Samba e rock na segunda eliminatória do Festival
Moacyr Luz, José Guerreiro e Luiz Tatit foram os três finalistas da noite, que contou com shows de Skank e Jorge Ben Jor
Tom Cardoso
27/08/2000
A segunda fase das eliminatórias do Festival da Música Brasileira da Globo, realizada ontem à noite no Credicard Hall, em São Paulo, teve, enfim, mais cara de festival. Até algumas vaias surgiram, mesmo que timidamente, mas colocaram um pouco mais de emoção num evento ainda morno, com pouca identificação do público com os artistas. “Encarei numa boa a vaia que tomei. Acho que faz parte do jogo, dá mais charme ao festival”, afirmou o músico carioca Moacyr Luz, que classificou, sob protesto da platéia paulistana, o samba Eu Só Quero Beber Água.
As outras duas músicas selecionadas pelo júri, que vão disputar a grande final no dia 16 de setembro, foram Show, de Luiz Tatit e interpretada por Ná Ozzetti, e Morte no Escadão, de José Carlos Guerreiro, que contou com o reforço da banda mineira Tianastácia. Foram aplaudidas e também se destacaram as canções DNA, de José Miguel Wisnik, que dividiu os vocais com Luciana Alves, Elo Partido, de Gampeta (interpretada por Jaime Alem), e Pára de Falar e Faz, de Cláudio David, defendida pelo grupo Elétrika. Pedro Holanda e Mariana Moraes, intérpretes de Tempestade e Calmaria, fizeram um show tecnicamente perfeito, mas não chegaram a empolgar o público, formado em boa parte por fãs do Skank, banda escolhida para fechar a noite ao lado de Jorge Ben Jor.
Vaia intensa
No primeiro dia do festival, realizado no sábado passado no mesmo local, a platéia respeitou todos os candidatos. Os poucos protestos foram isolados, em grande parte para reclamar da decisão do júri. Mas ontem foi diferente. Pela primeira vez um artista encarou uma vaia mais clamorosa durante a apresentação: foi o veterano Toninho Horta, com sua O Amor É pra Se Amar, que tinha versos como “um duende me contou, amor é pra se amar”. A interpretação ficou por conta da filha do compositor, a adolescente Luiza Horta, que mandou beijinhos para o pai coruja e mostrou desenvoltura no palco, mas não conseguiu evitar a manifestação do público.
Anunciadas as três finalistas da noite, após um show de Jorge Ben Jor e Skank, os candidatos foram ao saguão da casa de shows para uma entrevista coletiva. Ná Ozzetti, intérprete de Show, não conseguia disfarçar o constrangimento de estar ao lado dos roqueiros do Tianastácia, que ajudaram a classificar a música de José Guerreiro, Morte no Escadão. “O Rock vai salvar o mundo”, limitou-se a dizer um dos integrantes do Tianastácia, enquanto Moacyr Luz, mais articulado, comemorava os novos tempos dos festivais. “Antigamente quase não tinha espaço para outros ritmos. Hoje, um rock como Morte no Escadão pode disputar de igual para igual com um samba como o meu”.
Dono de um restaurante e um bar em São Paulo, Guerreiro confessou que não esperava que sua música estivesse entre as finalistas. “Eu não sou músico, não tenho experiência de palco e as minhas 50 músicas nunca foram gravadas por ninguém. Realmente estou surpreso” dizia, assustado, o novo artista da MPB, que chegou a convidar os grupos Ira! e O Rappa para acompanhá-lo durante o festival, mas, por problemas de gravadoras, teve de se contentar com os mineiros do Tianastácia.
Presidente da gravadora Som Livre e um dos 11 jurados, João Araújo não quis e não pôde, claro, apontar o seu candidato favorito até agora, mas disse que é impossível cobrar de um artista uma identificação imediata com o público. “A gente só vai saber realmente quem tem carisma e apelo popular daqui a seis meses, quando o CD (a Som Livre vai lançar um disco com as músicas dos 12 finalistas) for lançado e o trabalho de cada um começar a tocar nas rádios”.
As outras duas músicas selecionadas pelo júri, que vão disputar a grande final no dia 16 de setembro, foram Show, de Luiz Tatit e interpretada por Ná Ozzetti, e Morte no Escadão, de José Carlos Guerreiro, que contou com o reforço da banda mineira Tianastácia. Foram aplaudidas e também se destacaram as canções DNA, de José Miguel Wisnik, que dividiu os vocais com Luciana Alves, Elo Partido, de Gampeta (interpretada por Jaime Alem), e Pára de Falar e Faz, de Cláudio David, defendida pelo grupo Elétrika. Pedro Holanda e Mariana Moraes, intérpretes de Tempestade e Calmaria, fizeram um show tecnicamente perfeito, mas não chegaram a empolgar o público, formado em boa parte por fãs do Skank, banda escolhida para fechar a noite ao lado de Jorge Ben Jor.
Vaia intensa
No primeiro dia do festival, realizado no sábado passado no mesmo local, a platéia respeitou todos os candidatos. Os poucos protestos foram isolados, em grande parte para reclamar da decisão do júri. Mas ontem foi diferente. Pela primeira vez um artista encarou uma vaia mais clamorosa durante a apresentação: foi o veterano Toninho Horta, com sua O Amor É pra Se Amar, que tinha versos como “um duende me contou, amor é pra se amar”. A interpretação ficou por conta da filha do compositor, a adolescente Luiza Horta, que mandou beijinhos para o pai coruja e mostrou desenvoltura no palco, mas não conseguiu evitar a manifestação do público.
Anunciadas as três finalistas da noite, após um show de Jorge Ben Jor e Skank, os candidatos foram ao saguão da casa de shows para uma entrevista coletiva. Ná Ozzetti, intérprete de Show, não conseguia disfarçar o constrangimento de estar ao lado dos roqueiros do Tianastácia, que ajudaram a classificar a música de José Guerreiro, Morte no Escadão. “O Rock vai salvar o mundo”, limitou-se a dizer um dos integrantes do Tianastácia, enquanto Moacyr Luz, mais articulado, comemorava os novos tempos dos festivais. “Antigamente quase não tinha espaço para outros ritmos. Hoje, um rock como Morte no Escadão pode disputar de igual para igual com um samba como o meu”.
Dono de um restaurante e um bar em São Paulo, Guerreiro confessou que não esperava que sua música estivesse entre as finalistas. “Eu não sou músico, não tenho experiência de palco e as minhas 50 músicas nunca foram gravadas por ninguém. Realmente estou surpreso” dizia, assustado, o novo artista da MPB, que chegou a convidar os grupos Ira! e O Rappa para acompanhá-lo durante o festival, mas, por problemas de gravadoras, teve de se contentar com os mineiros do Tianastácia.
Presidente da gravadora Som Livre e um dos 11 jurados, João Araújo não quis e não pôde, claro, apontar o seu candidato favorito até agora, mas disse que é impossível cobrar de um artista uma identificação imediata com o público. “A gente só vai saber realmente quem tem carisma e apelo popular daqui a seis meses, quando o CD (a Som Livre vai lançar um disco com as músicas dos 12 finalistas) for lançado e o trabalho de cada um começar a tocar nas rádios”.