Projeto regrava Moacir Santos original

Arranjos do maestro brasileiro radicado nos EUA são resgatados por Mário Adnet e Zé Nogueira e gravados em dois CDs, com participações de Donato, Djavan, João Bosco, Ed Motta e Joyce

Nana Vaz de Castro
09/03/2001
Ouro Negro é o nome do projeto que vai trazer à tona a obra original do pernambucano Moacir Santos, autor do clássico Nanã, renovador do arranjo brasileiro e professor de Paulo Moura, Baden Powell, Nara Leão e outros importantes músicos brasileiros. Serão dois CDs, patrocinados pela Petrobras e lançados pela gravadora MP,B, com distribuição da Universal, e um show de lançamento em maio.

Entre as 28 faixas selecionadas estão as dez de seu histórico disco Coisas amostras de 30s (1965), cujas partituras desapareceram quando o selo Forma foi extinto. O compositores Zé Nogueira e Mário Adnet debruçaram-se sobre o disco para tirar, de ouvido, linha por linha das dez composições, intituladas Coisa nº 1, Coisa nº 2, Coisa nº 3 etc.

A transcrição levou mais de um ano de trabalho, que poderá ser conferido na gravação de uma orquestra formada especialmente para o evento. Com ênfase nos metais, especialidade do saxofonista Moacir, a big band conta, entre outros, com o trombone de Vittor Santos, o sax de Nailor Proveta e o piano de Cristóvão Bastos, além, é claro, de Adnet no violão e Nogueira no sax soprano.

Moacir Santos, que está no Brasil, participará cantando da inédita Bodas de Prata Dourada, ao lado da cantora Muísa Adnet, e talvez cante também em April Child. Os outros vocais (serão cinco ou seis faixas cantadas) ficam por conta de João Bosco, Ed Motta, Djavan e a dupla Joyce e João Donato, que divide o microfone em uma faixa.