Propaganda pode ajudar a pagar direitos autorais

A música digital será gratuita no futuro? Enquanto o impasse não se resolve, um programa ajuda a remunerar os artistas e compositores sendo executados nos micros e MP3 players

Bruno Gouveia
01/08/2000
A permeabilidade da rede em receber arquivos MP3, a profusão de Napsters, Hotlines, Gnutellas, iMeshs, etc. pode ter voltado em mais de 40 anos a luta pelos direitos autorais.

Novamente, compositores passaram a receber nada (nem mesmo um obrigado) pela execução da música que fizeram. Pelo contrário, voltamos ao tempo em que tínhamos de agradecer a iniciativa por estarem 'nos ajudando a divulgar nosso trabalho'.

Grandes emissoras de TV e rádio até hoje não pagam corretamente (quando pagam) os direitos autorais e alegam que estão 'divulgando' o trabalho, o que deveria ser encarado como grande ajuda, digna de isentá-los destes valores. Esta luta não tem fim entre os compositores brasileiros, personagens muitas vezes anônimos que assinam grandes sucessos mas não estão nas capas de revistas ou programas de auditório dominicais.

Por intermédio de uma amiga, soube da existência de uma nova iniciativa, um addware chamado playj . O cara baixa o player ou o plugin para o Winamp. Depois ouve a faixa encriptada em .plj (um mp3 com watermark único e singular para cada música) e ao tocá-la em seu aparelho, um banner mostra os patrocinadores da faixa.

O patrocinador paga os direitos, o ouvinte curte a música e o compositor/artista recebe um valor por isto. Quanto mais a música é tocada, mais ganha o artista, pois o playj analisa não o download, mas o sucesso que uma música faz com o ouvinte. Se você ouvir 20 vezes, o artista ganha 20 vezes mais. Taí uma forma mais certa de se medir o sucesso de alguém, não acham? O danado analisa quantas vezes por dia você gosta de ouvir esta música no seu player. Você pode tocar até offline que quando se conectar o playj envia para o servidor uma atualização.... Confiram...

Bruno Gouveia é cantor e compositor do Biquini Cavadão