Mu Chebabi: o <i>casseta </i>desconhecido mostra a cara
O produtor musical do programa Casseta e Planeta Urgente lança o primeiro CD solo, que traz parcerias com Lenine e Lula Queiroga e participações de Pedro Luís e a Parede
Silvio Essinger
24/04/2001
"Pensam que eu só vivo no maravilhoso mundo da babaquice...", brinca o cantor, compositor e instrumentista carioca Mu Chebabi, 39 anos de idade, duas filhas. Sua sina é ser o produtor musical do programa Casseta & Planeta Urgente — ou seja, ele é o responsável pela realização daquelas paródias musicais que vão ao ar toda semana. Mas tudo — espera ele — começa a mudar agora com o lançamento do disco Mu Chebabi 
, que será feito com um show hoje às 21h, no Sesc Pompéia, em São Paulo (dia 7 de maio ele repete a dose no Ballroom, no Rio). Não que Mu tenha ficado totalmente sério agora que põe a cara na janela. "Também não vou ser cabeça, o que eu quero mais é ficar à vontade", diz.
Mu Chebabi, ele veio fazendo ao longo dos últimos cinco anos — nos raros momentos em que tinha dinheiro e tempo para gastar. "A minha sorte foi que o pessoal do estúdio disse para eu pagar do jeito que desse", conta. No fim das contas, o CD saiu graças à ajuda de amigos e, inclusive, das famigeradas Organizações Tabajara. "É o primeiro CD patrocinado por elas", informa. No disco, Mu faz o que chama de "MPB hiphopada". "O rap faz o comentário do que acontece na canção", diz. A mistura pode ser detectada em faixas como Batuqueiros de Mesa (com participação de Pedro Luís e a Parede) e na impagável Nega Maluca.
Já na trinca Vagabundo/171/Classificados e em Pouco vem à baila um tema caro a Mu Chebabi: a dureza, que não poucas vezes esteve presente na vida desse virador, que trabalhou até como gerente do bufê da Pontifícia Universidade Católica do Rio. Na época em que tinha esse emprego, por sinal, ele acabou arrumando o bico que salvaria sua vida. Era 1988, e pintou um convite da finada casa carioca Jazzmania para que os humoristas da revista Casseta Popular e do jornal Planeta Diário juntassem forças em um show musical. "Não queria que se perpetuasse aquela idéia de que música de humor tinha que ser ruim", conta o músico, que era colaborador esporádico da Casseta e acabou virando guitarrista e diretor musical da trupe.
Da parceria, nasceu então o espetáculo Eu Vou Tirar Você Desse Lugar, que teve como frutos outros shows e os discos Preto com um Buraco no Meio (WEA, 89) e Para Comer Alguém (Velas, 94), todos com Mu. Faixas desses dois discos e mais algumas inéditas podem ser encontradas no CD The Bost Of Casseta & Planeta, lançado ano passado pela Som Livre.
Falta de tempo
No momento, porém, os humoristas não têm mais feito shows nem discos — a exceção é Reinaldo Figueiredo, o Seu Casseta, que lançou um CD ano passado com sua banda Companhia Estadual de Jazz (leia matéria). Razão: a falta de tempo geral por causa das atividades no programa. "Aquilo lá é uma guerra, a gente trabalha com atualidades, é tudo sempre em cima da hora", conta Mu.
O passado musical do compositor, porém, vem desde antes do Casseta & Planeta. No começo dos anos 80, ele fazia parte da Falange Canibal, banda de "MPB pop", um gênero que estava meio acuado diante da invasão do rock. Para cima e para baixo com a Falange, Mu conheceu dois pernambucanos que acabavam de chegar ao Rio: Lenine e Lula Queiroga, que em 83 lançaram o disco Baque Solto. Mu acabou se tornando parceiro dos dois, com quem fez Vagabundo (gravada no disco com participação de Lula e da banda carioca de rap Nocaute). Só com Lenine (e Caxa Aragão), ele compôs um grande sucesso do pernambucano, Hoje Eu Quero Sair Só , gravado no disco O Dia em que Faremos Contato e agora regravado em Mu Chebabi .
No show, Mu mostra boa parte das músicas do CD (entre elas, a romântica Cleópatra e o forró Bicicleta de Paraíba) com sua banda, na qual estão velhos amigos que também tocaram nas gravações. Do Aquarela Carioca, ele trouxe o parceiro Paulo Muylaert (guitarra) e Mário Sève (sopros, que por enquanto será substituído por David Ganc). A formação se completa com Edu Szajnbrum (bateria), Fábio Girão (baixo), Murilo O'Reilly (percussão), Mário Costa (teclados), Lúcia Turnbull (violão) e Juju Gomes (vocal).
