Rock in Rio: Tom Zé sai ovacionado de show perfeito

Nana Vaz de Castro
19/01/2001
CIDADE DO ROCK, 20h15 - No espírito transgressor do rock, nada mais coerente do que a presença de Tom Zé neste Rock in Rio. O baiano elouquecido e sua banda fizeram um show antológico para o público que se amontoava à frente da Tenda Brasil depois da apresentação do Pavilhão 9 no Palco Mundo. Abusando dos efeitos sonoros e dos ritmos brasileiros, Tom Zé evocou diversas vezes o "puxador de samba, ou melhor, puxador de rock" Raul Seixas, cantando Politicar, de seu disco Com Defeito de Fabricação. O show, aliás, foi praticamente o mesmo da turnê deste disco, de 98, aí incluídos os figurinos mudados durante a apresentação (roupa "rasgável" que vai sendo puxada ao longo da música; uniforme de operário, com capacete e luvas). Sempre muito enérgico e performático, o compositor tocou também seu mais recente sucesso, Chamegá, do CD Jogos de Armar, que incluiu até uma coreografia executada por um casal de cabelos coloridos (ele, azul; ela, vermelho). O final do show ficou por conta da performance que o músico vem executando há algum tempo com sucesso, e que inclui um esmeril em alta rotação que, percutido por objetos metálicos produz, além de um som característico, uma chuva de faíscas, belo efeito cênico e sonoro para o palco. Ao fim dos menos de 30 minutos de espetáculo, a multidão pedia "Tom Zé! Tom Zé!", e vaiou ostensivamente o apresentador do Rock in Rio, que anunciou, no Palco Mundo, a "novidade norte-americana" Queens of the Stone Age.