Rock in Rio: Sepultura volta em excelente forma, mas com som baixo

Silvio Essinger
19/01/2001
CIDADE DO ROCK, 23h15 - Há quase dois anos sem se apresentar na cidade (a última vez foi num número de abertura do show dos americanos do Metallica), o Sepultura foi uma das atrações mais aguardadas pelo público na noite metal do Rock in Rio. Depois de um tema épico, em fita, a banda entrou matando com um de seus maiores sucessos: Roots Bloody Roots, ainda da fase do vocalista Max Cavalera. Derek Greene, americano que agora responde pelo microfone, segurou bem a música, embora o volume do som que saía das caixas fosse incompativelmente baixo com banda de tal potência destruidora. Como agrado para o público, o Sepultura apresentou duas músicas que estarão em seu novo disco, Nation, que sai em março: Saga e Sepulnation, esta abandonada no meio para que a banda resgatasse um fã que subiu ao palco e ia ser grampeado pelos seguranças. Elas mataram a curiosidade geral, embora não trouxessem nenhuma novidade em relação ao tradicional som da banda.

Em excelente forma (o baterista Igor Cavalera continua sendo um dos maiores nomes do seu instrumento na área do metal), os músicos tocaram canções de seu último disco, Against (de 1998, o primeiro que contou com os vocais de Derek): Choke, Spit e Tribus. Mas o grande agito foram os sucessos da fase Max. Tanto os dos anos 90, como Refuse/Resist, Territory, Propaganda e Slave New World, quanto os dos 80, de sua fase mais hardcore, como Arise, Troops of Doom, Desperate Cry, Beneath The Remains e Dead Embrionic Cells. Nessas últimas, tocadas com toda a fúria e velocidade dos velhos tempos, bateu a nostalgia do Sepultura ainda emergente que se apresentou, ainda de dia, no Rock In Rio II, 10 anos atrás.