Mais para o fim do show, não tem jeito: ele não resiste e descamba para o repertório do Casseta, tocando músicas como o samba Nenê de Papá (parceria com Muylaert) e o reggae Surfista (com o pessoal do Casseta & Planeta). Para quem quiser conferir o seu disco, um recado: por enquanto, ele só está disponível para venda no site www.muchebabi.com.br.
, que será feito com um show hoje às 21h, no Sesc Pompéia, em São Paulo (dia 7 de maio ele repete a dose no Ballroom, no Rio). Não que Mu tenha ficado totalmente sério agora que põe a cara na janela. "Também não vou ser cabeça, o que eu quero mais é ficar à vontade", diz.
Mu Chebabi, ele veio fazendo ao longo dos últimos cinco anos — nos raros momentos em que tinha dinheiro e tempo para gastar. "A minha sorte foi que o pessoal do estúdio disse para eu pagar do jeito que desse", conta. No fim das contas, o CD saiu graças à ajuda de amigos e, inclusive, das famigeradas Organizações Tabajara. "É o primeiro CD patrocinado por elas", informa. No disco, Mu faz o que chama de "MPB hiphopada". "O rap faz o comentário do que acontece na canção", diz. A mistura pode ser detectada em faixas como Batuqueiros de Mesa (com participação de Pedro Luís e a Parede) e na impagável Nega Maluca.
Já na trinca Vagabundo/171/Classificados e em Pouco vem à baila um tema caro a Mu Chebabi: a dureza, que não poucas vezes esteve presente na vida desse virador, que trabalhou até como gerente do bufê da Pontifícia Universidade Católica do Rio. Na época em que tinha esse emprego, por sinal, ele acabou arrumando o bico que salvaria sua vida. Era 1988, e pintou um convite da finada casa carioca Jazzmania para que os humoristas da revista Casseta Popular e do jornal Planeta Diário juntassem forças em um show musical. "Não queria que se perpetuasse aquela idéia de que música de humor tinha que ser ruim", conta o músico, que era colaborador esporádico da Casseta e acabou virando guitarrista e diretor musical da trupe.
Da parceria, nasceu então o espetáculo Eu Vou Tirar Você Desse Lugar, que teve como frutos outros shows e os discos Preto com um Buraco no Meio (WEA, 89) e Para Comer Alguém (Velas, 94), todos com Mu. Faixas desses dois discos e mais algumas inéditas podem ser encontradas no CD The Bost Of Casseta & Planeta
, lançado ano passado pela Som Livre.
Falta de tempo
No momento, porém, os humoristas não têm mais feito shows nem discos — a exceção é Reinaldo Figueiredo, o Seu Casseta, que lançou um CD ano passado com sua banda Companhia Estadual de Jazz (leia matéria). Razão: a falta de tempo geral por causa das atividades no programa. "Aquilo lá é uma guerra, a gente trabalha com atualidades, é tudo sempre em cima da hora", conta Mu.
O passado musical do compositor, porém, vem desde antes do Casseta & Planeta. No começo dos anos 80, ele fazia parte da Falange Canibal, banda de "MPB pop", um gênero que estava meio acuado diante da invasão do rock. Para cima e para baixo com a Falange, Mu conheceu dois pernambucanos que acabavam de chegar ao Rio: Lenine e Lula Queiroga, que em 83 lançaram o disco Baque Solto
. Mu acabou se tornando parceiro dos dois, com quem fez Vagabundo (gravada no disco com participação de Lula e da banda carioca de rap Nocaute). Só com Lenine (e Caxa Aragão), ele compôs um grande sucesso do pernambucano, Hoje Eu Quero Sair Só , gravado no disco O Dia em que Faremos Contato e agora regravado em Mu Chebabi .
No show, Mu mostra boa parte das músicas do CD (entre elas, a romântica Cleópatra e o forró Bicicleta de Paraíba) com sua banda, na qual estão velhos amigos que também tocaram nas gravações. Do Aquarela Carioca, ele trouxe o parceiro Paulo Muylaert (guitarra) e Mário Sève (sopros, que por enquanto será substituído por David Ganc). A formação se completa com Edu Szajnbrum (bateria), Fábio Girão (baixo), Murilo O'Reilly (percussão), Mário Costa (teclados), Lúcia Turnbull (violão) e Juju Gomes (vocal).
Mais para o fim do show, não tem jeito: ele não resiste e descamba para o repertório do Casseta, tocando músicas como o samba Nenê de Papá (parceria com Muylaert
) e o reggae Surfista (com o pessoal do Casseta & Planeta). Para quem quiser conferir o seu disco, um recado: por enquanto, ele só está disponível para venda no site www.muchebabi.com.br.