Monarco entra em estúdio para gravar novo CD

Nana Vaz de Castro
11/04/2001
Chega ao Brasil no final do mês o produtor japonês Katsunori Tanaka — responsável, entre outras jóias, pelos primeiros discos das velhas guardas da Portela e da Mangueira — com o objetivo de produzir o mais novo disco de Monarco, intitulado Uma História do Samba. Dez anos depois do último disco solo do cantor e compositor, que atua à frente da Velha Guarda da Portela, a idéia é juntar o mesmo time de craques que participou de A Voz do Samba ouvir 30s, gravado em 91 e lançado em 92: Paulão 7 Cordas, Henrique Cazes, Beto Cazes, Mauro Diniz, as pastoras da Portela. No repertório entram três sambas inéditos de Monarco, compostos especialmente para o disco: o primeiro fala sobre a geração pioneira do samba, de Donga, Pixinguinha e João da Baiana. O segundo homenageia os sambistas da era do rádio, como Ismael Silva e Paulo da Portela. O terceiro é sobre o futuro do samba, e seu caráter imortal.

Outras músicas escolhidas para o disco são Isto É Bom, lundu de Xisto Bahia, Rir, de Noel e Cartola, Sorrindo Sempre, de Noel, Ismael e Gradim da Mangueira, Divina Dama, de Cartola, e um raro samba de terreiro de autoria de Alcides, o Malandro Histórico da Portela: A Vida do Vagabundo. O disco foi encomendado para a coleção World Sounds, do selo japonês JVC (o mesmo que encomendou Velhas Companheiras ouvir 30s, lançado aqui no ano passado), mas é provável — ainda que não confirmado — que saia no Brasil também.