Sidney Magal pega carona na onda latina

Cantor lança o álbum Baila Magal e diz possuir voz e carisma de sobra para agradar seu público

Tom Cardoso
24/08/2000
Se Rick Martin, Luis Miguel e Jennifer Lopez fazem sucesso, por que o nosso glorioso Sidney Magal também não pode entrar na dança? A onda latina, que hoje é hoje responsável por milhões de discos vendidos nos EUA, promete desembarcar com força por aqui. O cantor carioca, que acaba de lançar o disco Baila Magal, é a primeira aposta da gravadora Universal Music no lucrativo gênero musical.

Magal confessa não ter mais o apelo sexual de um Rick Martin e nem a voz de um Luis Miguel, mas garante possuir carisma e talento de sobra para agradar seus fãs. "Sou antes de tudo um grande intérprete, não sei apenas rebolar. Isso eu já provei quando lancei há quatro anos o disco Sidney Magal & Big Band (em que interpreta canções de Mário Lago e Custódio Mesquita), considerado pelo Mário Lago como uma obra-prima", afirma, sem medo de soar pretensioso.

Segundo o cantor, gravar um disco com ritmos latinos só foi possível por causa da explosão do gênero nos EUA. "O brasileiro é um povo colonizado. Se alguma coisa dá certo nos EUA, ele automaticamente começa a gostar. Infelizmente é assim que tudo funciona por aqui", diz. "Quando estourei por todo o Brasil com a música Me Chama que Eu Vou (que fez parte da trilha sonora da novela Rainha da Sucata, da TV Globo, em 1990) a imprensa do Rio de Janeiro, preconceituosa como sempre, fez uma campanha contra o meu trabalho. Um caderno cultural de um grande jornal carioca chegou a estampar na capa uma foto com um monte de DJs segurando um cartaz com os dizeres de "Lambada, não, chega de Sidney Magal", polemiza.

Aliás, Me Chama que Eu Vou, revestida de um novo arranjo, faz parte do repertório do novo disco de Magal, que traz outras pérolas como uma regravação de Baila Comigo, sucesso de Rita Lee, e Tanajura, do grupo de pagode Negritude Jr. "Confesso que não gosto de pagode. Na minha discoteca não tem nenhum disco do Negritude, só samba de raiz, como Martinho da Vila e Beth Carvalho. Mas a gravadora me pediu para eu gravar um pagode, alegando que seria importante para o apelo comercial do CD, então resolvi escolher Tanajura, que para mim está mais para salsa do que samba".