Pernambuco, capital Montreux
Maracatu, frevo e forró deram o tom da última noite brasileira na 34° edição do festival de jazz
Felipe Tadeu
16/07/2000
MONTREUX - A noite Pernambuco em Canto – Carnaval de Olinda, programada para fechar a participação do Brasil no festival mais conhecido da Europa, foi pura celebração ao saudoso Luiz Gonzaga. Alceu Valença, Naná Vasconcelos e Elba Ramalho prestaram o devido reconhecimento ao legado deixado pelo Rei do Baião, numa noite que teve presenca maciça da colônia brasileira no continente.
Mesmo com os ingressos mais baratos atingindo o preco de 79 francos suíços (cerca de 80 reais), a casa mais uma vez estava cheia. O próprio Claude Nobs, principal responsável pelo evento, declarava ontem à imprensa em entrevista coletiva o sucesso antecipado da edição deste ano, que já superou as expectativas de público uma semana antes do fim. Como sempre, as noites brasileiras foram muito bem sucedidas, apesar de alguns tropeços na organização do show deste domingo. Moraes Moreira, Geraldo Azevedo e Lula Queiroga, que estavam escalados para subir ao palco como convidados da Orquestra de Frevos, acabaram não aparecendo. Outro problema foi a divisão de tempo entre os artistas participantes. Naná Vasconcelos, por exemplo, que estava em noite de total encantamento, foi o maior prejudicado, contando com menos tempo para sua formidável performance que o inexpressivo André Rios. Elba também foi outra que reclamou do relógio: “Puxa, me trouxeram do Brasil só pra tocar tão pouco?”, desabafou ela no microfone. Como o Festival de Montreux sempre primou pelo rigor no quesito horário, os atropelos pareciam inevitáveis, diante de tanta gente escalada para subir ao palco.
Mas ainda assim, foi uma boa noite. Naná e sua leitura para Trenzinho Caipira, de Villa- Lobos, foi simplesmente emocionante. Contando com um jovem quarteto de percussionistas do seu projeto Flor do Mangue, Mister Vasconcelos impressionou. Que o diga o batalhão de fotográfos que estava atento a ele. Alceu Valença foi outro que esbanjou juventude debaixo de sua cartola, em sua terceira aparição em Montreux. Acompanhado de seu inseparável escudeiro Paulo Rafael nas guitarras, Léo Coimbra nos cellos, Herbert Azul no baixo, Eduim de Olinda – figuraça carnaval – na percussão, Ceceu na batera e Chiquinho Ceará no acordeon, Alceu mandou de Coração Bobo a Casaca de Couro, passando por uma bela interpretação de Juazeiro e uma inovadora pegada rock em Estação da Luz.
Quanto à paraibana Elba Ramalho, o que se viu foi todo mundo soltando os pés do chão. Carismática como de costume, ela insurgiu pelo palco numa indumentária de lanceira do maracatu, mandando de Beradero e Pedra de Responsa de seu inspirado conterrâneo Chico César, a Chuva, Suor e Cerveja, de Caetano Veloso. E por falar na Bahia de Caetano, o lobby acabou conseguindo enquadrar a Banda Eva numa noite que se pretendia pernambucana.
Mesmo com os ingressos mais baratos atingindo o preco de 79 francos suíços (cerca de 80 reais), a casa mais uma vez estava cheia. O próprio Claude Nobs, principal responsável pelo evento, declarava ontem à imprensa em entrevista coletiva o sucesso antecipado da edição deste ano, que já superou as expectativas de público uma semana antes do fim. Como sempre, as noites brasileiras foram muito bem sucedidas, apesar de alguns tropeços na organização do show deste domingo. Moraes Moreira, Geraldo Azevedo e Lula Queiroga, que estavam escalados para subir ao palco como convidados da Orquestra de Frevos, acabaram não aparecendo. Outro problema foi a divisão de tempo entre os artistas participantes. Naná Vasconcelos, por exemplo, que estava em noite de total encantamento, foi o maior prejudicado, contando com menos tempo para sua formidável performance que o inexpressivo André Rios. Elba também foi outra que reclamou do relógio: “Puxa, me trouxeram do Brasil só pra tocar tão pouco?”, desabafou ela no microfone. Como o Festival de Montreux sempre primou pelo rigor no quesito horário, os atropelos pareciam inevitáveis, diante de tanta gente escalada para subir ao palco.
Mas ainda assim, foi uma boa noite. Naná e sua leitura para Trenzinho Caipira, de Villa- Lobos, foi simplesmente emocionante. Contando com um jovem quarteto de percussionistas do seu projeto Flor do Mangue, Mister Vasconcelos impressionou. Que o diga o batalhão de fotográfos que estava atento a ele. Alceu Valença foi outro que esbanjou juventude debaixo de sua cartola, em sua terceira aparição em Montreux. Acompanhado de seu inseparável escudeiro Paulo Rafael nas guitarras, Léo Coimbra nos cellos, Herbert Azul no baixo, Eduim de Olinda – figuraça carnaval – na percussão, Ceceu na batera e Chiquinho Ceará no acordeon, Alceu mandou de Coração Bobo a Casaca de Couro, passando por uma bela interpretação de Juazeiro e uma inovadora pegada rock em Estação da Luz.
Quanto à paraibana Elba Ramalho, o que se viu foi todo mundo soltando os pés do chão. Carismática como de costume, ela insurgiu pelo palco numa indumentária de lanceira do maracatu, mandando de Beradero e Pedra de Responsa de seu inspirado conterrâneo Chico César, a Chuva, Suor e Cerveja, de Caetano Veloso. E por falar na Bahia de Caetano, o lobby acabou conseguindo enquadrar a Banda Eva numa noite que se pretendia pernambucana.
Siga os links abaixo para assistir os shows: Leia ainda sobre os shows em Montreux: Para assistir o vídeo ou o áudio, você precisa ter o Windows Media Player instalado em seu computador
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