Moska <i>lava a alma</i> em disco confessional
O álbum Tudo Novo de Novo traz letras autobiográficas e abre outra fase na carreira do cantor carioca
Mônica Loureiro
16/01/2004
Tudo novo. De novo. O mais recente disco de Moska, que leva justamente como título as duas frases que abrem este texto, marca uma nova fase em sua vida, não só profissional, mas principalmente pessoal. Ele vem de um disco sombrio, pesado (Eu Falso da Minha Vida o que Quiser
, lançado em 2001), que refletia um momento de depressão, época em que havia se separado da mulher. Agora, superados os traumas, apresenta seu novo trabalho, avisando que "é uma metáfora para a vida de todos nós, pois fala da transformação da dor para o amor".
O CD tem 14 faixas, das quais Moska assina 11, além de ter feito uma versão (A Idade do Céu - La Edad Del Cielo, de Jorge Drexler) e ser co-autor em outra (Essa É a Última Solidão de Sua Vida). Drexler, músico uruguaio, participa do CD cantando e tocando em Dos Colores: Blanco Y Negro. "Drexler é como fosse uma imagem de espelho, que caiu na minha frente. Uma fã me falou dele, uma vez, e me mandou um CD. O engraçado é que eu recebo muitos discos, que ficam em um caixote de onde vou tirando aos poucos para ouvir. Não sei porque esse eu peguei logo, ouvi e adorei. Entrei em contato com ele pela Internet e logo depois ele veio ao Brasil, ficou uns dias lá em casa e então gravamos a música. Temos coincidências enormes, como o mesmo tempo de carreira, filhos de seis anos...", conta Moska.
Sobre Essa É a Última Solidão de Sua Vida, Moska diz que resultou de uma reunião de amigos: "Teve um almoço lá em casa, onde no final ficaram Pedro Luis, Mart'nália, Thalma de Freitas e Talita Castro. É a música mais relaxada, e bem diferente das minhas letras". Mart'nália, por sua vez, tem outra participação no disco, fazendo um dueto com Moska no samba Acordando. "Fui ao show dela um dia e dei uma canja. Acabei indo nos três dias seguintes e cantando também. Ficamos loucos um pelo outro!", diz. Moska revela, aliás, que passou por sua cabeça fazer um CD só de sambas. "Só esse ano já compus oito. Mas tenho que freqüentar rodas, estudar mais", reconhece.
Lágrimas de Diamantes, Cheio de Vazio, O Bilhete no Fim, Assim Sem Disfarçar e Pensando em Você são algumas das composições próprias de Moska. A última fez parte da trilha sonora da novela da Rede Globo, Agora É que São Elas. "A música já estava no repertório desse disco, só foi gravada antes para poder entrar na novela. É uma oportunidade que não dá para dispensar! Mas veja, não foi sob encomenda, mesmo porque não gosto de trabalhos assim. É a primeira vez que tenho um disco lançado com música tocando antes", diz, satisfeito.
Violões
O Quarteto Móbile Moska - formado pelo próprio, Marcos Suzano, Sasha Amback e Dunga - é a base do disco que também traz, em algumas faixas, cordas e metais. Mas são os violões que se sobrepõem nos arranjos. "Já fiz dois discos com o Quarteto onde eu não me preocupei tanto em colocar canções minhas, estava mais em busca de uma sonoridade. Tocando com eles, comecei a mudar meu jeito de tocar violão. Nesse, alcançamos uma simplicidade nas canções", diz, revelando que havia pensado, anteriormente, em fazer um disco só de voz e violão.
Moska considera Tudo Novo de Novo seu sexto disco de carreira - excetuando o ao vivo Através do Espelho, de 1997, e duas coletâneas - e diz que foi o que o permitiu chegar a algo realmente novo. "Minhas canções são autobiográficas, mas não necessariamente sobre histórias que aconteceram comigo, e sim sensações. A busca foi meu assunto principal nesses dez anos, aliás, minha vitória é ser visto como alguém que busca, pois não gosto que me cobrem resultados", afirma.
O cantor e compositor diz que hoje já tem um estilo próprio de escrita: "Tem que fazer muito para identificar o que é só seu, sem influências", ensina. E faz questão de lembrar que já experimentou de tudo. "Agora alcancei um trabalho simples e com estrutura, depois de passear por vários estilos. Meu primeiro disco foi de rock, cheio de gritinhos histéricos, depois mergulhei na MPB, passei para o pop, fiz um ao vivo...", enumera.
Auto-retratos
Além de muitas composições próprias, Moska resolveu mexer também na parte visual de Tudo Novo de Novo - ele mesmo fez todas as fotos do encarte. O resultado é, no mínimo, curioso. "Na época do atentado de 11 de setembro, eu comecei a fazer uma série de fotos com uma câmera digital. Em todos os hotéis em que ficava hospedado, fotografava meu reflexo em metais de banheiros. O que era uma relação um tanto angustiada, pois eu estava usando minha dor em alguma coisa, começou a se tornar engraçado".
