Rock in Rio: Pavilhão 9 empolga o público do metal
Silvio Essinger
19/01/2001
CIDADE DO ROCK, 20h - Originalmente uma banda de rap da periferia paulistana, o Pavilhão 9 revelou sua nova cara no Rock In Rio - literalmente. Os rappers Rhossi e Doze, que sempre se apresentavam encapuzados, mostraram seus rostos pela primeira vez no palco, logo após a música de abertura, Planos, Mapas, Esquemas. Já o som, que vinha perdendo progressivamente o elemento hip hop, acabou ficando totalmente metal, com algum suingue e bastante peso nas guitarras de Ortega e Munari, e na bateria de dois bumbos de Fernando (ex-Korzus). Vestidos de preto, os músicos angariaram a simpatia da platéia, que os saudava com o sinal do diabo - uma tradição em shows de heavy. Mas, ao invés dos temas satânicos, o Pavilhão 9 usava relatos de violência urbana (em Terra de Ninguém, Execução Sumária, Reação) para manter o peso em alta. Com incessante movimentação e falatório, a dupla de rappers levou a platéia ao delírio com a música em que critica os policiais, Otários Fardados (a mesma que os levou a usar máscaras, por causa da perseguição policial). O grande momento do show se deu no final, quando a banda recebeu o guitarrista Andreas Kisser e o baterista Igor Cavalera (do Sepultura), além do guitarrista Tom Capone (que produziu os mais recente disco do Pavilhão, Reação) para uma aclamada interpretação de Mandando Bronca.