmie (Disritmia)/Ex Amour (Ex-Amor) e Le Petit Borgeoise (O Pequeno Burguês)/Chant Chant Mon Peuple (Canta, Canta Minha Gente). Entre as inéditas, Como Você (Sarah Benchimol/Chico Anysio), Vila Isabel (Martinho/Moacyr Luz), Nem Réu Nem Juiz (Martinho/Hermínio Bello de Carvalho), Minha Amiga e Eu Você, Você Eu, ambas de Martinho. "Quis também incluir uma música que fosse símbolo da França, e escolhi La Bohème (Jacques Plante/Charles Aznavour), que virou Boemia", diz.
"Conexões foi produzido por Martinho e Mazzola e apresenta arranjos levemente diferentes nas regravações. "Nos sucessos, eu falei para o Mazzola que deixasse por minha conta e da minha banda. Ele acabou sugerindo outros nomes e tudo ficou meio a quatro mãos", brinca Martinho. O disco tem as participações das vocalistas Saar, Belinga e Olysa Zanati em Brinquei Demais (Martinho), Como Você, Chora Carolina (Roberto Leal/Marcia Lúcia, com adaptação de Martinho) e Boemia - gravadas na França -, e de Sally Nyolo, em Ó Nega (Martinho).
"Elas são francesas, mas nascidas em ex-colônias africanas. Preferi vocalistas com essa tendência por terem uma maior identificação com a cultura brasileira. E foi uma participação muito forte, elas se empenharam muito", justifica. Mas a participação mais curiosa ficou por conta de uma brasileira, a atriz Denise Fraga. Ela bate um papo com Martinho e faz um inusitado dueto em Pour Quit Tout Termine Mercredi (Pra Tudo se Acabar na Quarta-feira). Shows, por enquanto, nem no Brasil nem na França. "Daqui (< i>referindo-se a São Paulo), vou direto para Duas Barras (cidade no interior do estado do RJ, onde o cantor nasceu)! Então, a turnê fica só para fevereiro. No Rio, deve ser no Canecão", adianta. Mas antes disso, ele participa de um show de Réveillon em Goiânia. "Engraçado, né? Vou levar mulher, filho, papagaio...", diverte-se.
Artista do cast da Sony há anos, Martinho lança o novo disco pela MZA Music. "Esse projeto está na minha cabeça há muito tempo e, pensando nisso, já deixei uma janela no contrato com a Sony para, quando quisesse, fazer o disco fora", explica. Segundo o cantor, as multinacionais acabam tendo interesse apenas no que elas produzem aqui. "Eles falaram: `No dia que você apresentar o projeto, se a gente quiser, a gente faz, se não, você fica livre para gravar por outra'", lembra. Foi quando Martinho encontrou Marco Mazzola, produtor - e dono - da MZA e ele sugeriu que concretizassem o disco. "O Mazzola perguntou, um dia, em que pé estava a idéia do disco, e eu disse que a fase das gravadoras estava ruim e que eu não pretendia lançar tão cedo. Aí ele sugeriu lançar pela MZA", conta. De qualquer forma, a Sony é a distribuidora oficial do disco no País.
A intenção inicial era fazer de Conexões um disco voltado ao mercado exterior. "Mas como todo projeto, foi se transformando, afinal é um disco muito brasileiro. Queríamos um lançamento simultâneo, mas devido também a uma série de atrasos, acabou saindo por aqui primeiro. Em janeiro chega a Portugal e fevereiro, à França", diz Martinho. O sambista define seu novo trabalho como um disco conceitual. Explica: "É um disco que tem uma história, um motivo para ser feito. Minha intenção foi misturar culturas e línguas. Uma conexão Brasil-França-África-Portugal".
Das 16 faixas do CD, nenhuma é totalmente em francês. São, na verdade, versões bilíngües, algumas feitas por Martinho e outras pelas vocalistas afro-francesas Saar Julia e Belinga Valerie. "Voltei a estudar francês com meu amigo Tex Tekadiomona, que é um professor congolês. Eu poderia ter pedido para ele fazer as versões, mas como ele não é compositor, não seria a mesma coisa. Além disso, é preciso um entendimento maior de nossa cultura", explica. Para Martinho, o que vem primeiro na música é a melodia: "Depois é que a gente vai entender qual é o assunto...". Dessa forma, ele pensou ao fazer as versões. "Preferi colocar apenas trechos em francês, que facilitassem o entendimento deles. Quem gostar, traduz o resto!", brinca.
Na hora de montar o repertório, Martinho incluiu inéditas e alguns sucessos bastante conhecidos pelo público europeu, como Femmes (Mulheres), Lentement (Devagar, Devagarinho) e os pot-pourris Dysrythmie (Disritmia)/Ex Amour (Ex-Amor) e Le Petit Borgeoise (O Pequeno Burguês)/Chant Chant Mon Peuple (Canta, Canta Minha Gente). Entre as inéditas, Como Você (Sarah Benchimol/Chico Anysio), Vila Isabel (Martinho/Moacyr Luz), Nem Réu Nem Juiz (Martinho/Hermínio Bello de Carvalho), Minha Amiga e Eu Você, Você Eu, ambas de Martinho. "Quis também incluir uma música que fosse símbolo da França, e escolhi La Bohème (Jacques Plante/Charles Aznavour), que virou Boemia", diz.
"Conexões foi produzido por Martinho e Mazzola e apresenta arranjos levemente diferentes nas regravações. "Nos sucessos, eu falei para o Mazzola que deixasse por minha conta e da minha banda. Ele acabou sugerindo outros nomes e tudo ficou meio a quatro mãos", brinca Martinho. O disco tem as participações das vocalistas Saar, Belinga e Olysa Zanati em Brinquei Demais (Martinho), Como Você, Chora Carolina (Roberto Leal/Marcia Lúcia, com adaptação de Martinho) e Boemia - gravadas na França -, e de Sally Nyolo, em Ó Nega (Martinho).
"Elas são francesas, mas nascidas em ex-colônias africanas. Preferi vocalistas com essa tendência por terem uma maior identificação com a cultura brasileira. E foi uma participação muito forte, elas se empenharam muito", justifica. Mas a participação mais curiosa ficou por conta de uma brasileira, a atriz Denise Fraga. Ela bate um papo com Martinho e faz um inusitado dueto em Pour Quit Tout Termine Mercredi (Pra Tudo se Acabar na Quarta-feira). Shows, por enquanto, nem no Brasil nem na França. "Daqui (< i>referindo-se a São Paulo), vou direto para Duas Barras (cidade no interior do estado do RJ, onde o cantor nasceu)! Então, a turnê fica só para fevereiro. No Rio, deve ser no Canecão", adianta. Mas antes disso, ele participa de um show de Réveillon em Goiânia. "Engraçado, né? Vou levar mulher, filho, papagaio...", diverte-se.
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