Napster não é nada perto do Freenet

Novo programa vai mais fundo - permite troca de arquivos de áudio e vídeo de forma totalmente anônima e sem deixar rastro

Vicente Tardin
26/07/2000
O sucesso impressionante do Napster detonou uma nova revolução underground.

O Napster é de longe o site de música mais acessado de todos. Porém não é um site, é mais um ambiente para troca de arquivos pela internet. Em poucos meses causou uma revolução que poderá ser aprimorada pelo Freenet, novo programa onde a troca de arquivos não depende de um servidor central.

É uma idéia subversiva para o modelo da indústria do entretenimento porque é uma rede entre colegas, peer-to-peer. Não há um veículo de comunicação como fornecedor de informação. As pessoas trocam as informações de forma anônima; cada computador é um nó da rede e não há como identificar quem está recebendo ou fornecendo arquivos. Não há um diretório central, como no caso do Napster.

Outros programas similares ao Napster, como o Gnutella, também não trabalham com servidores, mas dependem de um endereço IP, que pode ser traçado. Mas o Freenet vai mais fundo no objetivo de proporcionar anonimato. Ele criptografa os arquivos, mistura chaves numéricas e muda arquivos de um computador para outro. Não dá para apagar um arquivo e não da para saber de onde ele está vindo.

O programa foi desenvolvido por um estudante de 23 anos, Ian Clarke, como projeto de seu curso na Universidade de Edimburgo, na Escócia. O Freenet começou a funcionar em março e 100 mil pessoas já fizeram o download pelo endereço http://freenet.sourceforge.net.

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