Moska diz que as fotos foram feitas paralelamente à produção do CD e muitas até deram idéias para ele compor. "Se você prestar atenção, algumas canções combinam com as fotos", destaca. Antes de decidir colocá-las no disco, Moska mostrou para alguns fotógrafos profissionais que o convenceram que eram bastante originais. Hoje, ele tem 2 mil fotos só dessa série de metais de banheiro. "Entre meus próximos projetos, estão um livro com essas fotos, um CD ao vivo e um DVD com o Quarteto Móbile, material que deve encerrar meu trabalho com o grupo", avisa.

O CD tem 14 faixas, das quais Moska assina 11, além de ter feito uma versão (A Idade do Céu - La Edad Del Cielo, de Jorge Drexler) e ser co-autor em outra (Essa É a Última Solidão de Sua Vida). Drexler, músico uruguaio, participa do CD cantando e tocando em Dos Colores: Blanco Y Negro. "Drexler é como fosse uma imagem de espelho, que caiu na minha frente. Uma fã me falou dele, uma vez, e me mandou um CD. O engraçado é que eu recebo muitos discos, que ficam em um caixote de onde vou tirando aos poucos para ouvir. Não sei porque esse eu peguei logo, ouvi e adorei. Entrei em contato com ele pela Internet e logo depois ele veio ao Brasil, ficou uns dias lá em casa e então gravamos a música. Temos coincidências enormes, como o mesmo tempo de carreira, filhos de seis anos...", conta Moska.
Sobre Essa É a Última Solidão de Sua Vida, Moska diz que resultou de uma reunião de amigos: "Teve um almoço lá em casa, onde no final ficaram Pedro Luis, Mart'nália, Thalma de Freitas e Talita Castro. É a música mais relaxada, e bem diferente das minhas letras". Mart'nália, por sua vez, tem outra participação no disco, fazendo um dueto com Moska no samba Acordando. "Fui ao show dela um dia e dei uma canja. Acabei indo nos três dias seguintes e cantando também. Ficamos loucos um pelo outro!", diz. Moska revela, aliás, que passou por sua cabeça fazer um CD só de sambas. "Só esse ano já compus oito. Mas tenho que freqüentar rodas, estudar mais", reconhece.
Lágrimas de Diamantes, Cheio de Vazio, O Bilhete no Fim, Assim Sem Disfarçar e Pensando em Você são algumas das composições próprias de Moska. A última fez parte da trilha sonora da novela da Rede Globo, Agora É que São Elas. "A música já estava no repertório desse disco, só foi gravada antes para poder entrar na novela. É uma oportunidade que não dá para dispensar! Mas veja, não foi sob encomenda, mesmo porque não gosto de trabalhos assim. É a primeira vez que tenho um disco lançado com música tocando antes", diz, satisfeito.
Violões
O Quarteto Móbile Moska - formado pelo próprio, Marcos Suzano, Sasha Amback e Dunga - é a base do disco que também traz, em algumas faixas, cordas e metais. Mas são os violões que se sobrepõem nos arranjos. "Já fiz dois discos com o Quarteto onde eu não me preocupei tanto em colocar canções minhas, estava mais em busca de uma sonoridade. Tocando com eles, comecei a mudar meu jeito de tocar violão. Nesse, alcançamos uma simplicidade nas canções", diz, revelando que havia pensado, anteriormente, em fazer um disco só de voz e violão.
Moska considera Tudo Novo de Novo seu sexto disco de carreira - excetuando o ao vivo Através do Espelho, de 1997, e duas coletâneas - e diz que foi o que o permitiu chegar a algo realmente novo. "Minhas canções são autobiográficas, mas não necessariamente sobre histórias que aconteceram comigo, e sim sensações. A busca foi meu assunto principal nesses dez anos, aliás, minha vitória é ser visto como alguém que busca, pois não gosto que me cobrem resultados", afirma.
O cantor e compositor diz que hoje já tem um estilo próprio de escrita: "Tem que fazer muito para identificar o que é só seu, sem influências", ensina. E faz questão de lembrar que já experimentou de tudo. "Agora alcancei um trabalho simples e com estrutura, depois de passear por vários estilos. Meu primeiro disco foi de rock, cheio de gritinhos histéricos, depois mergulhei na MPB, passei para o pop, fiz um ao vivo...", enumera.
Auto-retratos
Além de muitas composições próprias, Moska resolveu mexer também na parte visual de Tudo Novo de Novo - ele mesmo fez todas as fotos do encarte. O resultado é, no mínimo, curioso. "Na época do atentado de 11 de setembro, eu comecei a fazer uma série de fotos com uma câmera digital. Em todos os hotéis em que ficava hospedado, fotografava meu reflexo em metais de banheiros. O que era uma relação um tanto angustiada, pois eu estava usando minha dor em alguma coisa, começou a se tornar engraçado".
Moska diz que as fotos foram feitas paralelamente à produção do CD e muitas até deram idéias para ele compor. "Se você prestar atenção, algumas canções combinam com as fotos", destaca. Antes de decidir colocá-las no disco, Moska mostrou para alguns fotógrafos profissionais que o convenceram que eram bastante originais. Hoje, ele tem 2 mil fotos só dessa série de metais de banheiro. "Entre meus próximos projetos, estão um livro com essas fotos, um CD ao vivo e um DVD com o Quarteto Móbile, material que deve encerrar meu trabalho com o grupo", avisa.