Rock in Rio: Pepeu e Armandinho fazem show correto

Nana Vaz de Castro
19/01/2001
CIDADE DO ROCK, 18h - Fora das tendas Raízes e Eletro, os shows instrumentais não foram até agora o forte do Rock in Rio 3. Mas os guitarristas Pepeu Gomes e Armandinho vieram quebrar esse tabu com um show de cerca de uma hora de duração agora há pouco na Tenda Brasil. Ainda sob forte calor, os dois subiram ao palco ("Para representar a guitarra brasileira", segundo Pepeu) em modelitos que lembravam a primeira edição do festival, em 1985: calças justas, faixas amarradas na testa e nos pulsos, cabelos compridos, blusas brilhantes. Acompanhados por uma banda onde se destacavam os instrumentos de percussão, Pepeu e Armandinho fizeram um show "pesado", tocando composições próprias e clássicos, sempre carregando nas distorções. Depois de alguns números conjuntos, quando tocaram até o Hino Nacional, promovendo uma animada reação no público majoritariamente metaleiro, seguiram-se dois momentos solos: Armandinho tocou Something, de George Harrison, e Pepeu foi de Malacaxeta, de sua própria autoria. O primeiro convidado a unir-se aos dois foi o gaúcho Renato Borghetti, o Borghetinho, que somou sua gaita-ponto à guitarrinha baiana de Armandinho e à guitarra de Pepeu em Tico-Tico no Fubá. Depois foi a vez da bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel subir toda ao palco e tocar Brasileirinho com os dois. Um show correto, sem surpresas.