O que a Nação Zumbi <i>tramou</i> para 2002

Grupo recifense assina com a gravadora Trama e já trabalha no primeiro CD pelo selo paulista, previsto para junho

Marco Antonio Barbosa
20/12/2001
O grupo recifense Nação Zumbi deu mais um passo - decisivo, espera-se - em sua carreira pós-Chico Science. Explicando: ontem (dia 19), a banda assinou um contrato com a gravadora paulista Trama, cerca de um ano e meio após lançar pelo selo YBrazil? seu terceiro álbum de estúdio, Rádio S.amb.A. ouvir 30s . A união entre um dos mais aclamados nomes do movimento manguebeat com a antenada gravadora dirigida por João Marcelo Bôscoli já era um "romance" anunciado há algum tempo e - no que depender da NZ - vai consolidar de vez a trajetória do grupo no terceiro milênio.

Quem faz as vezes de porta-voz do grupo é o vocalista Jorge Du Peixe. "Já vinhamos flertando com a Trama há algum tempo. Gostávamos de ver o suporte que a gravadora dá a seus artistas, a dedicação que eles têm", fala Jorge. "No início deste ano, o João Marcelo citou - em uma entrevista - a Nação como um dos nomes que ele gostaria de ver no cast do selo. Aí foi só questão de conversar." O novo contrato prevê o lançamento de dois álbuns.

A ponte foi feita através de Otto. O conterrâneo da Nação Zumbi, contratado da Trama há três anos, convocou o grupo - Jorge, Lúcio Maia (guitarra), Alexandre Djengue (baixo), Toca Ogam (percussão), Gilmar Bolla 8 (percussão) e Pupilo (bateria) - a participar de seu recente álbum, Condom Black ouvir 30s , e então... "Foi quando nos aproximamos de vez. Acabou o contrato com a YBrazil? - que só previa mesmo um disco - e tivemos uma conversa bem transparente com o João Marcelo. Estamos escolados, afinal já é a nossa terceira gravadora em menos de dez anos", diz Jorge, lembrando que a Nação começou sua carreira discográfica na major Sony Music.

Segundo Jorge, o grupo não tem nada a reclamar da YBrazil?. "Pudemos fazer exatamente o que queríamos do Rádio S.amb.A., sem interferência alguma", diz o vocalista. A vendagem do álbum, cerca de 20 mil cópias - pouco para uma major, mas de bom tamanho para um selo pequeno - não decepcionou a Nação. "Sempre soubemos das dificuldades de distribuição. A coisa por aqui é tão difícil para os selos pequenos, que houve época em que o disco vendia mais no exterior - Londres e Nova York - do que no Brasil", conta Jorge. O grupo acredita que o lançamento do primeiro disco pela Trama deve dar um gás nas vendas de Rádio S.amb.A., que ainda está disponível em venda direta pelo e-mail email@alternetmusic.com.br .

O cantor dá detalhes sobre o futuro da banda no novo selo. "Devemos entrar em estúdio em março, para finalizar o disco até final de abril. Faremos uma pré-produção no Recife, para ver como as novas músicas estão soando, daí vamos para São Paulo gravar no estúdio da Trama. Estamos totalmente focados neste trabalho, nem vamos tocar no carnaval de 2002 só para nos dedicarmos a isso." Apesar do repertório estar ainda embrionário, Jorge conta alguns planos do grupo para o próximo disco: "Queremos trabalhar com vários produtores, ainda estamos cogitando alguns nomes. Gostamos de passar muito tempo no estúdio, experimentando timbres e sonoridades. É a nossa grande diversão." O lançamento está previsto para junho.