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Napster Bertelsmann se encaminha para usar o sistema de recomendação desenvolvido pela Gigabeat

Vicente Tardin
26/03/2001
Aos poucos vão surgindo indicações de como o Napster pretende apresentar sua nova versão, paga e legalizada. Uma pista é a aproximação da empresa Gigabeat, que desenvolve tecnologia de filtragem de dados.

A Gigabeat, também da Califórnia, possui um mecanismo baseado em bancos de dados de música capaz de recomendar listas de canções a partir do gosto ou interesse de cada usuário, revelado através da informação que este vai deixando em sua navegação.

Sistemas de recomendação, similares ao empregado pela Amazon.com para indicar discos e livros aos visitantes, são um recurso indispensável a grandes sites de comércio no gênero. É correto supor que sejam utilizados na versão paga do Napster.

A empresa corre contra o tempo porque tem compromissos com a justiça, pois prometeu bloquear as canções protegidas por direitos autorais e até o meio do ano inaugurar um serviço pago, dentro das exigências da gravadoras.

O sistema da Gigabeat poderá ser incorporado ao Napster, a depender das negociações entre as empresas. A tecnologia é capaz, por exemplo, de criar instantaneamente listas de músicas e enviá-las para serviços de assinatura de terceiros (neste caso a possibilidade do Napster Bertelsmann trabalhar com parcerias pode ser cogitada).

Espera-se mais eficiência de um serviço pago do que do atual modo de busca do Napster, que por ser gratuito conta com a compreensão do público. Mas quem estiver pagando não vai gostar de fazer o download de uma gravação incompleta ou perder a conexão no meio do caminho.

Mais do que isso, um serviço visando o lucro fará o possível e o impossível para manter o visitante e ampliar a base de informação que possui sobre ele. Se no Napster de hoje é totalmente inadequado aparecer escrito na tela de entrada "- Bom dia, Paulo César", em um serviço pago será o mínimo que espera o Paulo César.

A Gigabeat, segundo a empresa de pesquisas Webnoize, recebeu financiamento de US$ 6.5 milhões da investidora Kleiner Perkins Caufield and Byers e poderá trocar ações com a Napster.

A Bertelsmann investiu US$ 60 milhões para colocar no Napster um sistema seguro e um ambiente de comércio. Com a retirada progressiva de milhares de canções, o serviço vem perdendo público, talvez até 25%, segundo estimativas. Até julho poderá perder muito mais. Não há tempo a perder, portanto. 

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