Pacote de étnicos no Rock In Rio

Tárik de Souza
16/01/2001
De carona na arena bilionária do gênero inventado por ases como Chuck Berry, Little Richard e Bo Diddley, a multifacetada world music também tira suas casquinhas no Rock In Rio 3. Especializada no ramo, a gravadora MCD World Music arremessou durante o festival um pacote com quatro de suas estrelas no evento. Além do grupo finlandês Värtinä saíram os CDs dos paulistas Anima (Especiarias) e Mawaca (Astrolábio tucupira com. Brasil) e do carioca Kau (Etnopop). Em associação com a ONG Greenpeace (cujo navio passou por Santos, SP dias 13 e 14 e fica no Rio dias 20, 21, 27 e 28), o selo também está editando o CD Amazônia - Uma Suite Para Grandes Florestas. Dele participam desde o trilheiro mineiro Marcus Vianna (das televisivas Pantanal, Chiquinha Gonzaga, Terra Nostra e Aquarela do Brasil) a André Rocha (harpa) e Vagner Nazareth (flauta) e os grupos Ya Nur e Kau. Há ainda uma gravação inédita de cantos guaranis com crianças de quatro aldeias na faixa Nhanerämoi’i Karai Poty.

Formado por Isa Taube (voz), João Carlos Dalgalarrondo (percussão), Luiz Nenrique Fiaminghi (rabecas artesanais), Patrícia Gatti (cravo), Paulo Freire (viola caipira) e Valéria Bittar (flauta doce), o Anima mescla música brasileira antiga de tradição oral (Tupinambá, Folia de Reis, Moreninha) com temas assinados pelos violeiros Ivan Vilela (Baiãozim Calango) e Paulo Freire (Manuelzão). Pedindo emprestada uma palavra da etnia hausa do norte de Nigéria que acopla poema cantado (waca) e seu intérprete (ma), o Mawaca agrupa oito músicos e sete cantoras (Angélica Leutwiler, Cristina Guiçá, Cristiane Miguel, Magda Pucci, Sandra Oak, Susie Mathias e Zuzu Abu). Ana Luisa Colomar (flauta, cello), Gabriel Levy (acordeon), Cintia Zanco (violino), Ramiro Marques (saxes), Itamar Vidal (clarone), Luiz Antonio Ramoska (fagote), Valéria Zeidan (vibrafone, derbak e pandeirão) e Armando Tibério (tablas, berimbau, congas e caixas) mesclam as tradições musicais africana, portuguesa, árabe, indígena, japonesa e italiana num envólucro acústico em faixas como Cangoma, Aguerê de Iansã, Ciranda Indiana, Koi Txanbgaré, Tambores de Mina, Maracatus e Sopros do Oriente.

Já o Kau investe no etnopop como rotula o disco, integrando cantos nativos com tecnologia. Há desde uma Bororó Trance Mix a Calango, Crops, Caburé e Mestre Oreste executados por Daniel Kau (vocais, flautas nativas e sintetizadores), Marcelo Reis (vocais, sintetizadores, programação e manipulação de sons digitais), Helder Garcia (percussão, composição) e Sandro Guimarães (saxes). Mais detalhes sôbre os lançamentos e o catálogo da gravadora no site www.mcd.com.br.