Paraná vira a meca <i>indie</i> brasileira

Curitiba Pop Festival, que começa amanhã (dia 2), faz panorama do rock independente e traz Otto e Nação Zumbi como destaques

Marco Antonio Barbosa
01/05/2003
Curitiba vai virar, amanhã (dia 2) e sábado (3), a meca brasileira do rock independente. Afinal, sai do papel o muito aguardado e comentado Curitiba Pop Festival, realizado no teatro Ópera de Arame. Nesses dois dias, a partir das 15h, um alentado panorama do que há de novidade na música pop nacional - com ênfase no underground e em bandas e artistas ainda a emergir na mídia - vai dominar a capital paranaense.

O Curitiba Pop Festival tem o patrocínio da Fundação Cultural de Curitiba, e faz parte da programação que comemora a nomeação da cidade como Capital Americana da Cultura em 2003. Organizado pela produtora de eventos Tatuapé, o evento começou a virar notícia no segundo semestre do ano passado - quando especulações via imprensa sugeriram que um grande número de artistas internacionais de alto prestígio (como os grupos Radiohead, The Strokes, The White Stripes e Wilco) estariam escalados para tocar. Baixada a poeira, confirmou-se a presença de apenas três atrações internacionais: The Breeders, a banda da ex-baixista dos Pixies, Kim Deal, e os grupos eletrônicos Stereo Total (Alemanha) e Rubinsteiner (França).

Contudo, é na força do elenco nacional que o CPF aposta suas cartas. Os convidados de maior renome vêm de Pernambuco, crias do manguebeat: Otto (que se apresenta na sexta) e a Nação Zumbi (que toca sábado). Mas o batuque recifense não dá o tom exato do festival; são as guitarras, em variados estilos, as donas do espetáculo.

Boa parte dos 17 convidados brasileiros do CPF seguem a linha guitar-pop. A facção gaúcha conta com os "veteranos" Bidê ou Balde e com o show arrasa-quarteirão do Cachorro Grande, além dos também prestigiados e barulhentos Walverdes. São Paulo enviou a sensação indie Monokini; Goiás manda o MQN e Minas o Valv, duas outras estimadas representantes das guitarras distorcidas. Uma boa seleção de grupos paranaenses, bem afinados com o espírito dominante do festival, completa a lista.

Foi a ONG espanhola Capital Americana de Cultura que nomeou Curitiba como ponto focal da cultura nas Américas em 2003. Em função disso, vários eventos, além do Curitiba Pop Festival, vêm sendo realizados desde o começo do ano. Em janeiro, aconteceu a Oficina de Música de Curitiba; para o segundo semestre acontecem o Megaimagem (unindo as tradicionais Mostra da Gravura e Bienal de Fotografia) e o Perhappenings (que promete trazer escritores estrangeiros à cidade). Maiores detalhes sobre o festival podem ser vistos no site oficial do evento, www.curitibapopfestival.com

A programação completa:

Sexta, 2 de maio:

15:00 - Vurla (SP)
15:45 - Svetlana (PR)
16:30 - Valv (MG)
17:15 - Suite (SP)
18:00 - Ess (PR)
18:45 - Monokini (SP)
19:30 - Tara Code (BA)
20:30 - Otto (PE)
22:00 - Rubinsteiner (França)
23:30 - Stereo Total (Alemanha)

Sábado, 3 de maio:
15:00 - Criaturas (PR)
15:45 - Bide ou balde (RS)
16:30 - Faichecleres (PR)
17:15 - Walverdes (RS)
18:00 - Catalépticos (PR)
18:45 - Primal (PR)
19:30 - Mqn (GO)
20:15 - Cachorro Grande (RS)
21:15 - Nação Zumbi (PE)
22:45 - Breeders (EUA)