PercPan termina em ritmo de rave

O som eletrônico do projeto XRS Land fechou o festival de percussão no Recife, na noite de sábado (dia 24)

José Teles (Recife)
25/11/2001
E a oitava edição do PercPan acabou num baticum eletrônico do XRS Land Project, comandado pelo DJ Xerxes, um dos pioneiros do drum'n'bass no Brasil. A última noite do festival foi bastante eclética, teve do cavalo marinho do Mestre Salustiano, a não esperada apresentação do Maracatu Rural Cambinda Dourada (que não estava escalado para o evento), Antúlio Madureira, o francês Titi Robin, o jazz de Marcos Suzano e banda, e o Raízes Percussivas, um grupo formado por jovens carentes da periferia de Olinda.O Raízes, pouco conhecido dos pernambucanos, mostrou-se um dos mais afiados grupos de percussão do festival. Tendo o Mestre Lua como maestro eles incursionaram pela miríade de ritmos pernambucanos, do afoxé ao maracatu de baque virado.

Antúlio Madureira fazia sua primeira apresentação no Recife desde que fixou residência em São Paulo. Ele abriu o show dando uma de Tom Zé, tirou sons de um maçarico, para em seguida interpretar o Hino Nacional com um serrote e tocado com arco, como se violino fosse. Foi uma apresentação curta, mas mesmo assim Antúlio Madureira conseguiu fazer um resumo da música pernambucana, indo do caboclinho a cirandas e frevos de Capiba. Madureira terminou a apresentação com o público querendo mais. Estimou-se em 20 mil, o número de pessoas que estiveram na Praça do Marco Zero sábado á noite.

Marcos Suzano e banda mostraram músicas do seu disco Flash (Trama). O jazz destoou um pouco do clima do festival, mas agradou à platéia, apesar do show ter sido longo. Gilberto Gil, incansável, mas rouco, novamente tirou do fundo do baú da memória clássicos da música brasileira, entre eles Dora (Dorival Caymmi), e Evocação n° 1 (Nelson Ferreira). Virtuoso do violão flamenco, o francês Titi Robin fez um show correto, compacto e sem firulas (a não ser as intrínsecas ao flamenco).

Já era madrugada do domingo, quando o XRS Land Project adentrou o palco, fazendo o PercPan terminar em clima de rave. O Secretário de Turismo de Pernambuco, Carlos Eduardo Pereira, entusiasmado pela acolhida que os pernambucanos deram ao festival, adiantou que já iniciou negociações para que ele aconteça novamente no Recife no ano que vem.