Olivia Hime lança projeto de resgate

Selo Biscoito Fino vai recuperar produção musical perdida dos séculos XX e XIX

João Pimentel
24/06/2001
Um convite de Kati de Almeida Braga para a cantora Olívia Hime foi o ponto de partida para a criação de um megaprojeto que pretende lançar artistas e recuperar parte da produção musical perdida entre os séculos XIX e XX. Chamada para fazer a curadoria de música do Paço Imperial, Olívia passou a organizar uma série de shows com gente como Cristina Buarque e Guinga. A paixão pela música que une Olívia a Kati resultou na idéia de gravar as apresentações e mais tarde lançá-las num selo próprio, o Biscoito Fino. Um estúdio, uma produtora e uma editora vieram em seguida e passaram a integrar o Grupo Sarapuí, que abre suas portas amanhã (dia 25), às 19h, na rua de mesmo nome, no Humaitá (RJ).

"Nunca pensamos que a coisa fosse progredir dessa forma. Mas o projeto acabou sendo abraçado por outros músicos, novas idéias foram surgindo e hoje nos tornamos uma holding musical", brinca Olívia, que faz questão de comparar o grupo a um pequeno relógio suíço, pelo tamanho e pela qualidade. Em julho serão lançados os primeiros produtos do selo Biscoito Fino. Primeiro Compasso e Segundo Compasso, referentes aos shows no Paço Imperial; um CD com poemas de Geraldo Carneiro musicados por Lenine; um disco da pianista Gilda Oswaldo Cruz com gravações inéditas de Cláudio Santoro; e o relançamento de Estrela da Vida Inteira ouvir 30s, que Olívia produziu há 15 anos, em homenagem ao centenário de Manuel Bandeira, com poemas musicados por Tom Jobim, Francis Hime, Gilberto Gil e Dorival Caymmi, entre outros. Para setembro estão programados os lançamentos de um disco de Miúcha; um álbum com 15 pianistas interpretando músicas de Francis Hime, com arranjos do próprio e chamado Meus Caros Pianistas; e um CD do compositor mineiro Sérgio Santos.